Primeiro possível caso de 'superfungo' é identificado no Brasil em paciente na Bahia; entenda a doença
Primeiro possível caso de 'superfungo' é identificado no Brasil em paciente na Bahia; entenda a doença
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi notificada nesta última segunda-feira (7/12), sobre o possível primeiro caso positivo de infecção por Candida Auris no Brasil. O 'superfungo' foi encontrado em um paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva de um hospital da Bahia. O seu nome, assim como o da unidade médica, não foram revelados.
O processo teve início após análise realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz (Lacen) e pelo Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). De acordo com a Anvisa, já estão sendo realizados estudos mais detalhados para verificar o perfil de sensibilidade do microrganismo.
A Agência também informou que o Laboratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Medicina (Lemi–Unifesp), que atua como colaborador de referência para sequenciamento da Rede Nacional para identificação de Candida auris em serviços de saúde, realizará o sequenciamento genético (padrão-ouro) do microrganismo. Para acompanhar o caso e para prevenir a disseminação de Candida auris no país, foi organizada uma força-tarefa nacional composta por representantes da saúde. A Anvisa já emitiu um alerta de risco.
'SUPERFUNGO'
O fungo Candida Auris foi identificado pela primeira vez como causador de doença em humanos em 2009, no Japão. Ele é considerado muito perigoso, por ser resistente à maioria dos medicamentos que são usados para tratamento de agentes da mesma espécie. Segundo o doutor Adriano Oliveira, médico de referência em infectologia do Hospital Aliança, por conta disso, uma infecção causada por esse 'superfungo' é extremamente difícil de ser tratada.
"Do ponto de vista de sintomatologia e clínico, ele não se difere das outras Candidas. Causa infecção, que pode ser de corrente sanguínea e afetar artefatos que estejam no corpo do paciente, principalmente cateteres e sondas. O grande problema não é que causa uma doença mais grave, é que é mais difícil de ser tratado", explica o infectologista ao Aratu On.
Esse fungo é resistente, também, a desinfetantes e a maioria dos produtos usados para limpar superfícies, e pode sobreviver por um longo tempo. "Se começar a se tornar um fungo frequente em ambiente hospitalar, pode infectar pacientes doentes de UTIs e causar surtos", completa.
O médico esclarece, ainda, que por se parecer com fungos comuns do tipo Candida, os métodos biológicos para identificar a espécie podem falhar. Por isso, é necessária a apuração profunda dos serviços hospitalares para detectar o 'superfungo'. "A identificação desperta um alerta para um tratamento mais agressivo, antes que a doença venha a causar maiores lesões e, eventualmente, a morte do paciente", diz Oliveira.
O Candida Auris pode ser tratado com os medicamentos já conhecidos para fungos do tipo Candida, no entanto, não há garantia de que os procedimentos irão funcionar. "Pode ser que simplesmente não haja possibilidades de tratamento, não haja opções, por ele ser resistente a boa parte dessas substâncias", conclui o médico.
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