Espancamento de filho de traficante liga sinal de alerta para maiores de idade em casa de detenção
Espancamento de filho de traficante liga sinal de alerta para maiores de idade em casa de detenção
O espancamento do adolescente Cláudio Eduardo Campanha da Silva Júnior, 19 anos, dentro da Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case) de Salvador liga o sinal de alerta para um problema recorrente em todo a Bahia. O da manutenção de jovens maiores de idade nas unidades destinadas apenas para menores.
Cláudio Campanha é um traficante de Salvador acusado de mais de 100 homicídios. Ele é ligado à facção criminosa Comando da Paz. Está preso atualmente no presídio do Catanduva, no Paraná, cumprindo pena de mais de 14 anos.
O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) não proíbe tal prática. Porém, na teoria, os agentes socioeducadores denunciam que os problemas – a exemplo do jovem espancado – sempre envolvem os maiores. “Nós sempre chamamos atenção para isso. Na gestão de Regina [Affonso de Carvalho] os problemas estão maiores”, pontua o agente que prefere se identificar como Reis. A mulher que ele se refere é a diretora da Fundação da Criança e Adolescente.
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Para o agente, a situação das Cases no Estado pode piorar. “Existem guerras de facções lá dentro, a exemplo do que aconteceu com o filho de Cláudio Campanha. O problema só não está pior pelo nosso trabalho” pontua. De acordo com Reis, nas comunidades existem jovens internados com mais de 21 anos, o que é proibido pelo ECA.
O Sindicato dos Socioeducadores da Bahia acredita que a solução para o problema seja a transferência dos adultos para o presídio. “Eles devem ser levados para um juiz da vara de execuções penais”, sintetiza Reis. A diretora da Fundac foi procurada pela reportagem do Aratu Online, mas não foi encontrada para comentar a situação.