Guerra Santa? Internautas cobram apoio dos padres Fábio de Melo e Marcelo Rossi a Júlio Lancellotti
Em dezembro, foi protocolado, na Câmara Municipal de São Paulo, um pedido de abertura de investigação das organizações não governamentais que atuam na região conhecida como Cracolândia
Internautas cobraram um posicionamento dos padres Fábio de Melo e Marcelo Rossi em meio à possibilidade da abertura de uma CPI em São Paulo contra o Padre Júlio Lancellotti, que atua no centro da cidade, na região da Cracolândia, em apoio às pessoas em situação de rua e usuários de crack.
Após as manifestações nas redes sociais, Fábio de Melo, que tem sido chamado de "Alok de Aparecida" na internet, comentou sobre o assunto em uma postagem da Arquidiocese de São Paulo. Ele escreveu:
“Ao longo dos anos, em campanhas específicas, ajudei e divulguei o seu trabalho social. Recentemente falei com ele, prestei minha solidariedade. Neste momento, peço que Deus o fortaleça, que o conduza, e que tudo se esclareça o mais rápido possível”.
Já Marcelo Rossi não falou diretamente sobre o caso, e internautas apontam que o religioso estaria publicando indiretas nas redes sociais. Ele postou: "Se você não ouviu os dois lados da história, fique em silêncio". Confira o texto na íntegra:
“Quando estiver no calor da raiva, prefira ficar em silêncio. Se as suas palavras forem fofocas, escolha ficar em silêncio. Se você só vê defeito nas coisas ou pessoas, fique em silêncio. Se você não ouviu os dois lados da história, fique em silêncio”, publicou Rossi em um carrossel no Instagram. Na legenda do post, ele completou: “Amados, se soubéssemos o valor do silêncio… a palavra de Deus diz: ‘Silêncio vale ouro, silêncio não é covardia, mas sabedoria daqueles que amam a Deus’".
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CPI DA "MÁFIA DA MISÉRIA"
A Arquidiocese de São Paulo informou, por nota divulgada nesta quinta-feira (4/1), que “acompanha com perplexidade” a tentativa de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Padre Júlio Lancellotti.
Em dezembro de 2023, foi protocolado na Câmara Municipal de São Paulo um pedido de abertura de investigação das organizações não governamentais que atuam na região conhecida como Cracolândia, que concentra pessoas em situação de rua e com consumo abusivo de drogas na parte central da capital.
Apesar do coordenador da Pastoral do Povo de Rua não ser citado nominalmente no requerimento de abertura da CPI, o vereador que fez o pedido, Rubinho Nunes (União), fez diversas declarações, inclusive pelas redes sociais, nas quais afirma que Lancellotti é o principal alvo. Nunes também declarou que pretende dirigir a investigação contra o movimento "A Craco Resiste".
Em 2020, Nunes, então candidato a vereador, solicitou ao Ministério Público de São Paulo a abertura de um inquérito contra A Craco Resiste. Ele acusava a organização de favorecer o consumo de drogas. A investigação policial aberta, no entanto, foi arquivada sem encontrar qualquer irregularidade.
Na nota, a Arquidiocese de São Paulo questiona a coincidência dessa nova movimentação de Nunes, que é um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), em um ano de eleições municipais.
“Perguntamo-nos por quais motivos se pretende promover uma CPI contra um sacerdote que trabalha com os pobres, justamente no início de um ano eleitoral?”.
No requerimento de abertura de CPI, o vereador afirma que a intenção é investigar ONGs que “fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento dos dependentes químicos que frequentam a região da Cracolândia”.
Nunes justifica ainda a necessidade de investigação das organizações da sociedade civil, alegando que “algumas delas” “recebem financiamento público para realizar as suas atividades”.
O texto recebeu assinaturas de mais de um terço dos 55 vereadores do Legislativo paulistano. Porém, a CPI precisa ainda ser aprovada em plenário pela maioria da Câmara Municipal para ser efetivamente instalada.
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