Ameaçados, pais de bebê morta em Vera Cruz acusam médico de produzir laudo falso
Segundo laudo da Polícia Técnica, não foram encontrados sinais de violência física ou sexual no corpo do bebê
Mateus Xavier/Aratu On
Os pais da bebê Lara Heloisa Pena, de apenas dois meses, acusam o médico responsável pelo laudo, que apontou um possível abuso sexual no corpo da criança, de ter produzido um documento falso. Na última terça-feira (2/1), Lara foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento na Ilha de Vera Cruz, onde deu entrada já sem os sinais vitais, e os pais encaminhados à delegacia. Nesta quinta (4), documento técnico da Polícia Civil da Bahia descartou qualquer abuso físico ou sexual no corpo do bebê.
Em entrevista ao Aratu On e a TV Aratu, os pais, que não quiseram ser identificados, devido às ameaças de morte que vêm sofrendo após a veiculação das informações, detalharam o dia em que foram acusados do abuso. Segundo os genitores, após perceberem o braço da criança inchado e com sinais de febre, eles foram até um posto de saúde.
"Quando chegamos lá, ela foi analisada e em menos de cinco minutos foi recomendado que fossemos para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com urgência e assim fomos", destacou a mãe.
Segundo o pai, a criança foi retirada dos braços da genitora no setor de atendimento da unidade logo que chegou, e deixada com o médico em uma das salas do local.
"Passaram poucos minutos, ficamos no saguão esperando alguma notícia da nossa filha. Quando o doutor nos chamou, agentes da PM já estavam dentro da sala. Ele nos comunicou da morte e falou que tinha identificado sinais de abuso na criança", contou o pai, aos prantos.
Depois disso, os genitores foram levados até a delegacia territorial do município, onde, em conversa com a investigadora de plantão, foram ouvidos e liberados. "Graças a Deus, a delegada viu nosso semblante. Estamos destruídos e ela viu que não poderíamos ter feito nada do tipo", completou.
Segundo a avó da criança, que acompanhou a neta desde o nascimento, ela estava sob cuidados redobrados dos pais e de toda família, devido a uma complicação na hora do parto. A bebê era observada constantemente e a qualquer sinal levada para receber cuidados médicos.
"Ela teve mecônio durante o parto. A bebê fez cocô ainda na barriga da mãe, o que fez com que ela inalasse o líquido amniótico com partes das fezes", revelou a avó. A presença do mecônio pode acarretar infecções pulmonares para o bebê, provocando morte na hora do nascer ou problemas de saúde futuros.
https://youtu.be/f4XjqlpAmcM
SEPULTAMENTO DA BEBÊ
Após a divulgação feita pela Polícia Civil da Bahia, da suposta prisão em flagrante, os pais de Lara e familiares começaram a receber diversas ameaças vindas de populares de Vera Cruz. Segundo os genitores, eles não conseguem retornar à cidade para retirar o corpo da filha, nem agendar o sepultamento.
"Eu não durmo mais, preciso de ajuda médica, não como há dois dias. Toda vez que fecho meus olhos, vem o rosto da minha filha sorrindo e isso me atormenta", disse aos prantos, o pai. O corpo de Lara está liberado desde esta quarta-feira (3/1) para ser retirado do DPT.
DEFESA DA FAMÍLIA
Segundo a advogada Laline Souza, responsável pela defesa da família, o médico responsável já foi identificado e será processado nas esferas cível e criminal. "Nosso objetivo aqui é encontrar lamento para essa família e garantir que um profissional desses nunca mais causa um sofrimento similar a outros pais", reforçou a jurista.
Ainda conforme Laline, o laudo da Polícia Técnica aponta com "veemência" que Lara não sofreu nenhum tipo de abuso físico ou sexual. Nos próximos 10 dias, a Polícia Civil da Bahia emitirá documento oficial com a causa da morte.
https://youtu.be/ObBqUqbon20
PREFEITURA DE VERA CRUZ
Em nota enviada ao Aratu On, a Prefeitura de Vera Cruz informou que, em nenhum momento, houve divulgação de laudo sobre as possíveis causas da morte da bebê, que chegou morta à Unidade de Pronto Atendimento de Mar Grande.
