'Um simples morador não faria isso', afirma neto de Mãe Bernadete após conclusão da polícia
Assinato da líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, completa três meses nesta sexta-feira (17/11)
Sob supervisão da jornalista Juana Castro
Assim como o tio, Jurandir Pacífico, o neto mais velho de Mãe Bernadete, Wellington, não acredita na conclusão das investigações da Polícia Civil (PC), de que traficantes de droga, a mando de um vendedor ilegal de madeira, teriam assassinado a matriarca, ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares.
O madereiro em questão é Sérgio Ferreira de Jesus, que segundo a polícia teria pedido a morte da ialorixá aos traficantes de drogas da região.
“Um morador, madeireiro, não conseguiria inflamar o fogo suficiente para que matassem uma pessoa idosa como Bernadete”, afirmou Wellington, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (17/11), em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Para o filho de Bernadete Pacífico, alguém mais influente estaria por trás da ordem do crime. Ele chegou a levantar de que seria uma pessoa oriunda da especulação imobiliária empresarial ou da mineração.
Leia mais: Filho de Mãe Bernadete contradiz versão da polícia e fala em ‘contrato do tráfico’
Conforme a PC, acompanhada pelo Ministério Público estadual (MP-BA), Sérgio também foi o responsável por indicar o melhor momento para que os dois executores, ligados ao tráfico, entrassem na casa da vítima e cometessem o crime - que completa três meses nesta sexta-feira.
A causa e a motivação do crime já são dadas como encerradas para a investigação. Porém, outras diligências relacionadas ao assassinato de Mãe Bernadete ainda seguem em curso. A primeira busca desdobrar conflitos por terra que acontecem dentro dos mais de 800 hectares do quilombo, enquanto a outra visa identificar os líderes e os nomes dos traficantes que atuam no crime organizado de Simões Filho, nas proximidades do Quilombo de Pitanga dos Palmares.
LEIA MAIS: Média de mortes de quilombolas dobra entre 2018 e 2022, diz pesquisa
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!