Professora denuncia Silvio Almeida por violência sexual: 'Se achou no direito de invadir as minhas partes íntimas'
No início da noite desta sexta-feita (6), após as denúncias virem a público, Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
A professora universitária Isabel Rodrigues, de Santo André, em São Paulo, usou as redes sociais, nesta sexta-feira (6/9), para dizer que também foi vítima de agressão sexual por parte do ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, em 2019. No início da noite desta sexta-feita (6), após as denúncias virem a público, Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em vídeo divulgado Instagram, Isabel conta que foi amiga e aluna de Almeida e que ele teria abusado dela.
"Dia 3 de agosto de 2019, foi o dia que, em um almoço, onde tinham mais pessoas, sofri violência sexual por parte do ministro. Sentei do lado dele e não sei por qual motivo ele se achou no direito de invadir as minhas partes íntimas sem o meu consentimento", relatou a professora.
Segundo ela, Silvio de Almeida era do Conselho Pedagógico da Escola de Governo e ela era aluna e professora. Atual candidata a vereadora em Santo André, ela disse que decidiu tornar público o caso em apoio às demais mulheres que levaram os casos à ONG Me Too Brasil.
"Faço por mim, faço por todas as pessoas, sejam crianças, jovens, adultos, homens ou mulheres que têm seus corpos invadidos. É inadmissível, ocasionam traumas praticamente impossíveis de serem superados."
Isabel diz ter feito "sessões de terapia" e que conversou com irmãs e amigos. "Pensei muitas vezes em denunciar. Não o fiz por vários motivos. O motivo maior foi o medo disso voltar contra mim".
O ministro de Direitos Humanos foi publicamente acusado por um grupo de mulheres de assediá-las sexualmente. Entre as supostas vítimas, está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Em nota oficial e vídeo publicados nas redes sociais, o ministro alega que as denúncias são falsas e que, se não forem comprovadas, as acusadoras deverão responder pelo crime de "denunciação caluniosa". O ministro também acionou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios para solicitar explicações da organização Me Too Brasil sobre denúncias de assédio sexual.
"Infelizmente, o ministro Silvio de Almeida cometeu violência sexual, sim. Faço essa declaração pelas mulheres, pelas crianças, pelas pessoas vulneráveis que têm seus corpos invadidos. Não somos objetos. O corpo do outro é um templo sagrado que deve ser respeitado. Deve!", declarou Isabel.
"Somos a voz dessas mulheres e de todos que sofrem violência sexual. Tomei a decisão porque essas mulheres estão sendo julgadas como mentirosas, como fazendo parte de um grupo contra o ministro. Faço essa declaração pública pelo compromisso com a verdade e a justiça", completou.
O caso vai ser investigado pela Polícia Federal (PF) que, nessa sexta-feira (6), anunciou que vai abrir inquérito.
Com informações do SBT News
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