Mãe de músico morto por traficantes em Abrantes não assistiu vídeo que confirma execução; "quero dar um enterro digno"

A mãe do músico Renato Santos Evangelista Sobrinho, de 23 anos, busca forças após descobrir, por meio de um vídeo, que o jovem foi executado por traficantes do "Mutirão", em Abrantes, Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. As imagens circularam pelas redes sociais na segunda-feira (29/11) e não serão publicadas pelo Aratu On em respeito aos familiares. 

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"Não vi o vídeo e não deixaram eu assistir. Deve ser forte, pois teve gente que desmaiou ao ver. Fizeram isso por maldade. Meu filho não tinha envolvimento com nada, não fazia mal a ninguém. A gente estava confiante de achar com vida. Quem fez isso não é humano, é bicho. Uma família está destruída por causa desses bichos", contou Paula Santos ao programa Cidade Aratu, nesta terça-feira (30/11).

A mãe, que sofre há nove dias sem notícias sequer sobre onde estaria o corpo, relatou como têm sido as últimas semanas. "Coração abalado e triste com essas coisas que estão fazendo. Se fosse um filho de secretário já tinha resolvido. Quero dar um enterro digno ao meu filho [...] Ontem, não consegui comer nada. Não estou dormindo enquanto encontrar esses monstros", completou. 

DESAPARECIMENTO 

Renato, que morava em Portão - bairro controlado pela facção Comando Vermelho, rival ao grupo de Vila de Abrantes -, estava trabalhando na região do "Mutirão". Após o show, no dia 21 de novembro, ele foi chamado por traficantes. 

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As apurações estão sendo conduzidas pela 26ª Delegacia Territorial (DT/Abrantes). A Polícia Civil, inclusive, já sabe quem são dois dos três criminosos que aparecem nas imagens, conhecidos como "Peão" e "Bira". O bandido que filma ainda não foi identificado pela polícia.

A execução teria sido encomendada por "Bical", líder da facção Bonde do Maluco na região do "Mutirão". De acordo com policiais da 26ª Delegacia Territorial, "Bical" atende ordens de Fábio Souza dos Santos, o "Geleia", preso em 2018 no Paraguai.  

Na quarta-feira (24/11), uma operação foi montada pela Coordenação de Operações Especiais (COE) junto com agentes da 26ª DT em um matagal para onde traficantes teriam levado o músico depois da apresentação. 

O que chamou a atenção é que um dos animais, por meio do cheiro de uma peça de roupa da vítima, indicou a um dos policiais que Renato foi levado vivo para o matagal. Depois, porém, o odor desapareceu.  Isso confirma o que aparece nas imagens obtidas pela reportagem. A suspeita é que o corpo esteja realmente enterrado.  

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