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Enfermeira denunciada por racismo em pet shop fica em silêncio durante depoimento

Ela é investigada por crimes de injúria racial, agressão e ameaça contra duas funcionárias e a gerente da pet shop "Petz"

Por Da Redação

Enfermeira denunciada por racismo em pet shop fica em silêncio durante depoimentoSituação aconteceu no último dia 4 de janeiro | Foto: reprodução/redes sociais

A enfermeira Camilla Ferraz Barros, ex-gerente de operações do Hospital Mater Dei, em Salvador, permaneceu em silêncio durante depoimento, nesta sexta-feira (10), em uma unidade da Polícia Civil. Ela é investigada por crimes de injúria racial, agressão e ameaça contra duas funcionárias e a gerente da pet shop "Petz" situada na Avenida Luis Viana Filho (Paralela).


Responsável pelo caso, a delegada Patrícia Barreto falou à imprensa local que já foram ouvidas 18 pessoas, contando com Camilla, e o inquérito está em fase de finalizaão. As provas digitais já foram colhidas e a polícia aguarda, agora, o depoimento do marido da enfermeira.


Camilla saiu do local cobrindo o rosto com um casaco, o que foi flagrado pela imprensa local.


Áudio de desculpas


Mais cedo desta sexta-feira (10), viralizou um áudio que Camilla enviou aos colegas do Mater Dei, antes de ser demitida, no qual pedia desculpas. "Eu perdi o controle na loja e, após ser agredida fisicamente pela vendedora, acabei exagerando nas palavras. Peço desculpas a todos, especialmente às pessoas negras. Sei que a empresa vai me desligar, mas quero dizer que não sou essa pessoa."  


Relembre o caso


Duas funcionárias e a gerente da loja Petz, localizada no bairro do Imbuí, em Salvador, denunciaram Camilla Ferraz por racismo e agressão, após uma confusão ocorrida no último dia 4 de janeiro. Nas imagens gravadas por testemunhas, Camilla diz ser juíza e, acompanhada de um homem, grita com a gerente da loja, afirmando que ela havia "mudado a narrativa (da situação), como gente petista, baixa e preta", além de chamá-la de "vadia".


Veja o vídeo:




Segundo informações de uma das trabalhadoras da empresa especializada em pet shop, a situação começou quando Camilla foi até a farmácia da loja e pediu um vermífugo que seria destinado ao gato dela.  Ao ter o pedido negado pelo responsável pelo caixa, que não informou o nome da colega, a cliente voltou para onde a trabalhadora estava para olhar o nome dela no crachá e a teria agredido verbalmente. 


Com a repercussão, Camilla Ferraz Barros foi desmentida pelo Hospital Mater Dei, que informou que ela pertencia ao quadro de funcionários da unidade e repudiou a situação.


"O episódio ocorreu fora das instalações do hospital. Ainda assim, será instaurada uma sindicância interna para apuração dos fatos e definição das medidas a serem tomadas. De imediato, enquanto a sindicância acontece, e até a definição final, a colaboradora em questão estará afastada das suas funções", diz trecho da nota enviada ao Aratu On.


A Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB) também se pronunciou sobre o ocorrido, esclarecendo que a mulher acusada de racismo não integra os quadros da Magistratura baiana: "A Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB) informa que a mulher mencionada na reportagem sobre o incidente ocorrido na loja Petz, em Salvador, não integra os quadros da Magistratura baiana...A AMAB reitera que tanto a entidade quanto o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) repudiam veementemente qualquer prática de racismo, conduta inadmissível e configurada como crime, passível de punição nos termos da legislação brasileira".


Dados da Polícia Civil da Bahia indicam que foram registrados 1.272 casos de violência racial no estado, sendo 780 de injúria racial e 492 de racismo, entre janeiro e outubro do ano passado.


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