Esportes

Copa 2023: Campeão olímpico, Canadá chega ao Mundial como um dos favoritos ao título

Depois do sucesso dos Jogos de Tóquio 2020, Canucks querem repetir boa campanha na Copa do Mundo

Por Da Redação

Copa 2023: Campeão olímpico, Canadá chega ao Mundial como um dos favoritos ao título
Até o dia 20 de julho, Aratu On traz perfis especiais sobre todas as seleções que disputarão a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023, sediada nos países da Austrália e Nova Zelândia. Será uma equipe por dia, seguindo o ranking feminino da FIFA em ordem decrescente, com exceção do Brasil que será o último perfil. Confira aqui as publicações anteriores desse especial.
Dentre os torneios entre seleções femininas de futebol, os Jogos Olímpicos são o segundo em importância, só perdendo para a Copa do Mundo em peso e magnitude dentro da modalidade. E dentro deste cenário, o Canadá é considerado um dos peritos do torneio, com o ouro de Tóquio 2020 sendo a sua campanha mais vitoriosa na competição. E com essa conquista recente, as Canucks querem repetir o feito nos mundiais, fazendo uma dobradinha que poucas equipes conseguiram na história.

Primeiros anos e torneios continentais
Apesar dos primeiros relatos do futebol feminino canadense datarem do ano de 1922, foi somente em 1986 que uma seleção local foi planejada. Na ocasião, a Associação Canadense de Futebol (CSA) preparou um programa visando o Torneio Experimental de 1988, no qual a FIFA esboçava a criação da Copa do Mundo para a modalidade.
“Haviam muitos céticos, era preciso muito trabalho duro, e haviam muitos velhotes na diretoria da CSA que desprezavam a ideia, porque só acreditavam no futebol masculino. Eles pensaram que era uma perda de tempo, um desperdício de dinheiro.", afirma Geri Donnelly, atleta e gerente admnistrativa da primeira equipe nacional canadense.

Na ocasião, o país disponibilizou pouco dinheiro e incentivo a equipe, que mesmo assim disputou a competição internacional. Pelo torneio, as Canucks terminaram a fase de grupos no segundo lugar com derrota para China, triunfo sobre a Costa do Marfim e empate com a Holanda. Classificadas para as quartas de final, perderam para a Suécia e deram adeus ao torneio.
Três anos depois, para a Copa do Mundo de 1991, as canadenses disputaram a única vaga da CONCACAF em um torneio organizado pela entidade continental. E mesmo liderando sua chave na primeira fase, derrotando Haiti, Costa Rica e Jamaica, as Canucks caíram na final perante um forte Estados Unidos com uma goleada de 5 a 0 para as estadunidenses.
A derrota não só frustrou os planos das mulheres do país, como também fez a CSA travar o investimento em relação ao selecionado. Foram dois anos sem qualquer atuação do Canadá em partidas amistosas ou jogos oficiais, retornando apenas em um torneio continental extra que contou com a participação da Nova Zelândia. Na ocasião foi uma vitória, um empate e uma derrota, sendo esta de novo para os EUA só que agora por 1 a 0.
Em 94, a disputa de um novo torneio continental, agora sediado no Canadá, deixou a equipe novamente na segunda posição atrás novamente do vizinho Estados Unidos. Mas apesar do vice-campeonato, a equipe garantiu vaga para sua primeira Copa do Mundo.
Copas do Mundo e lenta ascensão

Pelo Mundial de 95, as Rouges fizeram apenas um ponto ao empatar com a Nigéria e perderem para Inglaterra e Noruega (neste caso, por 7 a 0). O desempenho, mesmo irregular, dá uma nova visão ao país sobre o esporte e prepara a equipe para sediar o Campeonato da Concacaf de 1998. Na ocasião, os Estados Unidos não participam por já terem uma vaga garantida na Copa, fazendo com que as canadenses faturassem o título por 1 a 0 sobre o México.
Na Copa do Mundo de 1999, novo desempenho tímido na fase de grupos elimina precocemente as canadenses. A equipe estreia com empate de 1 a 1 com o Japão, mas perde novamente da Noruega (agora por 7 a 1) e também da Rússia.
O torneio da Concacaf de 2000 tem como convidados as equipes do Brasil e China, duas potências no cenário do esporte. E por conta destes dois convidados, o Canadá não consegue repetir as campanhas das edições anteriores, ficando na quarta colocação com tropeços sobre chinesas (duas vezes) e estadunidenses. Dois anos depois, um novo Campeonato da Concacaf é jogado e as Canucks não fazem feio, superando todas as adversárias até cair na final para os EUA.
Em um nível mais próximo que suas rivais, a seleção chega a Copa do Mundo de 2003. Uma nova geração de atletas, comandadas pela talentosa Charmaine Hooper e uma jovem Christine Sinclair, orquestrou uma revolucionária campanha que se iniciou com uma derrota para a Alemanha e vitórias sobre Argentina e Japão. Nas quartas, passaram pelas poderosas chinesas e só foram paradas pela Súecia nas semis. Na decisão de terceiro lugar, foram derrotadas pelas anfitriãs americanas por 3 a 1.
A campanha da Copa Ouro 2006 foi breve, com a equipe classificada direto às semifinais e chegando a decisão para cair na prorrogação para os Estados Unidos. Chegando ao Mundial de 2007, a equipe não conseguiu repetir a campanha da edição anterior, eliminada por Austrália e Noruega com Gana também desclassificada.
Medalhas olímpicas e sede da Copa do Mundo
As eliminatórias para os Jogos Olímpicos de 2008 reservaram surpresas e mostraram como o nível entre EUA e Canadá estava cada vez mais próximo. Na fase de grupos, as Rouges venceram Trinidad e Tobago por 6 a 0 e depois derrotaram a Costa Rica por 1 a 0. Nas semifinais, as canadenses venceram o México por 1 a 0 e se encontraram na final contra as americanas. Após 90 minutos de jogo regular e tempo adicional, o placar ficou no 1-1, com as estadunidenses se saindo melhor com o placar de 6 a 5. Apesar da derrota na final, o Canadá se classifica pela primeira vez para os Jogos Olímpicos.
Na competição, a equipe vence Argentina, empata com a China e perde para a Suécia. Indo para as quartas de final, encontraram novamente os EUA e foram eliminadas em mais uma disputa de penalidades.
Diferente dos outros anos, o Campeonato da Concacaf de 2010 teve novamente o Canadá como grande campeão. Mesmo com a participação das americanas com o elenco titular, as Canucks sequer encontraram as adversárias e decidiram o torneio contra um surpreendente México, vencendo as Astecas por 1 a 0. Entretanto, na Copa 2011, ficaram em último da chave ao perder para alemães, francesas e nigerianas.
Este acabou sendo o último ano em que o Canadá deixou de figurar no futebol internacional, passando a incomodar adversárias nas duas competições. Nos Jogos de 2012, se classificou como um dos melhores terceiros da primeira fase - enfrentando Suécia, Japão e África do Sul - e chegou às semifinais depois de eliminas as anfitriãs britânicas. Perderam mais uma vez para os EUA, desta vez na prorrogação, conquistando o bronze contra a França.