Segundo a Prefeitura, o médico, que prestou o atendimento, realizou todos os protocolos estabelecidos e informou, apenas ao DPT, as condições em que a criança se encontrava e as suspeitas em um relatório inicial. A Prefeitura reiterou que é papel do DPT e da polícia as investigações de supostos crimes e a elaboração de laudos periciais.
LEIA MAIS: Polícia Técnica não identifica violência sexual contra bebê morta na Ilha de Itaparica
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Em entrevista ao Aratu On e a TV Aratu, os pais, que não quiseram ser identificados, devido às ameaças de morte que vêm sofrendo após a veiculação das informações, detalharam o dia em que foram acusados do abuso. Segundo os genitores, após perceberem o braço da criança inchado e com sinais de febre, eles foram até um posto de saúde.
"Quando chegamos lá, ela foi analisada e em menos de cinco minutos foi recomendado que fossemos para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com urgência e assim fomos", destacou a mãe.
Segundo o pai, a criança foi retirada dos braços da genitora no setor de atendimento da unidade logo que chegou, e deixada com o médico em uma das salas do local.
"Passaram poucos minutos, ficamos no saguão esperando alguma notícia da nossa filha. Quando o doutor nos chamou, agentes da PM já estavam dentro da sala. Ele nos comunicou da morte e falou que tinha identificado sinais de abuso na criança", contou o pai, aos prantos.
Depois disso, os genitores foram levados até a delegacia territorial do município, onde, em conversa com a investigadora de plantão, foram ouvidos e liberados. "Graças a Deus, a delegada viu nosso semblante. Estamos destruídos e ela viu que não poderíamos ter feito nada do tipo", completou.
Segundo a avó da criança, que acompanhou a neta desde o nascimento, ela estava sob cuidados redobrados dos pais e de toda família, devido a uma complicação na hora do parto. A bebê era observada constantemente e a qualquer sinal levada para receber cuidados médicos.
"Ela teve mecônio durante o parto. A bebê fez cocô ainda na barriga da mãe, o que fez com que ela inalasse o líquido amniótico com partes das fezes", revelou a avó. A presença do mecônio pode acarretar infecções pulmonares para o bebê, provocando morte na hora do nascer ou problemas de saúde futuros.
https://youtu.be/f4XjqlpAmcM
SEPULTAMENTO DA BEBÊ
Após a divulgação feita pela Polícia Civil da Bahia, da suposta prisão em flagrante, os pais de Lara e familiares começaram a receber diversas ameaças vindas de populares de Vera Cruz. Segundo os genitores, eles não conseguem retornar à cidade para retirar o corpo da filha, nem agendar o sepultamento.
"Eu não durmo mais, preciso de ajuda médica, não como há dois dias. Toda vez que fecho meus olhos, vem o rosto da minha filha sorrindo e isso me atormenta", disse aos prantos, o pai. O corpo de Lara está liberado desde esta quarta-feira (3/1) para ser retirado do DPT.
DEFESA DA FAMÍLIA
Segundo a advogada Laline Souza, responsável pela defesa da família, o médico responsável já foi identificado e será processado nas esferas cível e criminal. "Nosso objetivo aqui é encontrar lamento para essa família e garantir que um profissional desses nunca mais causa um sofrimento similar a outros pais", reforçou a jurista.
Ainda conforme Laline, o laudo da Polícia Técnica aponta com "veemência" que Lara não sofreu nenhum tipo de abuso físico ou sexual. Nos próximos 10 dias, a Polícia Civil da Bahia emitirá documento oficial com a causa da morte.
https://youtu.be/ObBqUqbon20
PREFEITURA DE VERA CRUZ
Em nota enviada ao Aratu On, a Prefeitura de Vera Cruz informou que, em nenhum momento, houve divulgação de laudo sobre as possíveis causas da morte da bebê, que chegou morta à Unidade de Pronto Atendimento de Mar Grande.
Segundo a Prefeitura, o médico, que prestou o atendimento, realizou todos os protocolos estabelecidos e informou, apenas ao DPT, as condições em que a criança se encontrava e as suspeitas em um relatório inicial. A Prefeitura reiterou que é papel do DPT e da polícia as investigações de supostos crimes e a elaboração de laudos periciais.
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