Copa 2023: França chega ao Mundial honrando sua história e com desejo de título
Les Bleues são uma das equipes mais longevas no futebol feminino, mas nunca conquistaram um título pela modalidade
Até o dia 20 de julho, Aratu On traz perfis especiais sobre todas as seleções que disputarão a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023, sediada nos países da Austrália e Nova Zelândia. Será uma equipe por dia, seguindo o ranking feminino da FIFA em ordem decrescente, com exceção do Brasil que será o último perfil. Confira aqui as publicações anteriores desse especial.
Chegando a sua quinta copa, a França é considerada uma das pioneiras do futebol feminino na Europa e no Mundo. Porém, a equipe nunca chegou a conquistar um título nos torneios oficiais da UEFA e FIFA, amargando apenas um quarto lugar como sua melhor colocação. Agora, depois de sediar a competição em 2019, Les Bleues (As Azuis) retornam ao torneio com uma equipe mais experiente e que deseja superar todos os adversários para enfim levantar o caneco do Mundial.
Origem Antiga e Primeira Seleção
O futebol feminino tem uma história que na maioria das vezes é dividido em três partes: início secular, vetos e censuras governamentais e um recomeço estrutural. Porém, mesmo dentro deste panorama, existem cenários que são considerados pioneiros na profissionalização e até na resistência desta prática esportiva.
E um dos melhores exemplos deste pionerismo está na França, que seguiu o que estava sendo feito na Inglaterra, resistiu as intervenções autoritárias de cancelamento e estimulou o cenário que vemos hoje.
A primeira partida de futebol feminino francês aconteceu em 1917, com o primeiro embate entre seleções vindo à tona em 1920 com um França e Inglaterra no Estádio Pershing. Neste período, rapidamente aconteceram os primeiros campeonatos franceses da modalidade com as jogadoras mesmo amadoras recendo pagamento em dinheiro graças ao número de receita gerada pelo torneio.
Neste período, autoridades esportivas britânicas e francesas passam a fazer campanha contra o futebol feminino, mas a equipe nacional segue realizando amistosos e partidas internacionais até 1941, quando uma França parcialmente ocupada adere a proibição total e usa como referência o discurso médico figente na época, que justifica o futebol como impróprio para o corpo feminino.
Um retorno as equipes nacionais acontece apenas no final dos anos 60, quando França, Inglaterra, Alemanha e outras nações vizinhas reconhecem o esporte graças ao maior número de mulheres praticantes do esporte neste período. Nesta mesma época, é idealizado um Campeonato Europeu Feminino não reconhecido pela UEFA, mas com participação de italianas (campeãs), francesas, inglesas e dinamarquesas.
Em 1970, a França não participa do primeiro mundial informal da época, mas integra o segundo - em 1971 - perdendo para Dinamarca (campeã das duas edições do torneio) e Itália. Em 79 um novo esboço de Campeonato Europeu é criado, com as escandinavas novamente vencendo um torneio.
Neste mesmo período, o time feminino do Stade de Reims vai até Taiwan e consegue um importante resultado ao vencer o torneio que integra clubes e seleções de todo mundo na ilha asiática.
Início da era UEFA e má-fase das Azuis
Com a UEFA organizando o futebol feminino, se tem início a série de campeonatos continentais oficiais em 1984. Entretanto, o descaso da federação francesa cria uma situação complicada e bastante controversa em relação a uma das primeiras seleções da história.
Para chegar a fase final da primeira edição, a França vence apenas dois jogos, empata três e perde apenas um em sua chave, ficando apenas atrás da Itália, classificada ao torneio. Para o torneio de 87, o desempenho piora com apenas um triunfo e cinco derrotas, ficando em terceiro lugar do grupo.
Na Euro de 89, as francesas lideram o grupo com Tchecolováquia, Bélgica, Espanha e Bulgária. Entretanto, caem para a Itália no mata-mata e não chegam na competição. Para o torneio de 91, ficam atrás da Suécia com quase metade dos pontos de suas adversárias, piorando o desempenho para a Eurocopa de 93, em que somam apenas uma vitória e um empate na seletiva. Em 96 nova gangorra, empatando em pontos com as italianas e ficando de fora pelo saldo de gols.
Visando o torneio continental de 1997, enfim a vaga: França chega a repescagem como segunda de seu grupo e derrota a Finlândia em dois jogos eliminatórios. No torneio pela primeira vez, empatam com a Espanha na estreia, vencem a Rússia em seguida e perdem para a Suécia, eliminadas pelo saldo de gols contra as hispânicas.
