Lula critica Netanyahu: 'A maioria do povo não concorda com esse genocídio'
Declaração foi feita em entrevista à imprensa de Nova York (EUA)
Em entrevista à imprensa em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmando que ele "não cumpre ordens da Organização das Nações Unidas (ONU)". Segundo Lula, ele condena de forma veemente "o comportamento do governo de Israel" e acredita que a "maioria do povo não concorda com esse genocídio", referindo-se à ofensiva israelense no Líbano.
"Estamos numa situação em que, de um lado, cuidamos do planeta para melhorar a qualidade de vida, reduzir os gases do efeito estufa, controlar queimadas e cuidar da água. De outro, vemos seres humanos se matando. Isso não tem explicação", disse Lula, acrescentando: "Portanto, condeno de forma veemente o comportamento do governo de Israel e tenho certeza que a maioria do povo de Israel não concorda com esse genocídio."
Lula destacou que a postura de Netanyahu é uma das razões para o Brasil defender o fortalecimento da ONU. Nesta quarta-feira, o chefe do Exército de Israel pediu que suas tropas estivessem preparadas para uma possível operação no Líbano. Netanyahu, por sua vez, afirmou que Israel continuará operando no território libanês contra o grupo Hezbollah até garantir que os residentes do norte do país possam retornar com segurança às suas casas. As Forças Armadas israelenses também mobilizaram duas brigadas da reserva para reforçar a região, que enfrenta conflitos com a organização libanesa.
"Netanyahu foi julgado pelo Tribunal Internacional que condenou Putin, e ele está na mesma situação. É importante lembrar que já ocorreram várias discussões no Conselho de Segurança da ONU, com diversas tentativas de paz e cessar-fogo aprovadas, mas ele não as cumpre. Simplesmente não cumpre", afirmou Lula. "Por isso, estamos empenhados em fortalecer a ONU como um instrumento com poder para tomar decisões e fazer as coisas acontecerem", acrescentou.
Acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Lula comentou a importância de mostrar ao mundo que o Brasil exerce sua democracia plenamente, apesar de desafios. "Fiz questão de convidá-los porque é importante passar essa imagem de que no Brasil a democracia funciona em sua plenitude mesmo diante de questões adversas", disse. "Quem sabe, Lira e Pacheco, vocês precisem tomar a iniciativa de promover reuniões com parlamentares de diversos países aqui no Brasil", completou.
Lula também expressou preocupação com o crescimento da extrema direita globalmente e revelou que, junto com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, convocou uma reunião com líderes democráticos para discutir a "revitalização da democracia" e o "surgimento da extrema direita". "Esse extremismo que vemos, com grande suporte da indústria das fake news, está monetizando. Tem gente enriquecendo com a quantidade de mentiras e leviandades", afirmou. "Chamei os democratas para discutir onde a democracia falhou. Em algum momento, ela permitiu que extremistas e representantes da extrema direita começassem a questionar o próprio sistema democrático", afirmou Lula.
O presidente deu as declarações antes de embarcar para Brasília. Mais cedo, na abertura da reunião ministerial do G20, também em Nova York, Lula reforçou que o Brasil pretende apresentar uma proposta para convocar uma conferência com o objetivo de revisar a Carta da ONU, a chamada "Constituição" da entidade.
*Com informações do Jornal O Globo
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