O jogo virou: Corinthians mostra amadorismo com sinais de xenofobia contra o Bahia

A fúria do Corinthians vai além das quatro linhas do futebol, e eu preciso falar sobre isso. Alegar aliciamento ou chamar o Bahia de "barriga de aluguel do Grupo City" é um sintoma de desespero. Essa é uma artimanha para diminuir um clube do Nordeste, uma equipe que busca atingir um patamar internacional. O Corinthians insinua que o sucesso desse novo rival Bahia só pode ser alcançado com manobras ilegais.

Desafiar o status quo é difícil mesmo. Quando um clube do Nordeste, antes visto como "menor", começa a competir por talentos, isso gera um extremo desconforto. Temos aí um novo capítulo de preconceito e xenofobia.

A indignação do Corinthians demonstra mais uma faceta do amadorismo da gestão, que camufla falhas com um discurso de vitimização. Aliás, o clube paulista tem um histórico de acusações de aliciamento e, inclusive, foi expulso do movimento dos clubes formadores do futebol. Outra coisa: em 2006, o São Paulo apelou até para a justiça e tirou o atacante Bruno César do Bahia, então com 18 anos. Isso a gente não esquece.

O Bahia começou a inverter a lógica de que as joias só estão nas vitrines do Sul e do Sudeste, e de que o Nordeste existia apenas para ceder craques em estado bruto, sem lapidação.

No passado, o ex-jogador Gérson, "Canhotinha de Ouro" da Seleção Brasileira de 70, ficou marcado com a expressão "o importante é levar vantagem em tudo", que fez em uma campanha publicitária para uma marca de cigarros. Enquanto a "Lei de Gérson" valia para Flamengo, Corinthians, Palmeiras e outros, estava tudo certo. Só que agora, meus amigos do Sul e do Sudeste, literalmente, o jogo virou.

Confira a íntegra da opinião no Aratu Notícias desta sexta-feira (15)

Leia também: Caio Alexandre evita polêmica com Corinthians e aponta “foco total”

Leia também: Bahia pega o Corinthians após rompimento de relações entre os clubes