Prefeitura de Camaçari faz demolição de residências e moradores acusam ação de ser indevida: "É triste"

Moradores do bairro Jardim Brasília, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), acusam a prefeitura de ter demolido mais de 90 casas de forma indevida e sem aviso prévio. 

Durante ao vivo na Cidade Aratu, nesta sexta-feira (12/8), Erik Jonh, que mora há mais de 20 anos no local, mostrou um laudo técnico da Defesa Civil que afirma que a casa dele correria o risco de desabar. "Foi um laudo padrão para todas as casas, sendo que os técnicos não entraram para dizer se realmente tinham rachaduras ou risco de desabamento", afirmou.

Segundo os moradores, desde 2012 a prefeitura negocia a desapropriação das casas para a realização de uma obra no canal. "A gente queria saneamento básico, que o esgoto fluísse melhor... não que derrubassem nossas casas", relatou Erik, afirmando que até então não teria ocorrido acordo com relação à indenização das famílias.

"Dez anos pra cá vieram derrubando tudo, tirando a gente à força. É triste, né? Ver o lugar que você morou toda a vida ter sido destruído assim", desabafou o rapaz.

Na casa de Albert Jesus, de 22 anos, os funcionários da prefeitura iniciaram o serviço enquanto a família dele ainda estava dentro da casa. "Eles chegaram fazendo uma broca na parede da sala, sendo que tinham crianças no sofá. Um dos policiais que se comoveu e pediu para parar", contou revoltado. De acordo com Albert, a Defesa Civil não teria apresentado nenhuma ordem da justiça para que a família saísse do local. "Se tivesse a gente não tinha outra opção, precisava sair. Mas isso não aconteceu", garantiu. 

Com lágrimas nos olhos, Ilda Barbosa, que também teve a casa demolida, contou à equipe de reportagem que há 3 meses vive com o aluguel pago pela Prefeitura de Camaçari. "O que eu não entendo é porque eles demoliram a minha casa e deixaram a de funcionários da prefeitura e de parentes do prefeito em pé", questionou. "Isso é uma humilhação", acrescentando.

Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura de Camaçari ainda não havia se pronunciado sobre o caso.

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