RETROSPECTIVA: Relembre os 10 fatos que mudaram os rumos da política em 2016
RETROSPECTIVA: Relembre os 10 fatos que mudaram os rumos da política em 2016
O ano de 2016 trouxe vários desdobramentos na política brasileira e mundial. Desde reformas na previdência até o impedimento de uma presidente — fato que não ocorria no Brasil desde 1992. Por conta disso, 2016 será lembrado pelos surpreendentes acontecimentos políticos que viraram assunto em todo o mundo.
Desde a última segunda-feira (26/12), o Aratu Online tem feito a retrospectiva dos principais assuntos de 2016. Já falamos sobre esporte, famosos e sobre os crimes que marcaram neste ano.
LEIA MAIS: RETROSPECTIVA: Relembre os 10 fatos que marcaram o universo esportivo em 2016
LEIA MAIS: RETROSPECTIVA: Relembre os 10 fatos que sacudiram o mundo dos famosos em 2016
LEIA MAIS: RETROSPECTIVA: Confira os 10 piores crimes que marcaram a Bahia neste (terrível) ano de 2016
A política, que há muito tempo era um assunto pouco discutido, virou um dos principais temas debatidos em diversos setores da sociedade. Vamos relembrar cada um deles.
Relembre:
1. TCHAU, QUERIDA
367×137.
Esta foi a contagem que fez o Brasil reviver em 17 de abril de 2016, apenas pouco mais de 23 anos depois, a abertura do segundo processo de impeachment do país que resultou no afastamento de outro chefe do Executivo.
Se na primeira vez foi Fernando Collor, em 2016, Dilma Rousseff (PT) foi a impedida da vez de completar o tempo de mandato que ainda lhe restava. O processo, no entanto, foi bastante controverso. Governistas defenderam que, contra a petista, não pesava acusações de crime de responsabilidade. A oposição, no entanto, levou a melhor.
No Senado, após seis dias de sessão e 60 horas de trabalho, por 61 votos a 20 Dilma foi afastada em 31 de agosto, punida por ter feito a abertura de créditos suplementares sem o consentimento do Congresso e pelas ?pedaladas fiscais?. Cinco dias antes do resultado do processo, Dilma respondeu perguntas de 48 senadores por cerca de 14 horas.
2. COMO VOTA, DEPUTADO?
O maior fiador do impeachment, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no petrolão. Em 2015, Cunha mentiu na CPI da Petrobras ao negar ser o titular de contas no exterior, alegando ser apenas o ?usufrutuário?.
Em 12 de setembro deste ano, por 450 votos a favor, dez contra e nove abstenções, Cunha teve seu mandato cassado por quebra de decoro parlamentar – falha na conduta individual que deve ser adotada por um político -, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Outro crime que entrou para o vocabulário dos brasileiros em 2016 foi o de peculato, quando um funcionário que tem o cargo de administração de verbas públicas é acusado por desvio de dinheiro. Quem representou bem o Brasil nesta modalidade foi o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tornou-se réu no final de novembro deste ano após ter desviado dinheiro do seu gabinete para pagar a pensão de sua filha em 2005. O pedido de afastamento foi feito pela Rede Sustentabilidade e atendido pelo ministro Marco Aurélio no início de dezembro.
O Plenário do Supremo, no entanto, manteve Renan na presidência sob a condição de que, enquanto réu, o senador só não pode assumir a Presidência da República.
3. TRUMP
As relações dos Estados Unidos com a Rússia e Cuba contribuíram para 2016 ser um ano de muitos acontecimentos para o país. O maior feito, no entanto, foi a surpreendente eleição para presidente do bilionário Donald Trump, do Partido Republicano, derrotando a candidata democrata Hillary Clinton nas eleições de 8 de novembro.
A vitória de Trump surpreendeu o mundo e os próprios norte-americanos, que confiaram nas pesquisas internas indicando uma possível eleição de Hillary. Sempre polêmico, o bilionário é acusado de xenofobia, racismo e sexismo e sem muito apoio dentro do próprio partido. Trump teve uma campanha recheada de declarações de efeito, muitas contrárias às políticas executadas pelo presidente Barack Obama.
O republicano, de certo modo, representa os anseios de parte da população norte-americana incomodada com a crescente imigração e perda de empregos. O que comprova isso é a vitória de Trump em estados com significativa área industrial dos Estados Unidos, onde houve grande desemprego nos últimos anos.
4. É O TREZE
Uma das maiores derrotas do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2016 foi a urna que deu: do terceiro lugar em números de prefeituras comandadas pela legenda em 2012, neste ano o partido desceu para décimo.
Este foi o pior resultado em 13 anos, quando o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva assumiu o comando do país. Mesmo disputando as eleições em 54 municípios, a legenda venceu em apenas um ? com os piores resultados nas grandes cidades.
