Influenciador é suspeito de maltratar filha de 2 anos com paralisia cerebral: 'Vontade de largar no orfanato'
Igor Viana, de 24 anos, também chamou de "trouxas" pessoas que fizeram doações via PIX para a criança
Morador de Anápolis, em Goiás, o influenciador Igor Viana, de 24 anos, é alvo de uma investigação sobre uma série de crimes relacionados à sua filha de 2 anos, que tem paralisia cerebral. Em declarações ao portal G1 Goiás, Viana chamou de “trouxas” os seguidores que fizeram doações para a menina via PIX, após ele mesmo ter feito as solicitações.
"Minha filha não tem PIX, então se eles foram trouxas, a culpa não é minha. Eu não sou obrigado a usar o dinheiro que eles mandam especificamente com a minha filha. Eu também tenho necessidade de serem supridas. Também sou um ser humano", disse Igor ao referido portal.
O influenciador argumentou que, como o dinheiro era enviado para sua conta, ele não tinha obrigação de gastar exclusivamente com a menina. Em áudios enviados à reportagem, Igor afirmou que a criança “é chata” e que já deu muito trabalho para ele. Disse ainda que sua vontade às vezes "é de largar na porta do orfanato”.
"Eu não imaginava que uma criança que tem 10% do cérebro funcionando fosse tão chata e pudesse me dar tanto problema. A vontade, às vezes, é de largar na porta do orfanato e deixar alguém se virar, alguém tomar conta", finalizou.
Em um dos vídeos investigados, Igor chama a filha de inútil após pedir que ela vá ao mercado. Segundo a responsável pelo caso, delegada Aline Lopes, a investigação começou neste mês e Igor é suspeito de maus-tratos, estelionato, desvio de proventos de pessoa com deficiência e por causar constrangimento à criança.
Ela disse que o que ele fez não era "uma brincadeira". "Você está expondo e causando constrangimento, não só a ela, mas a todas as crianças com deficiência, além da fala problemática no final. Tem outras postagens em que ele inferioriza a menina, causando constrangimento a ela pela condição de pessoa com deficiência", pontuou a delegada.
A mãe da criança também está sendo investigada por desviar o dinheiro recebido para a menina. "Ambos trabalham com a internet, mas a principal fonte de renda deles vem das doações que a menina recebe. Estamos apurando se houve desvio de dinheiro e se ele foi utilizado para algo que não seja o sustento e os tratamentos da menina”, descreveu a delegada.
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