Leila Pereira sugere boicote à Conmebol após casos de racismo
Leila sugeriu que clubes brasileiros não sejam mais filiados à Conmebol, responsável pela Libertadores
Por Juana Castro.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, sugeriu que os clubes brasileiros avaliem a possibilidade de deixar a Conmebol e se filiem à Concacaf, entidade que rege o futebol na América do Norte, Central e Caribe. A declaração foi feita nessa segunda-feira (10), depois da punição aplicada ao Cerro Porteño pelo caso de racismo contra o atacante Luighi, na última semana.

Leila Pereira | Foto: Cesar Greco Palmeiras
"Já que a Conmebol não consegue coibir esse tipo de crime [racismo], não consegue tratar os brasileiros com o tamanho que os clubes representam à Conmebol, por que não pensar em nos filiarmos à Concacaf? Só assim vão respeitar o futebol brasileiro. É uma coisa a se pensar", declarou Leila Pereira em entrevista à TNT Sports.
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A presidente do Palmeiras pretende discutir o tema com representantes de outros clubes brasileiros na próxima quarta-feira, em reunião na sede da CBF.
"Tenho uma reunião quarta-feira na CBF, vou conversar com os clubes brasileiros que vão estar lá e com o Ednaldo [presidente da CBF]. É uma semente a se plantar. Se não somos respeitados aqui na América do Sul, por que não ir à Concacaf? Com certeza, financeiramente seria melhor para os clubes brasileiros. Poderíamos pensar seriamente sobre isso", falou.
Carta enviada à FIFA
Além da possibilidade de mudança de federação, Leila Pereira informou que os clubes filiados à Libra e à LFU enviaram uma carta à Fifa na segunda-feira (11), solicitando a intervenção da entidade nos casos de racismo e na própria Conmebol.
"Escrevemos uma carta... Não só o Palmeiras, mas os clubes da Libra e LFU, para a Fifa, solicitando que ela intervenha nos casos de racismo e que intervenha na Conmebol para que as penalidades sejam mais pesadas. Protocolamos a carta hoje e vamos seguir acompanhando de forma firme, de perto. As lágrimas do Luighi machucaram o mundo inteiro."

Luighi | Foto: reprodução/Instagram
Críticas à punição da Conmebol
Leila também expressou indignação com a punição aplicada ao Cerro Porteño. O clube paraguaio foi multado em 50 mil dólares, obrigado a publicar mensagens contra o racismo nas redes sociais e teve um jogo com portões fechados na Libertadores Sub-20, no último domingo.
"Estou indignada com a pena aplicada pela Conmebol. Sub-20 não tem público, tinha meia dúzia de racistas naquele dia. A pena de 50 mil dólares para um crime de racismo... Se você atrasa [para entrar em campo], são 100 mil dólares, 78 mil se acender sinalizador. Vejam como a Conmebol encara o crime de racismo. É um absurdo", concluiu a dirigente.
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