Trabalhador comprometeu quase 50% da renda para comprar cesta básica em dezembro, aponta DIEESE
Trabalhador comprometeu quase 50% da renda para comprar cesta básica em dezembro, aponta DIEESE
A cesta básica registrou aumento no mês de dezembro em relação ao anterior em Salvador. A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (08) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Os dados apontaram também que o brasileiro trabalhou mais horas apenas para comprar os alimentos básicos.
De acordo com o DIEESE, a cesta básica ficou 2,47% mais cara em dezembro. A cesta passou a custar R$ 331,20 em Salvador, contra os R$ 323,23 registrados em novembro. Em dezembro, a cesta na capital baiana foi 5ª mais barata, dentre as 18 capitais pesquisadas. Com isso, ainda segundo o levantamento, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 101 horas e 11 minutos, maior do que a jornada necessária em novembro, de 97 horas e 54 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador que “vive” com o salário comprometeu, em dezembro deste ano, 49,99% do dinheiro para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandavam 48,37%.
Estimativa
Os números acima apontam que o salário mínimo, que em janeiro passou a ser de R$ 880, está defasado. Tomando como base as pesquisas, o DIEESE apontou que o piso nacional deveria ser de R$ 3.518,51 em dezembro, valor que equivale a 4,47 vezes o salário mínimo de R$ 788,00.
Para estimar o valor do salário mínimo necessário, o DIEESE toma por base o maior custo apurado para a cesta básica, que em dezembro foi observado em Porto Alegre. Também leva em conta a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.