Segurança nas escolas: governador em exercício da Bahia pede diálogo entre famílias e fala sobre criação de comitê
Segundo Geraldo Junior (MDB), o sentimento de pânico e angúsia é importado de outros países e não merece prosperar aqui
Por Juana Castro.
Após reunião com os secretários de Segurança Pública, Educação e Direitos Humanos, o governador em exercício na Bahia, Geraldo Junior (MDB), falou à imprensa, nesta sexta-feira (14/4), sobre as ações que serão tomadas com o objetivo de coibir atos violentos nas escolas do estado.
Na ocasião, Geraldo pediu que a sociedade civil confie na segurança pública e enfatizou a importância do diálogo dentro das famílias. "Pai, mãe... olhe com mais carinho para seu filho. Conversem com seus filhos. Isso pode ser o ponto focal de tudo o que estamos vivendo", disse.
COMITÊ
Ainda segundo o político, o governador Jerônimo Rodrigues (PT), que está na China, orientou o alinhamento de ações efetivas, de enfrentamento e de inteligência, praticadas forças policiais e em ações transversais em conjunto com entidades como o Tribunal de Justiça (TJ-BA) e o Ministério Público da Bahia (MP-BA), além da Polícia Federal (PF) e da Defensoria Pública do estado.
"Nós estamos em fase de elaboração de um comitê intersetorial de segurança nas escolas, que terá participacão dessas entidades, pra que a gente possa construir um modelo de segurança nas escolas, com participação efetiva em todos os sentidos", revelou.
"Polícia é segurança pública, mas segurança pública não é só polícia", afirmou, acrescentando que a Polícia Militar tem reforçado as rondas nas escolas, e que a Polícia Civil, por meio da Depin e Depon, tem atuado com ações de inteligência.
Segundo o governador em exercício, o sentimento de pânico e angúsia é importado de outros países e não merece prosperar aqui. "Não queremos um sentimento de ódio, [pois] essa nao é a prática do nosso governo, nem das escolas. Escolas foram feitas para formação social, para formação do cidadão", completou.
A reunião aconteceu na noite dessa quinta-feira (13/4), no Centro de Operações e Inteligência (COI) da SSP, no Centro Administrativo, em Salvador. Participaram do encontro os zecretários estaduais da Educação (SEC), Adélia Pinheiro; da Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Felipe Freitas; e da Segurança Pública (SPP), Marcelo Werner.
REUNIÃO
Durante o encontro, os titulares dos órgãos também discutiram novas estratégias para prevenir esses atos. As pastas já têm atuado de forma integrada desde as primeiras ocorrências registradas, com reforço no patrulhamento da Ronda Escolar e na criação de um canal de comunicação dos 27 Núcleos Territoriais de Educação (NTE’s) com a Segurança Pública estadual.
A secretária da Educação, Adélia Pinheiro, reforçou a importância da força-tarefa, inclusive com o envolvimento do Ministério da Educação, para coibir essa violência e proteger a comunidade escolar. “Passamos a tarde e a noite tratando sobre o assunto, sobre a forma como nos relacionaremos com o Ministério, com as representações dos municípios e das secretarias municipais da Educação. Além da ação conjunta com as secretarias estaduais”, destacou.
Desde o último dia 10 de abril, foram registradas, pelas polícias Civil e Militar, apreensões de 28 adolescentes e uma criança, além da prisão de um adulto. Os casos envolviam a produção e disseminação de fake news, porte de arma branca ou simulacro de pistola em escolas.
“A SSP continua com o reforço no policiamento, através da ronda escolar, não só na capital, mas em todas as cidades do interior do estado, assim como através da Polícia Civil, da Superintendência de inteligência, que vem tratando todas as denúncias e informações que a gente recebe com muita responsabilidade, para que possamos prevenir e até nos antecipar a qualquer tipo de evento desse estilo que esteja sendo planejado”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.
A Secretaria da Segurança Pública também tem orientado que informações sobre possíveis autores sejam repassadas através do Disque Denúncia, por meio do telefone 181, e que fotos, prints e vídeos sejam enviados através do site www.disquedenuncia.com ou pelo site do Ministério da Justiça (https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura).
O titular da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, Felipe Freitas, falou explicou que “o papel da pasta é promover a cultura de paz, além de acompanhar as ações, para garantir que os direitos da criança e adolescente sejam observados, tanto dos que estão sendo vítimas quanto dos acusados”.
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