Ex-Secretário de Justiça de São Paulo, advogado contratado por família de Mãe Bernadete critica polícia baiana

O advogado paulista Hédio Silva Jr, novo perito que coordenará uma equipe de investigadores e juristas para tentar elucidar o assassinato da Ialorixá e líder quilombola Bernadete Pacifico, afirmou que vai questionar as investigações vigentes e responsabilizar os culpados. Mestre em Direito Processual, ele foi contratado pela família de Mãe Bernadete. Ela foi morta em agosto, dentro de casa, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Em entrevista ao Aratu On nesta quarta-feira (8/11), Hédio afirmou que chegará à capital baiana para buscar resolução para o inquérito da Ialorixá, mas também o de Binho do Quilombo, filho da liderança, executado há seis anos. "É irrazoável e totalmente descabido o trato que a Polícia Civil da Bahia deu e vem dando ao inquérito de Binho", destacou.
Com chegada prevista para domingo à noite ou segunda-feira de madrugada, o advogado afirmou que, vista as nuanças do caso, ficará por uma semana na capital baiana e pretende protocolar para a Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), e ao Ministério Público Federal, o acesso integral a todos os autos dos processos e desdobramentos em curso da morte de Bernadete e Binho do Quilombo.

Judandir Pires com a mãe, a Ialorixá Mãe Bernadete, assassinada em agosto | Acervo pessoal

A decisão de trazer uma equipe terceirizada de investigadores e peritos partiu de Jurandir Pacífico, único filho vivo da Ialorixá, que também foi secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia. Também ouvido pelo Aratu On, Jurandir afirmou que a Polícia Civil não tem mais passado informações a ele e a família sobre o caso.
Em nota, a Polícia Civil da Bahia informou que o inquérito segue para fase de conclusão e não tem em vista pedir um novo prazo para as investigações. "Desdobramentos não podem ser informados por ora, para preservar o andamento da apuração do caso", detalhou a investigação.
PRISÕES
Ao menos três pessoas já foram presas, por participação direta ou indireta, no assassinato de Bernadete Pacífico. A informação foi divulgada pelo secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner. Um dos suspeitos, localizado no dia 25 de agosto, estava com o celular de Mãe Bernadete. A segunda prisão foi a do executor dos tiros, no município de Araçás. A terceira pessoa, encontrada junto ao indivíduo flagrado com o aparelho móvel, foi detida em Simões Filho e estava com as armas utilizadas no crime. As informações foram confirmadas pela delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito.

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