Com esta classificação, o futebol feminino francês passa por uma metamorfose que muda completamente o panorama da equipe no cenário europeu e mundial. Em 1998, é iniciado um processo de apoio as francesas que se inicia do uso da mesma concentração e estrutura da equipe masculina.
A ideia acontece através da parceria entre Elisabeth Loisel, ex-atleta e nova treinadora da seleção feminina, com Aimé Jacquet, técnico do time masculino e campeão do mundo em 1998, Com a mudança das mulheres para Clairefontaine, o centro de treinamento ajudou a evoluir o nível técnico não só do time principal como das divisões de base da equipe.
Para o Mundial de 99 (o primeiro que as europeias não definiam vaga pelo desempenho na Euro), as eliminatórias são indigestas com as francesas ficando a frente apenas da Suíça em sua chave, sequer chegando ao mata-mata que daria acesso ou não a vaga.
Nova Era, Nova França
Sob o comando de Loisel, as francesas retornam a Euro em 2001, caindo perante Dinamarca e Noruega, mas vencendo a Itália no seu grupo. Dois anos depois, fazem boa eliminatória para a Copa do Mundo e conseguem vaga para a repescagem continental, eliminando a Dinamarca e depois a Inglaterra para chegar ao Mundial. Este confronto foi transmitido pela tv e teve um publico de 23 mil pessoas em Saint-Étienne.
Em seu primeiro torneio global, entretanto, cai em um grupo complicado com Noruega, Brasil e Coreia do Sul. Perdem para as nórdicas, superam as asiáticas e acabam empatando com as brasileiras, o que as elimina do torneio.
Classificada para mais uma EURO - desde 97 a França nunca deixou de se classificar ao torneio continental - as Azuis seguem sem passar de fase, mesmo conseguindo resultados expressivos: Nesta edição, vencem a Itália, empatam com a Noruega e são derrotadas pela Alemanha. As duas classificadas (alemãs e norueguesas) fazem a final do torneio.
Com o fracasso nas eliminatórias para a Copa de 2007, ficando três pontos atrás das rivais inglesas, a França muda de comando técnico e passa a ser gerido por Bruno Bini, que atuou nas divisões de base do selecionado.
Com conhecimento das novas atletas e o profissionalismo da primeira divisão francesa, a equipe dá um salto de qualidade que já é sentido na Eurocopa de 2009. Mesmo goleada pela Alemanha, vence Islândia e empata com a Noruega, classificando-se pela primeira vez ao mata-mata. Nas quartas, empata sem gols com a Holanda e encerra sua participação a perder na disputa de penaltis de 5 a 4.
Nas eliminatorias da Copa 2011, a França faz uma ótima primeira fase e sequer toma gols dentro de seu grupo. No mata-mata que define uma vaga, vence a Itália e retorna ao Mundial. Caindo no grupo com a anfitriã Alemanha, vence Nigéria e goleia o Canadá, classificando-se antecipadamente. Goleada pelas germânicas, chega as quartas para enfrentar a Inglaterra em um tenso 1 a 1 que termina com classificação francesa nas penalidades. Pelas históricas semifinais, caem perante os Estados Unidos, vice daquele ano.
A equipe termina na quarta colocação após perder para a Suécia na decisão de terceiro lugar, mas consegue vaga para os Jogos Olímpicos de 2012, o primeiro de sua história. E neste torneio, por pouco não conseguem uma medalha: terminam a fase de grupos na segunda posição, atrás das estadunidenses, derrotam a Suécia nas quartas e caem perando o Japão nas semifinais. Na decisão do bronze, derrota para o Canadá.
Protagonismo, Era de Ouro e sede da Copa
Apesar da equipe nunca mais ter alcançado as semifinais dos torneios que disputou, os anos que se seguiram foram os melhores para o futebol francês. A força do Lyon no cenário de clubes fez a equipe conquistar oito Champions League em 12 anos, alçando também uma geração de atletas para o protagonismo europeu. Dentre elas, o fenomeno Eugénie Le Sommer, uma das principais estrelas do selecionado.
Em 2013, Le Sommer ajudou a França a chegar em mais uma Eurocopa, com uma primeira fase em que terminou na liderança da chave contra Espanha, Rússia e Inglaterra. Inclusive sepultando uma grande vitória de 3 a 0 sobre as britânicas, eliminando a equipe do torneio. Infelizmente, nas quartas de final, os penaltis voltaram a frustrar o sonho das semifinais com as Bleues caindo para a Dinamarca.
