Tudo o que você precisa saber sobre o Talibã e por qual motivo ele leva riscos ao mundo
Formado em 1994, grupo volta ao poder no Afeganistão após quase 20 anos de guerra com os EUA
redes sociais/YoutubePaíses do mundo inteiro entraram em estado de alerta após o grupo Talibã tomar o governo do Afeganistão no dia 15 de agosto, após 20 anos longe do poder. Desde então, vemos dia após dia cenas de desespero e aflição entre os civis que lutam para deixar o país. Nesta terça-feira (31/8), o Aratu On Explica a avalanche de informações que passam nos noticiários internacionais, a história do Talibã e as consequências dessa crise política e humanitária.
A organização foi formada em 1994 por rebeldes que lutaram contra as forças invasoras soviéticas na década de 1980. Na época, o grupo recebeu apoio dos Estados Unidos e do Paquistão.
O Talibã, que é considerado extremista da religião islâmica, tomou o poder do Afeganistão em 1996, após conquistarem a capital, Cabul, e permaneceram no comando até 2001.
Ao assumir o controle, estabeleceu um cruel sistema judicial, onde pessoas acusadas de adultério podiam ser condenadas à morte e suspeitos de roubo sofriam punições físicas e até mesmo mutilações.
As leis do grupo também eram severas para as mulheres. Durante seu tempo no poder – de 1996 a 2001 – o Talibã proibiu que meninas e mulheres jovens frequentassem a escola. Além disso, elas precisavam vestir a burca, cobrindo todo o corpo, viviam confinadas em casa e não poderiam ir às ruas sem a companhia de um homem.
ATAQUE ÀS TORRES GÊMEAS E BIN LADEN
Em 2001, o Talibã teve participação no atentado de 11 de setembro contra as Torres Gêmeas nos Estados Unidos, que foram derrubadas por aeronaves interceptadas pelos terroristas da Al-Qaeda, liderada por Osama Bin Laden. Na época, o grupo Talibã foi acusado de proteger e esconder o terrorista.
Como consequência, tropas americanas invadiram o Afeganistão com o objetivo de impedir o Talibã de fornecer um porto seguro para a Al Qaeda – e também a Al Qaeda de usar o Afeganistão como base de operações para atividades terroristas -. As tropas se instalaram por lá durante 20 anos. No entanto, essa invasão ocasionou a guerra mais longa dos EUA e custou bilhões de dólares ao país.
Em fevereiro de 2020, o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump firmou um acordo com o Talibã para a retirada das tropas militares norte-americanas do Afeganistão com a promessa de que o grupo extremista não atacasse os integrantes das forças internacionais.
A saída das tropas foi adiada, mas, quando tomou posse em janeiro deste ano, Joe Biden declarou que daria continuidade e cumpriria o acordo já estabelecido. A evacuação começou em maio deste ano.
VOLTA AO PODER EM 2021
No dia 15 de agosto, diante da tomada de Cabul, capital do Afeganistão, o presidente afegão Ashraf Ghani deixou o país e o controle do palácio presidencial foi assumido pelos rebeldes. Tudo ocorreu sem que houvesse resistências.
Essa mudança no cenário do país fez com que os Estados Unidos acelerassem o processo de retirada das tropas americanas do Afeganistão. Essa medida iniciou uma série de cenas desesperadoras dos afegãos se aglomerando em aeroportos e até se penduraram na porta de um avião na tentativa de fugir do país.
O comportamento da população retrata o receio popular que já sentem no dia a dia as mudanças provocadas pela volta do Talibã.
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