Impotência. Este é o sentimento que o presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, revela ter após dois crimes bárbaros chocarem à população LGBT em menos de 48 horas. O primeiro em nível estadual. Na última sexta-feira (10/6), dois corpos foram encontrados carbonizados dentro do porta-malas de um carro modelo HB20, de cor branca, após o veículo pegar fogo às margens rodovia BA-120, em Santaluz, a cerca de 260 quilômetros de Salvador.
A polícia trabalha com a hipótese de que os corpos possam ser dos professores Edivaldo Silva de Oliveira, conhecido como Nino, e Jeovan Bandeira. “É preciso que a polícia investigue mais fundo para punir esse crime que tem conotação homofóbica aparente. Na Bahia, de janeiro até hoje já são 17 homicídios praticados contra LGBTs”, afirmou Cerqueira.
A outra barbárie ocorreu na madrugada do último domingo (12/6). Desta vez, numa boate LGBT em Orlando, nos Estados Unidos. Um atirador, identificado como Omar Mateen, de 29 anos, entrou no estabelecimento e disparou contra centenas de pessoas. O suspeito portava um fuzil AR-15 e uma arma de pequeno porte, além de um “dispositivo” não identificado implantado nele. Ao todo, segundo a polícia, 50 morreram e 53 ficam feridos.
“O sentimento neste atual cenário é de impotência… por não poder fazer muita coisa diante de uma situação covarde como esta que vitimou 50 mártires LGBT na boate Pulse em Orlando. É preciso que os LGBTs de todo o mundo fiquem atentos aos comportamentos de pessoas que possam desembocar em fatos dramáticos como este. O terrorismo é algo que devemos repudiar e denunciar por ser algo covarde, fundamentado na ortodoxia religiosa extrema, precisamos ficar de olhos abertos aqui no Brasil, porque essa ousadia manda um recado para todos nós e para o ocidente”, ressaltou Cerqueira, que promete uma mobilização na próxima quinta-feira (16/6).
“Nessa próxima quinta, iremos ascender 200 velas nas escadarias da Catedral (Basílica Primacial São Salvador) , na Praça da Sé, em memoria a essas pessoas que foram mortas covardemente, sem sequer ter o direito de se defender. Convidamos toda comunidade LGBT de Salvador a participar desse ato conosco, também convidamos a população em geral, porque combater a homofobia é fortalecer a cidadania e os direitos coletivos e difusos das pessoas”, concluiu Cerqueira ao Aratu Online.
Fonte: Diego Adans