Chegando a Copa de 2015 com status de favorita, as francesas venceram a Inglaterra, foram surpreendidas pela Colômbia e golearam o México para avançar a proxima fase. Nas oitavas (implementadas nesta edição), derrotaram a Coreia do Sul e foram às quartas de final contra a Alemanha. E então a maldição dos penaltis voltou a assombrar o time, eliminando o sonho de título depois de um empate em 1 a 1.
Nos Jogos do Rio, seguiram sem dificuldades de classificação e ficaram apenas atrás dos EUA. O problema mais uma vez esteve nas quartas, quando foram derrotadas em campo pelo Canadá, bronze daquele ano.
Na Euro de 2017, uma campanha irregular com vitória sobre a Islândia e empates contra Suíça e Áustria não abalaram a classificação francesa, que desta vez também sofreu a declassificação no gramado com o resultado de 1 a 0 para a Inglaterra.
Com o apoio cada vez maior da população e o sucesso crescente do futebol feminino em um cenário local, a França sediou a Copa do Mundo de 2019 e viu nesta oportunidade a sua grande chance de chegar ao título mundial.
A equipe iniciou a primeira fase de forma avassaladora, goleando a Coreia do Sul e vencendo Noruega e Nigéria. Nas oitavas, desbancaram o Brasil na prorrogação em um tenso 2 a 1, mas caíram novamente nas oitavas contra a favorita seleção dos EUA, campeã da edição.
Apesar da campanha não chegar além das quartas, o futebol francês segue crescendo no país e tem um de seus melhores momentos na história francesa. Apesar disso, conflitos das atletas mais importantes do elenco com a treinadora Corinne Deacon criam um clima de tensão e críticas a técnica da equipe nacional.
Apesar disso, ela comanda a França para a Euro 2021 (realizada em 2022), torneio em que as Azuis iniciam a primeira fase com triunfos em Itália e Bélgica, com empate frente à Islândia. A equipe vence a Holanda nas quartas e retorna a uma semifinal depois de 10 anos, caindo perante a Alemanha por 2 a 1.
França na Copa do Mundo 2023
Em mais uma campanha impecável nas eliminatórias, a França chega a Copa do Mundo pronta e totalmente empenhada na conquista do Mundial. Cabeça de chave do Grupo F, a equipe inicia sua trajetória no dia 23/7 contra a Jamaica em Sydney, retorna aos gramados no dia 29 contra o Brasil em Brisbane e voltam a Sydney no dia 2/8 para jogar contra o Panamá.
Contando com craques como Le Sommer, Kadidiatou Diani e Sakina Karchaoui, o grande nome da equipe hoje vai para a capitã Wendie Renard.
Zagueira com forte presença em campo e efetividade surpreendente no ataque, a atleta se tornou porta-voz e a cara de uma nação plural que mesmo com anos de evolução e perseverança no futebol, segue lutando por melhores condições de trabalho e igualdade em relação aos gêneros.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!
Chegando a sua quinta copa, a França é considerada uma das pioneiras do futebol feminino na Europa e no Mundo. Porém, a equipe nunca chegou a conquistar um título nos torneios oficiais da UEFA e FIFA, amargando apenas um quarto lugar como sua melhor colocação. Agora, depois de sediar a competição em 2019, Les Bleues (As Azuis) retornam ao torneio com uma equipe mais experiente e que deseja superar todos os adversários para enfim levantar o caneco do Mundial.
Origem Antiga e Primeira Seleção
O futebol feminino tem uma história que na maioria das vezes é dividido em três partes: início secular, vetos e censuras governamentais e um recomeço estrutural. Porém, mesmo dentro deste panorama, existem cenários que são considerados pioneiros na profissionalização e até na resistência desta prática esportiva.
E um dos melhores exemplos deste pionerismo está na França, que seguiu o que estava sendo feito na Inglaterra, resistiu as intervenções autoritárias de cancelamento e estimulou o cenário que vemos hoje.
A primeira partida de futebol feminino francês aconteceu em 1917, com o primeiro embate entre seleções vindo à tona em 1920 com um França e Inglaterra no Estádio Pershing. Neste período, rapidamente aconteceram os primeiros campeonatos franceses da modalidade com as jogadoras mesmo amadoras recendo pagamento em dinheiro graças ao número de receita gerada pelo torneio.
Neste período, autoridades esportivas britânicas e francesas passam a fazer campanha contra o futebol feminino, mas a equipe nacional segue realizando amistosos e partidas internacionais até 1941, quando uma França parcialmente ocupada adere a proibição total e usa como referência o discurso médico figente na época, que justifica o futebol como impróprio para o corpo feminino.
