Onze PMs são presos em uma semana por mortes e simulações de cenas dos crimes

Ao todo, 11 policias militares foram presos em menos de uma semana, por casos similares, envolvendo simulações de flagrantes, trocas de tiros falsas e as mortes de dois inocentes. As histórias aconteceram no interior da Bahia e o desdobramento das investigações apontaram para  crimes cometidos por aqueles que deveriam combatê-los.

Na primeira ocorrência, o jovem Uanderson Novaes Ventura, morto em 12 de abril de 2019, foi acusado pelos PMs de deflagrar disparos de arma de fogo em um ônibus e tentar fugir dos agentes, atirando contra uma equipe da 34ª Companhia Independente da Polícia Militar (34ª/CIPM). O caso aconteceu no município de Brumado, a 537 km de Salvador.

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Segundo as investigações do Ministério Público da Bahia (MP-BA), através da operação "Falso Perfil", descobriu-se que seis agentes estavam envolvidos na morte do jovem, que foi classificada como homicídio. A vítima foi atraída pelos investigados para um estabelecimento educacional, denominado CAIC, situado no bairro Malhada Branca, mediante um perfil falso criado em rede social, através do qual foi marcado um encontro romântico.

Chegando ao local, a vítima foi assassinada pelos policiais militares. Com eles, foram apreendidos 28 armas de fogo, 328 munições de diversos calibres, uma granada, oito aparelhos celulares e um notebook.

No segundo caso, registrado no município de Santo Estevão, a 157 km de Salvador, o alvo foi o rifeiro André Barbosa da Silva, morto no dia 13 de setembro de 2022. Segundo ocorrência da época, o homem teria trocado tiros com a PM, antes de ser atingido e socorrido para uma unidade médica.

As investigações concluíram o contrário. Segundo a Polícia Civil, cinco policiais militares, integrantes de um grupo de extermínio, invadiram a casa da vítima, furtaram itens de valor e objetos. Após o latrocínio (roubo seguido de morte), os agentes alteraram os registros das câmeras de segurança do local.

Em ambos os casos, os policiais foram indiciados, após o cumprimento dos mandados de prisão. Os materiais localizados durante as buscas e apreensões servirão como provas a serem utilizadas no decorrer dos processos.

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