Rendimento médio do trabalhador baiano foi o pior do Brasil em 2022, aponta IBGE
Apesar do aumento na remuneração média obtida pelos baianos, o resultado da Bahia piorou em relação às outras unidades da federação.
A Bahia obteve o pior rendimento médio do trabalho entre todos os estados do Brasil, em 2022. É o que aponta a Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE, divulgada nesta quarta-feira (6/12).
De acordo com o levantamento, o rendimento médio de todos os trabalhos dos baianos foi, no ano passado, de R$ 1.662. O valor é maior que o observado em 2021: R$ 1.543 – crescimento de 5,12% abaixo da inflação do período, de 5,48%.
Apesar do aumento na remuneração média obtida pelos baianos, o resultado do estado piorou em relação às outras unidades da federação. Em 2021, a Bahia se posicionava melhor do que o Piauí (R$ 1.483) e Maranhão (R$ 1.494). Em 2022, os nordestinos ultrapassaram a Bahia – Maranhão foi para R$ 1.623, e o Piauí, para R$ 1.939.
Segundo a síntese apresentada pelo IBGE, o rendimento do trabalho é um dos mais importantes indicadores objetivos de qualidade da inserção do trabalhador no mercado laboral.
A Bahia também esteve abaixo da média brasileira, de R$ 2.659. Lideram a lista o Distrito Federal (R$ 4.403), São Paulo (R$ 3.254) e Rio de Janeiro (R$ 3.207).
DISPARIDADE RACIAL
Em 2022, no Brasil, a população ocupada de cor ou raça branca (R$3.273) ganhava, em média, 64,2% mais do que as de cor ou raça preta ou parda (R$1.994). Já os homens (R$2.838) recebiam 27% mais que as mulheres (R$2.235). Porém, o rendimento médio das mulheres brancas (R$2.858) superava o dos homens pretos ou pardos (R$2.230).
Em 2022, a população ocupada de cor ou raça branca recebia rendimento-hora de R$ 20, que era 61,4% maior que o da população de cor ou raça preta ou parda (R$12,4). Essa desigualdade ocorria em qualquer nível de instrução.
A maior diferença (37,6%) ocorreu entre quem tinha nível superior completo: R$ 35,30 para brancos e R$ 25,70 para pretos ou pardos.
Não há detalhamentos na síntese do IBGE para aferir se este cenário contribui para a Bahia ser a última no ranking. Contudo, segundo o instituto, o estado possui a maior população autodeclarada negra do país, com 3,5 milhões de pessoas.
No estado, também há disparidades entre pessoas brancas e negras. Em média, no estado, um homem branco ganha R$ 2.331. Por outro lado, um homem negro recebe R$ 1.530. A mesma diferença acontece de mulheres brancas (R$ 1.916) e para negras (R$ 1.453). No geral, uma pessoa branca, na Bahia, tem remuneração média de R$ 2.158, enquanto um negro, recebe R$ 1.500.
DADOS GERAIS
De 2021 para 2022, o percentual de pessoas ocupadas com vínculo empregatício recuou de 48% para 47,6%. Por outro lado, no período, a participação dos trabalhadores sem carteira de trabalho assinada e de trabalhadores por conta própria subiu de 45,6% para 46,4%.
Desta forma, a diferença na participação entre essas duas categorias de ocupação chegou a 1,2 ponto percentual, a menor desde 2012, início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
“Esse dado revela o crescimento da participação das ocupações socialmente menos protegidas na estrutura do mercado de trabalho brasileiro, situação distinta da verificada na primeira metade da década, especialmente em 2014, quando tal diferença foi a maior, em favor das ocupações com vínculo”, explica João Hallak, gerente da pesquisa. Em 2014, o percentual de ocupados com vínculo foi de 51,9%, contra 41,2% do grupo de ocupados sem carteira e trabalhadores por conta própria.
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