Pela primeira vez, mulher trans tem pés lavados em basílica tradicional de Salvador
A empreendedora Brenda Souza, de 45 anos, vivenciou um marco histórico durante as celebrações da Semana Santa
Durante a celebração, Brenda viveu um momento histórico, acompanhada de refugiado e pessoas de outras religiões na Igreja do Bonfim, algo até então, pouco visto em um espaço conservador-tradicional.
"Foi muito importante e emocionante padre Edson me apresentar como uma pessoa trans. Me senti muito acolhida pela igreja e pelas pessoas que estavam lá. Isso vai ficar marcado por toda minha vida", contou Brenda.
"Ainda há muito preconceito, são espaços que nunca pensam que pessoas transexuais e travestis vão poder chegar. [O lava-pés] Mostra que é possível viver em sociedade, ter paz, amor", afirmou.
A MISSA
Na celebração da missa da Ceia do Senhor, o momento do lava-pés, é um ato que faz referência a quando Jesus lavou os pés de seus 12 discípulos. O ato aconteceu antes de sua morte e ressurreição.
As outras 11 pessoas que tiveram os pés lavados também não foram escolhidas por acaso; elas representam a diversidade étnica, religiosa, social e racial presentes na sociedade.
Entre elas, estavam um representante indígena, pessoas com outras religiões e um refugiado da Venezuela que foi acolhido pela Obra Social da Basílica Santuário Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim, o Projeto Bom Samaritano.
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