Mulher que acusa Leandro Lehart de estupro e cárcere privado fala sobre o crime; "comecei a me debater pedindo para ele parar"
Ainda durante o abuso, o músico questionou se a mulher queria um relacionamento sério com ele, e proferiu falas racistas: "O que você acha que eu gostaria de uma negrinha como você?"
Rita de Cássia Correia, a mulher que acusa o cantor Leandro Lehart dos crimes de cárcere privado e estupro, deu mais detalhes sobre o caso em uma entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo (18/9).
De acordo com Rita, a relação entre ela e o músico começou em 2017, e eles já haviam tido relações sexuais antes do estupro. Porém, até então, ele nunca havia sido violento. Em 2019, como relatou a vítima, o cantor a imobilizou e a submeteu a uma situação que o Fantástico classificou como "um ato grotesco e escatológico de violência".
Os dois se conheceram após Rita mandar uma mensagem para Leandro elogiando o trabalho dele. Na ocasião, ela foi convidada para a casa do cantor, que fica na zona norte de São Paulo, para tocar piano e conhecer o estúdio. Nos cinco encontros, eles tiveram relações sexuais. "Sempre muito educado, muito gentil, muito cortês", relembrou Rita.
Tudo mudou em 2019: o "casal" estava no quarto do músico quando ele propôs que fossem para o banheiro. Lá, ele ficou agressivo, a imobilizou e realizou atos sexuais contra a vontade da mulher: "Na minha boca. Já comecei a me debater pedindo para ele parar e tentando tirá-lo de cima de mim, mas eu não conseguia. Ele ainda se masturbou até chegar ao orgasmo".
Após se incomodar com a reação negativa de Rita, Leandro a trancou no banheiro: "Gritava para ele me deixar sair de lá, e ele não deixava. 'Só vou te deixar sair daí quando você se acalmar para a gente poder conversar'. Ele disse que eu poderia fazer com ele da mesma forma porque eu estava exagerando, que eu ia ver que não é assim. Que só da primeira vez que eu iria ficar assim, assustada".
Ainda durante o abuso, o músico questionou se a mulher queria um relacionamento sério com ele, e proferiu falas racistas: "O que você acha que eu gostaria de uma negrinha como você?".
Após o episódio, Rita desenvolveu problemas emocionais graves, perdeu o emprego e chegou a tentar cometer suicídio. "Me joguei de um lance de escadas muito grande ali no desespero, querendo fugir de tudo o que eu estava passando".
Seis meses depois do abuso, Lehart procurou Rita para pedir desculpas: "Por mensagens, ele começou a se redimir sem assumir a sua culpa numa confissão". Antes dos crimes, o músico deu dinheiro para a mulher três vezes, em valores entre R$ 200 e R$ 900. Em outubro de 2020, ele registrou boletim de ocorrência acusando Rita de chantagem e extorsão.
RELEMBRE O CASO
Cantor, compositor e fundador do grupo Art Popular, Leandro Lehart foi sentenciado a nove anos, sete meses e seis dias de reclusão pelos crimes de estupro e cárcere privado. O crime foi cometido em 2019.
Deferida pela Justiça de São Paulo, a informação sobre a sentença foi dada pelo jornalista Reinaldo Gottino, da Record.
Por meio das redes sociais, o artista se manifestou sobre o caso: "Estou sendo vítima de uma grande injustiça, mas a verdade vai prevalecer em breve. São 40 anos de carreira e 50 anos de vida acreditando na justiça, e mesmo que ela tarde, ela não falha. E a maldade não prevalecerá nunca".
Em nota, a defesa de Lehart informou que confia na Justiça:
A defesa técnica de Leandro Lehart, em atenção aos pedidos da imprensa por comentários, informa que o caso corre em segredo de Justiça e ainda pende de decisão final, o que impede maiores considerações quanto aos fatos. De toda sorte, Leandro e seus advogados seguem confiantes no Poder Judiciário e que a verdade prevalecerá, com sua consequente absolvição.
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