Sociólogo diz que pesquisas eleitorais a sete meses do pleito são "retratos do momento" e mobilizam "militância"

Num momento de polarização política em que as instituições vêm sendo descredibilizadas no Brasil, as pesquisas de intenção de voto também são afetadas. Para o sociólogo Arilton Freres, especialista no assunto, é necessário que os próprios candidatos saibam ler os resultados apontados nos levantamentos divulgados.

“Será que a pesquisa realmente errou ou estava mudando uma tendência? O cara estava ganhando por cinco pontos, mas há uma tendência de crescimento do outro que estava dois pontos atrás. Ele vai ultrapassar na reta final. É saber ler a pesquisa como retrato do momento, e não como obrigação da pesquisa entregar o resultado da urna mesmo três dias antes da eleição”, avaliou, em entrevista ao programa Linha de Frente, do Aratu On.

Para ele, sobretudo neste momento, ainda sete meses antes do pleito, não dá para cravar exatamente o que vai acontecer em outubro, sobretudo porque a população ainda não está mobilizada para pensar no período eleitoral. 

Freres, que é diretor-presidente do Instituto Opinião, ainda explicou que as próprias pesquias mobilizam os candidatos a mudar a estratégias. “Eu já vi de tudo. Não dá para dizer que ninguém está eleito. A pesquisa é um retrato do momento. Ela não é nem um filme, mas uma fotografia. Você vai fazer uma fotografia hoje, amanhã o cenário já é outro”, ponderou.

Ele afirmou que o atual cenário mobiliza, em síntese, além dos agentes políticos, “a guerrilha de Internet” e a “militância dos diferentes grupos políticos”. “A maioria da população está cuidando da sua vida. Eu discuto política todo dia porque é meu trabalho. E, na política, todo dia, sou questionado sobre resultado das eleições em outubro. E não tem como dizer, porque não sou uma bússola”, explicou.

Para ele, a população em geral começará a se preocupar com e eleição entre julho e setembro.

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