Caso Emmily Rodrigues: família acusa investigação de beneficiar empresário suspeito de matar baiana na Argentina
Segundo o pai, a família se prepara judicialmente para provar a inocência de Emmily
A família de Emmily Rodrigues Santos Gomes, jovem baiana que morreu aos 26 anos, após cair de um prédio de seis andares na Argentina, acusa os investigadores de terem ocultado provas para beneficiar o suspeito, Francisco Saenz Valiente, por conta da sua "influência e dinheiro". As informações foram concedidas em entrevista ao Aratu On.
Segundo Aristides Gomes, pai da vítima, a defesa briga por uma nova autópsia do corpo, pois, segundo ele, foi percebido que o perito oficial teria negligenciado pontos considerados importantes. "Essas informações indicam que houve agressões antes da queda, além de um abuso sexual", sustenta.
Para a família, o motivo da ocultação destas informações seria a influência de Francisco Valiente, empresário de Buenos Aires, local onde o crime aconteceu. "O perito oficial se limitou a informar que havia apenas ferimentos compatíveis com a queda e, certamente, mentiu. Acreditamos que pode haver alguma relação com o poder e dinheiro que o réu possui", afirma o pai.
Por conta disso, a família segue impossibilita de solicitar o traslado do corpo, para que o velório seja realizado na presença dos parentes e amigos. "É muito triste, mas precisamos suportar para ajudar nas investigações que forem necessárias. O que me resta agora é lutar para que os responsáveis sejam punidos, na proporção da conduta cruel e humilhante. É difícil descrever o sentimento composto por profunda tristeza", resume Aristides.
Informações divergentes
Ainda durante a conversa com o Aratu On, o pai da vítima afirmou que diversas informações, divulgadas preliminarmente pela defesa do suspeito, e até pela própria equipe de perícia das autoridades, foram contrariadas por meio de novas análises dos fatos, feitas pela defesa. Nesta sexta-feira (30/6), o caso completa três meses.
A primeira contradição, segundo a família, fala sobre a presença de drogas no apartamento de Francisco Saenz. Segundo os policiais, nenhum substância, ou mesmo vestígio foi encontrado na residência.
"Isso é mentira. Sabemos que havia dois pratos, um com cocaína e outro com tusi (cocaína rosa) que o Francisco Sans Valiente ofereceu às pessoas presentes", disse Aristides. Ele acredita que sua filha não sabia que o ambiente estaria "repleto de drogas".
Segundo Aristides, sua filha nunca fez uso de nenhuma droga ilícita e apenas teria consumido álcool após completar 18 anos. "Ela bebeu a primeira vez comigo. Acho, inclusive, muito estranho esse resultado do exame toxicológico dela, que indicou a presença de várias drogas misturadas. Cocaína, cocaína rosa (tusi), maconha, álcool", desconfiou.
Agulha adulterada
O pai de Emmily aponta que, no exame da jovem, constou-se a presença de uma substância chamada "ketamina", conhecida por ser um potente sedativo e anestésico. Para ele, possivelmente, a seringa foi injetada na jovem.
"No momento em que ouvimos nas gravações ela dizendo: “me pincharon", que em português significa me picaram ou me injetaram, essa é provavelmente a substância", explica.
Sobre o uso de drogas, o pai defende que ela pode não ter usado por iniciativa própria. "Podem ter colocado na bebida dela. O Francisco preparou uma bebida com vodca e suco de laranja".
A família se prepara judicialmente para provar a inocência da filha, e comprovar que ela teria sido vítima do réu. Para ajudar no esclarecimento sobre as alegações feitas pela acusação, entre elas de que Emmily teria surtado após o uso de substâncias ilícitas, o pai afirma que está recolhendo provas.
"A perita Rosângela Monteiro, que é psicóloga forense, perita criminal há mais de 40 anos, realizou análise dos áudios das gravações das ligações feitas à polícia e apresentou laudo pericial esclarecendo que, pela análise comportamental através da fala de Emmily, deixa claro não haver indícios de surto", conta o pai.
"Acredito que a soma de nossos esforços resultarão em uma condenação justa, independente do poder econômico que o réu tenha. Todos são iguais perante a lei e isso precisa prevalecer", finalizou.
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