Com preço da carne aumentando, número de bovinos abatidos na Bahia é menor em 15 anos
Abate de porcos e frangos, assim como a produção de frangos, bateu mais um recorde positivo
Em 2021, assim como ocorreu no Brasil como um todo, a Bahia registrou recordes nos abates de frangos e suínos. Mesmo em um ano muito positivo para a produção da pecuária baiana, apenas o abate de bovinos recuou (-3,2%) e foi o menor desde 2006: 924.693 cabeças.
As informações são das Pesquisas Trimestrais da Produção Pecuária, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento do consumo de frangos e porcos muito provavelmente está associado ao valor destes, visto que a inflação tem aumentado consideravelmente o preço da carne bovina. A aquisição de leite cru e a produção de ovos também foram a maiores da série histórica no estado.
FRANGO
Foram abatidos 135.109.560 frangos no estado no ano passado, ou seja, 6,2% a mais do que em 2020 (mais 7,9 milhões de animais de um ano para o outro). Essa a maior quantidade em 15 anos, desde o início da contabilização do IBGE para esse indicador, em 2006.
O número também aponta sétimo avanço anual consecutivo no abate de frangos na Bahia, pois esse alimento vem crescendo desde 2015. No Brasil como um todo, foram abatidos 6,2 bilhões de animais, 2,8% a mais do que em 2020 (mais 169,9 milhões de cabeças).
SUÍNOS
Em 2021, o abate de suínos teve forte crescimento na Bahia (+48,1%) e foram abatidos 217.702 animais no estado. Aqui, o recorde é ainda mais intenso: foi a maior quantidade nos 24 anos de contabilização do IBGE, iniciada em 1997.
O abate de suínos apresenta avanços anuais seguidos na Bahia desde 2018, mas o aumento na passagem de 2020 para 2021 (+48,1%) foi o maior em 16 anos (desde 2005, quando havia sido de 52,9%). Para comparação, no Brasil como um todo o abate de suínos cresceu pouco mais de 7%.
OVOS
Com mais um forte crescimento de 2020 para 2021, a produção de ovos também foi recorde na Bahia, ficando em 73,846 milhões de dúzias - maior quantitativo em 20 anos, desde 2001, quando foi iniciada a série histórica do IBGE no estado.
A produção baiana de ovos em 2021 foi 26,6% maior que o ano anterior, o que representou mais 15,5 milhões de dúzias em um ano. Foi o segundo avanço anual consecutivo (o aumento havia sido de 31,0% entre 2019 e 2020).
No Brasil, o aumento foi de apenas 0,2% em relação a 2020, mas o suficiente para representar novo recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 1987.
LEITE
A aquisição de leite foi outro destaque positivo da produção pecuária baiana em 2021, batendo um novo recorde e chegando ao seu patamar mais alto em 24 anos (desde 1997). A média brasileira, entretanto, apresentou queda de 2,2% sobre a quantidade registrada em 2020. Foi a primeira redução após quatro anos de aumentos consecutivos, 2017 a 2020.
No ano passado, a Bahia apresentou o quinto aumento consecutivo (+4,7%) e chegou a 594,803 milhões de litros de leite adquiridos pelos estabelecimentos de laticínios sob algum tipo de inspeção sanitária no estado, cerca de 27 milhões de litros a mais do que em 2020.
Segundo o IBGE, o ano de 2021 foi marcado pela ocorrência de geadas e por um período seco mais intenso, que contribuíram para prejudicar as pastagens em algumas das principais regiões produtoras do país. Além disso, houve alta dos custos com aumento dos preços de insumos como a suplementação para o gado, o custo da energia e dos combustíveis, o que afetou a cadeia produtiva do leite.
BOVINOS
Na contra-mão do que ocorreu com os demais produtos da pecuária, em 2021 o abate bovino teve sua segunda queda consecutiva na Bahia e foi o menor em 15 anos.
Foram abatidos, no estado, 924.693 bovinos, 3,2% a menos do que em 2020 (menos 30.357 animais). De 2019 para 2020, o abate baiano de bovinos já tinha recuado de forma importante (-20,1%).
No país como um todo, em 2021, o abate de bovinos somou 27,54 milhões de cabeças, 7,8% a menos do que em 2020, quando o número também já havia caído (-7,9%) frente a 2019. Assim como em 2020, no ano passado se manteve a retenção de animais, principalmente das fêmeas, para fins de procriação. A arroba esteve valorizada, seguindo num ciclo de alta e fazendo com que o produtor evitasse o abate.
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