Baianos concorrem a cargo nacional do MP; "me candidatei após profunda reflexão", diz candidato
Baianos concorrem a cargo nacional do MP; "me candidatei após profunda reflexão", diz candidato
Na próxima sexta-feira (25/10), os procuradores e promotores de Justiça da Bahia vão eleger, internamente, um novo nome para estar a frente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Neste pleito, quem vai disputar a vaga é o promotor Aroldo Almeida e a atual procuradora-geral, Ediene Lousado.
Estreando na corrida, Aroldo é promotor de Justiça Titular da 1ª Promotoria de Justiça de Santo Amaro, pós-graduado em Ciências Criminais e integrante da Operação Adsumus. De acordo com ele, a decisão de se candidatar ao cargo aconteceu após “profunda reflexão”.
“As últimas notícias do CNMP, inclusive a vedação de recondução de alguns membros, revelaram uma verdadeira retaliação a quem decide e se comporta de forma independente. Pelos relatos dos colegas que lá já estiveram, é preciso pensar, por meio de nossos representantes, em como defender o MP Brasileiro que está sob ataque e evitar a todo custo a instrumentalização do CNMP para interesses escusos e que visam atingir o cerne da nossa Instituição”, disse. Ele afirmou, ainda, que, com a politização, o CNMP sofre com os “vícios das ideologias políticas”.
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Por causa da candidatura de Ediene, quem escolherá o nome para ser encaminhado para o CNPG é a subprocuradora-geral de Justiça, Sara Mandra Moraes Rusciolelli, nomeada pela própria chefe do MP baiano para ocupar o cargo.
Confira abaixo artigo publicado por Aroldo Almeida:
CNMP: por uma autêntica representação
O processo eletivo interno para formação da lista tríplice para composição do Conselho Nacional do Ministério Público-CNMP, biênio 2019-2021, será realizado no próximo dia 25.10.2019. Após profunda reflexão decidi me habilitar ao pleito. Em linhas rápidas, o CNMP é hoje uma “supercorregedoria” dos membros do Ministério Público, com quatorze integrantes, cuja composição abarca 3 integrantes dos Ministério Públicos dos Estados. A eleição de sexta-feira próxima permitirá que o Ministério Público da Bahia encaminhe ao Conselho Nacional de Procuradores Gerais - CNPG, um nome seu e, a partir daí, o CNPG, entidade associativa de Procuradores-Gerais, com os nomes dos demais Estados e do Distrito Federal, escolha um só nome, que será aceito ou não pelo Senado, conforme disposto no art. 130-A da Constituição Federal.
Contudo, as últimas notícias do CNMP, inclusive a vedação de recondução de alguns membros, revelaram uma verdadeira retaliação a quem decide e se comporta de forma independente. Pelos relatos dos colegas, é preciso pensar, por meio de nossos representantes, em como defender o MP Brasileiro que está sob ataque e evitar a todo custo a instrumentalização do CNMP para interesses escusos e que visam atingir a essência do Ministério Público.
Para tanto, faz-se necessário o dever de restabelecer um processo verdadeiramente democrático de composição, pois, a politização de nossa Instituição trouxe, infelizmente, os vícios das ideologias políticas. É necessário romper com o sistema que “costura” a escolha dessas vagas do “fim para o começo”, com influência político-partidária, pois esses nomes, não raro, levam consigo as amarras próprias da troca de favores, que tanto minam o único propósito do órgão de manter a higidez institucional, o qual se submete a compromissos de punir membros destemidos, limitando a atuação firme e corajosa de todo o Ministério Público.
Como resultado disso, o Ministério Público se tornou uma fiel amostragem da realidade do povo brasileiro: uma maioria silenciosa nas mãos de uma minoria estridente e deliberativa. Entendo, portanto, que o membro do Ministério Público deve orientar suas opiniões e escolhas pelo que é justo e correto, avesso e imune às mesuras e às vassalagens tão próprias de um sistema fisiológico que, em nossa Instituição pretendo denunciar, a fim de que, nesse cenário auspicioso, a independência funcional não se transforme em mero artifício de retórica.
Dessa forma, em meio a esse panorama angustiante, tenho o dever de preservar, sempre, a minha integridade e a minha consciência. Lá, de fato, não poderei e nem pretendo me contrapor a tudo, mas, isso posso garantir, irei recusar a pactuar com tudo que contravenha a minha retidão e o interesse da sociedade.
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