Para além dos números, este resultado já era esperado desde que a crise política envolvendo o partido se instaurou no país. O espólio do PT pelo Brasil foi dividido entre sete partidos. PSDB, PSD, PP, PDT, PR, DEM e PTB ampliaram as prefeituras que vão administrar nos próximos quatro anos. O PSDB teve a maior ascensão: venceu as eleições em 793 municípios, 107 a mais que em 2012.
5. É NETO OUTRA VEZ
Se o ano foi ruim para a oposição, para o chefe do Executivo e, Salvador 2016 garantiu mais estabilidade para a atual gestão do Palácio Thomé de Sousa. Eleito o melhor prefeito do Brasil, ACM Neto (DEM-BA) foi reeleito já no primeiro turno com mais de 73% dos votos.
Entitulado ?o prefeito do povo?, Neto comprovou a fama vencendo seus seis adversários mesmo após ser fortemente criticado por ter participado de apenas um debate ? na emissora cujo dono é seu pai ? e não responder às perguntas e provocações dos demais concorrentes.
O democrata disputou a eleição de 2016 contra o Pastor Sargento Isidório (PDT), Cláudio Silva (PP), Fábio Nogueira (PSOL), Da Luz (PRTB), sua até então vice-prefeita Célia Sacramento (PPL) ? que será substituída pelo atual secretário de Promoção Social, Bruno Reis – e sua principal oponente, a deputada Alice Portugal (PCdoB).
6. OPERAÇÃO LAVA JATO
2016 foi o ano em que a Operação Lava Jato pisou no acelerador. O total de etapas da investigação de maior escândalo de corrupção da história do país chegou a 16. O número de ações no ano em que foi criada, 2014, somaram sete etapas. Em 2015, 14.
A operação tirou operadores financeiros, lobistas, ex-diretores da Petrobras, empreiteiros e alguns ex-parlamentares do sofá de grandes mansões e levou à cadeia nos últimos dois anos.
Entre os peixes grandes da classe política presos ? de forma preventiva ou temporária ? estão João Santana, marqueteiro das últimas três campanhas presidenciais do PT, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, o ex-senador Gim Argello, os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
A Operação foi responsável também pelo marcante episódio da condução coercitiva do ex-presidente Lula, levado para depor diante dos procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal.
7. OCUPA TUDO
Em outubro deste ano, o movimento de ocupações de escolas tomou conta do Brasil. Mais de mil escolas foram ocupadas por estudantes que não se conformam com as reformas na educação estabelecidas pelo governo Temer.
Quem está à frente das ocupações são os estudantes da rede pública de todo o país. Esses atos estão sendo executados pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Estima-se que o número de escolas ocupadas chegou a 1100, em 22 estados brasileiros (mais o Distrito Federal). O foco das ocupações foi no Paraná, onde 850 instituições foram tomadas. Os estudantes que participaram do movimento começaram a tomar as escolas no início do mês de outubro. A Justiça, porém, determinou a reintegração de posse de algumas das principais unidades.
8. TETO DOS GASTOS
Uma das primeiras medidas do governo Temer foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 ? inicialmente conhecida como PEC241. A proposta limita drasticamente os gastos públicos por duas décadas.
Reduzir os desembolsos do governo nas áreas da educação e da saúde é o ponto central da PEC, que tramitou e foi aprovada pela Câmara em novembro desse ano.
A PEC causou polêmica no país todo e deve atingir a parcela mais pobre da população. Já o governo alega que não vai existir prejuízo, apenas um maior realismo orçamentário.
9. REFORMA PREVIDENCIÁRIA
Desde que assumiu a presidência, o governo Temer tem usado e abusado das PECs. Desta vez, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287 prevê mudanças de regras na previdência social.
Na proposta, as sugestões são da fixação de uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres, atingindo os setores públicos e privado. A única área não afetada será a de militares.
Pelas regras propostas pela gestão Temer, o trabalhador que desejar se aposentar recebendo a aposentadoria integral deverá contribuir por 49 anos. Se aprovada, a PEC vai fazer com que o governo deixe de gastar R$ 740 bilhões em 10 anos.
10. TRÊS CONTRA TRÊS
Após a notificação de afastamento do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) ser desrespeitada pelo próprio presidente e a direção do senado, a relação entre os poderes executivos, legislativo e judiciário estremeceu.
Os ministros Celso de Mello, Teori Zavascki, Dias Toffoli, Luis Fux, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia votaram para que Renan continuasse na presidência. O ministro Marco Aurélio, Edson Fachin e Rosa Weber votaram a favor do afastamento de Calheiros do cargo.
Renan continuou na presidência saindo apenas da linha sucessória da presidência da república. Toda situação tem causado mau estar entre as casas. O caso foi encerrado pela “metade”. Pela exposição, o presidente Michel Temer chegou a pedir por mais ?união? entre os poderes. O governo atua em favor da permanência de Renan na presidência do Senado.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos na página facebook.com/aratuonline e também pelo youtube.com/televisaoaratu.