A Copa de 2015 é sediada no próprio Canadá e o país não faz feio na disputa. Lidera uma chave com China, Holanda e Nova Zelândia com uma vitória e dois empates. Nas oitavas eliminaram a Suiça, caindo nas quartas contra a Inglaterra. Um ano depois, nos Jogos de 2016, chegaram a sua segunda medalha de bronze ao liderar a sua chave contra Alemanha, Austrália e Zimbabue, vencer a França nas quartas e cair perante a Alemanha nas semi. No terceiro lugar, vencem o Brasil e sobem ao pódio.
Depois de mais um vice continental, a Copa do Mundo 2019 vem com mais uma boa campanha das Canucks na primeira fase. A equipe perde para a Holanda, mas vence Camarões e Nova Zelândia, indo as oitavas. Entretanto, caem perante as suecas e se despedem cedo da competição. O resultado é visto por muitos como a derrocada de uma geração e um possível declinio do país no futebol feminino. Mas o ano de 2021 prova o contrário.
Título Olímpico e Canadá na Copa do Mundo 2023
Com o atraso dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a disputa do futebol feminino acontece apenas em 2021 e reúne 12 equipes dos quatro cantos do mundo para a disputa de mais uma medalha. O Canadá termina a primeira fase invicto, mas na segunda colocação atrás apenas das britânicas e com apenas um triunfo sobre o Chile.
Com um esquema mais truncado e valorizando a posse  de bola, a equipe elimina o Brasil nos penaltis e chega a semifinal para derrotar os Estados Unidos por 1 a 0 em um jogo emocionante e cheio de rivalidade. Na decisão, empatam com a Suécia e recebem a medalha de ouro em outra intensa cobrança de tiros livres. Enfim a glória, campeão olímpica de 2021.

Para a Copa de 2023, classificada depois de outro vice-campeonato da Concacaf, as Canucks estreiam no dia 21/7 em Melbourne contra a Nigéria, voltam aos gramados no dia 26 com a Irlanda como adversária na cidade de Perh e finalizam a fase de grupos contra a anfitriã Austrália jogando mais uma vez em Melbourne.
O torneio servirá como despedida de várias atletas que compõem as Rouges, com o destaque principal para Christine Sinclair, um dos maiores nomes de todos os tempos do futebol canadense. Com 323 jogos e 190 gols pelo seu país, a atacante não é só uma referencia nos gramados como também na motivação e incentivo de um grupo de jogadoras das mais diferentes gerações.
"Ainda estou saudável e ainda amo jogar. Acordo todos os dias com vontade de ir treinar e ajudar meu time a vencer. E com a covid atrasando as Olimpíadas em um ano, e uma Copa do Mundo chegando mais cedo do que o habitual depois, achei muito difícil ir embora. Tive algumas conversas honestas com Bev e estamos levando isso mês a mês, jogo a jogo. Mas a Copa do Mundo é definitivamente o objetivo. Essa é a peça que está faltando", afirmou a atleta.
Além dela, outra veteranas que estarão no elenco são a meia Sophie Schmidt, as defensoras Kadeisha Buchanan e Ashley Lawrence, as atacantes Allysha Chapman e Adriana Leon.

Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no InstaFacebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Tópicos relacionados

Relacionadas

Aratu On

O Aratu On é uma plataforma focada na produção de notícias e conteúdos, que falam da Bahia e dos baianos para o Brasil e resto do mundo.

Política, segurança pública, educação, cidadania, reportagens especiais, interior, entretenimento e cultura.
Aqui, tudo vira notícia e a notícia é no tempo presente, com a credibilidade do Grupo Aratu.

Siga-nos

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.