STF e Congresso repudiam pedido de destituição de ministro Alexandre de Moraes; impeachment será analisado pelo Senado
Nos bastidores, integrantes do Supremo e do Congresso afirmam que a investida de Bolsonaro contra Moraes derruba todas as tentativas de diálogo com o Palácio do Planalto
O Supremo reagiu ainda nesta última sexta-feira (20/8) ao pedido impeachment protocolado no Senado por Jair Bolsonaro contra Alexandre de Moraes, integrante do tribunal que conduz investigações que atingem o presidente e seus aliados radicalizados.
“O Estado Democrático de Direito não tolera que um magistrado seja acusado por suas decisões, uma vez que devem ser questionadas nas vias recursais próprias, obedecido o devido processo legal”, diz nota divulgada pela mais alta corte do país.
Nos bastidores, integrantes do Supremo e do Congresso afirmam que a investida de Bolsonaro contra Moraes derruba todas as tentativas de diálogo com o Palácio do Planalto e inviabiliza a indicação de André Mendonça, feita pelo presidente, para ocupar uma vaga no tribunal no lugar de Marco Aurélio Mello, que se aposentou em julho. Tal indicação precisa ser aprovada pelo Senado.
Pedidos de impeachment contra ministros do Supremo também são analisados pelo Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já vinha sinalizando que não daria sequência a nenhuma iniciativa do tipo.
Após Bolsonaro confirmar a demanda pelo impedimento de Moraes nesta sexta, Pacheco disse que não validará “nenhum tipo de investida que seja para desunir o Brasil”. Bolsonaro ainda promete entrar com um pedido de impeachment contra outro ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
APOIADORES
Segundo informações de bastidores do jornal O Estado de S. Paulo, a iniciativa de Bolsonaro tem como objetivo inflamar apoiadores para os atos a favor do governo marcados para 7 de Setembro.
O presidente busca dar sustentação a seu discurso com os atos de viés golpista. Candidato à reeleição em 2022, Bolsonaro vem enfrentando dificuldades na economia, além de uma alta impopularidade e suspeitas de corrupção em seu governo na compra de vacinas contra Covid-19.
O presidente vem dizendo que o sistema eleitoral brasileiro é fraudulento, mesmo sem apresentar provas. Já ameaçou melar as eleições caso o voto impresso não fosse aprovado. A Câmara já derrubou essa ideia. E o Judiciário abriu investigações contra Bolsonaro.
Mas a manutenção de tal discurso segue uma linha estratégica da extrema direita mundial comandada pelo ex-presidente americano Donald Trump, que perdeu a reeleição em 2020 sob alegações falsas de fraude. Nos EUA, o Congresso foi invadido e cinco pessoas morreram. No Brasil, cientistas políticos alertam para o risco de violência social em 2022.
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