DESAFINOU: Fanfarras denunciam dívida de R$ 200 mil da Secretaria da Educação com bandas
DESAFINOU: Fanfarras denunciam dívida de R$ 200 mil da Secretaria da Educação com bandas
Por Jean Mendes.
As fanfarras são uma das principais atrações dos desfiles cívicos que acontecem em toda a Bahia. No Estado, ganham destaque nas comemorações das Independências da Bahia e do Brasil, comemoradas em Dois de Julho e Sete de Setembro, respectivamente. Mesmo com este protagonismo, representantes das bandas reclamam de um atraso da Secretaria da Educação após as apresentações feitas nas festas no ano de 2016.

Apresentação de fanfarras em Vitória da Conquista no dia Dois de Julho.
O coordenador de uma das fanfarras que atua em escolas estaduais, Neijivan Pereira, conta que a dívida beira os R$ 200 mil. “O valor é referente às apresentações de 2016. São cerca de 35 grupos, incluindo aqueles que desfilaram também na festa de Cachoeira [Recôncavo baiano]”, resume.
Por meio do Facebook, o presidente da Associação Cultural de Bandas, Fanfarras e Filarmônicas da Bahia (ACBFFB), Luis Fernando de Almeida, criticou a postura da gestão estadual no tratamento do problema. “O governo do Estado, até o dia de hoje [13 de dezembro], não pagou as bandas e fanfarras que desfilaram nos desfiles cívicos da sua responsabilidade, mas destina patrocínio de R$ 1,7 milhão ao Festival de Verão via Bahiatursa”, escreveu na página virtual.
O patrocínio que Luis se refere foi destinado a uma festa particular que aconteceu em Salvador nos dias 10 e 11 de dezembro. “O decreto foi publicado na edição do dia 8 de dezembro do Diário Oficial. Remodelado, o evento deste ano saiu do Parque de Exposições e acabou sediado na Arena Fonte Nova”, disse o presidente da ACBFFB.

Patrocínio feito pelo Governo do Estado ao Festival de Verão. Foto: Diário Oficial
EM DIA?
Na contramão desta denúncia de atraso, a gestão estadual baiana destacou, no final de novembro, um levantamento que colocava a Bahia entre as unidades da federação que estavam em dia com os fornecedores por conta da crise financeira.
“Temos agido com extrema cautela para manter a operacionalização do Estado, preservando o papel do setor público como gerador de emprego e renda em um momento difícil para a economia, como acontece com os muitos empregos gerados pelas obras do metrô em Salvador”, comentou o secretário da fazenda, Manoel Vitório, na oportunidade.
Ainda na ocasião, o secretário fez questão de ressaltar que o Estado não está a salvo dos efeitos da crise. A regularidade no pagamento dos salários, exemplificou Vitório, tem sido um desafio, pois a Bahia deixou de receber em 2016, R$ 509,3 milhões do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
RESPOSTA
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação informou que está viabilizando o pagamento das fanfarras que participaram do desfile de 2 de julho. A pasta, porém, não definiu data para a quitar a dívida.
A secretaria pontuou ainda que realiza reuniões com as associações de instrutores de fanfarras para debater o funcionamento delas nas escolas públicas. O órgão explicou, também, que os regentes das bandas que atuam nas unidades de educação são voluntários contratados por meio de um programa do Governo Federal.
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