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Dez venezuelanos são resgatados em condição de trabalho escravo no interior

Dez venezuelanos são resgatados em condição de trabalho escravo no interior

Por Da Redação

Dez venezuelanos são resgatados em condição de trabalho escravo no interiordivulgação/SRTE

Dez venezuelanos submetidos à situação semelhante ao trabalho escravo foram resgatados  por auditores-fiscais do Trabalho, em Ilhéus, no início manhã desta quinta-feira (18/4). Os trabalhadores prestavam serviços em um galpão onde funcionava oficina mecânica, localizado na Rodovia BR-415 – entre Itabuna e Ibicaraí -, que dava manutenção aos equipamentos de parque de diversões.


Segundo informações da Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRTE), os nove homens e uma mulher resgatados foram aliciados no país de origem com a proposta de emprego pelos empregadores, um casal formado por um brasileiro e um polonês, o que caracteriza tráfico internacional de pessoas. Eles chegaram ao Brasil em janeiro de 2019, tendo ingressado regularmente, com passagem fornecida pelos empregadores. Além desse custo com a viagem, era descontado mensalmente da remuneração dos empregados valores referentes a alimentação, alojamento, televisão e internet, o que representava 2/3 da remuneração a que os venezuelanos tinham direito.


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Após os descontos efetuados pelos empregadores, os trabalhadores enviavam parcela da remuneração restante para suas famílias na Venezuela, restando-lhes apenas o valor médio de R$ 100, cada um, durante todo o mês.


Os trabalhadores também não tinham registro formal do vínculo empregatício, permaneciam alojados em instalações precárias no próprio galpão da oficina, com camas improvisadas, cujas roupas de cama, ventilação e conforto térmico eram precárias. O banheiro utilizado pelos empregados era improvisado com paredes de zinco, não oferecia privacidade aos usuários, não dispunha de condições sanitárias e de conforto adequadas e sua fossa, inclusive, estava em vias de transbordamento, exalando forte mau cheiro. Um dos trabalhadores, inclusive, adquiriu sarna em decorrência das condições precárias a que era submetido.


Além disso, tanto no alojamento, como no banheiro foram identificadas instalações elétricas com fiações desprotegidas, gerando o risco de choque elétrico aos usuários. A alimentação dos trabalhadores se restringia a panqueca de farinha de trigo, arroz frango e ovos.


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A ação contou com a participação da Polícia Federal (PF) e da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). O casal de empregadores foi preso pela PF e responderá na Justiça pelo crime de redução de trabalhador a condição análoga à de escravo, tipificado no Código Penal.


Os venezuelanos estão sendo acolhidos pela Coordenação de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo (CETP) da SJDHDS, a qual está fornecendo hospedagem e alimentação e suporte para emissão de documentos.


A Auditoria Fiscal do Trabalho, juntamente com a Polícia Federal, está realizando os trâmites necessários à regularização documental dos venezuelanos para permanência no país. Pela Auditoria-Fiscal do Trabalho, está sendo levantada o valor das verbas rescisórias, a emissão de Carteira de Trabalho e Previdência Social e emissão das guias de Seguro Desemprego. Ao final dos procedimentos, os resgatados estarão aptos a trabalhar de forma regular no país.


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