Um retorno as equipes nacionais acontece apenas no final dos anos 60, quando França, Inglaterra, Alemanha e outras nações vizinhas reconhecem o esporte graças ao maior número de mulheres praticantes do esporte neste período. Nesta mesma época, é idealizado um Campeonato Europeu Feminino não reconhecido pela UEFA, mas com participação de italianas (campeãs), francesas, inglesas e dinamarquesas.
Em 1970, a França não participa do primeiro mundial informal da época, mas integra o segundo - em 1971 - perdendo para Dinamarca (campeã das duas edições do torneio) e Itália. Em 79 um novo esboço de Campeonato Europeu é criado, com as escandinavas novamente vencendo um torneio.
Neste mesmo período, o time feminino do Stade de Reims vai até Taiwan e consegue um importante resultado ao vencer o torneio que integra clubes e seleções de todo mundo na ilha asiática.
Início da era UEFA e má-fase das Azuis
Com a UEFA organizando o futebol feminino, se tem início a série de campeonatos continentais oficiais em 1984. Entretanto, o descaso da federação francesa cria uma situação complicada e bastante controversa em relação a uma das primeiras seleções da história.
Para chegar a fase final da primeira edição, a França vence apenas dois jogos, empata três e perde apenas um em sua chave, ficando apenas atrás da Itália, classificada ao torneio. Para o torneio de 87, o desempenho piora com apenas um triunfo e cinco derrotas, ficando em terceiro lugar do grupo.
Na Euro de 89, as francesas lideram o grupo com Tchecolováquia, Bélgica, Espanha e Bulgária. Entretanto, caem para a Itália no mata-mata e não chegam na competição. Para o torneio de 91, ficam atrás da Suécia com quase metade dos pontos de suas adversárias, piorando o desempenho para a Eurocopa de 93, em que somam apenas uma vitória e um empate na seletiva. Em 96 nova gangorra, empatando em pontos com as italianas e ficando de fora pelo saldo de gols.
Visando o torneio continental de 1997, enfim a vaga: França chega a repescagem como segunda de seu grupo e derrota a Finlândia em dois jogos eliminatórios. No torneio pela primeira vez, empatam com a Espanha na estreia, vencem a Rússia em seguida e perdem para a Suécia, eliminadas pelo saldo de gols contra as hispânicas.
Com esta classificação, o futebol feminino francês passa por uma metamorfose que muda completamente o panorama da equipe no cenário europeu e mundial. Em 1998, é iniciado um processo de apoio as francesas que se inicia do uso da mesma concentração e estrutura da equipe masculina.
A ideia acontece através da parceria entre Elisabeth Loisel, ex-atleta e nova treinadora da seleção feminina, com Aimé Jacquet, técnico do time masculino e campeão do mundo em 1998, Com a mudança das mulheres para Clairefontaine, o centro de treinamento ajudou a evoluir o nível técnico não só do time principal como das divisões de base da equipe.
Para o Mundial de 99 (o primeiro que as europeias não definiam vaga pelo desempenho na Euro), as eliminatórias são indigestas com as francesas ficando a frente apenas da Suíça em sua chave, sequer chegando ao mata-mata que daria acesso ou não a vaga.
Nova Era, Nova França
Sob o comando de Loisel, as francesas retornam a Euro em 2001, caindo perante Dinamarca e Noruega, mas vencendo a Itália no seu grupo. Dois anos depois, fazem boa eliminatória para a Copa do Mundo e conseguem vaga para a repescagem continental, eliminando a Dinamarca e depois a Inglaterra para chegar ao Mundial. Este confronto foi transmitido pela tv e teve um publico de 23 mil pessoas em Saint-Étienne.
Em seu primeiro torneio global, entretanto, cai em um grupo complicado com Noruega, Brasil e Coreia do Sul. Perdem para as nórdicas, superam as asiáticas e acabam empatando com as brasileiras, o que as elimina do torneio.
Classificada para mais uma EURO - desde 97 a França nunca deixou de se classificar ao torneio continental - as Azuis seguem sem passar de fase, mesmo conseguindo resultados expressivos: Nesta edição, vencem a Itália, empatam com a Noruega e são derrotadas pela Alemanha. As duas classificadas (alemãs e norueguesas) fazem a final do torneio.
Com o fracasso nas eliminatórias para a Copa de 2007, ficando três pontos atrás das rivais inglesas, a França muda de comando técnico e passa a ser gerido por Bruno Bini, que atuou nas divisões de base do selecionado.
Com conhecimento das novas atletas e o profissionalismo da primeira divisão francesa, a equipe dá um salto de qualidade que já é sentido na Eurocopa de 2009. Mesmo goleada pela Alemanha, vence Islândia e empata com a Noruega, classificando-se pela primeira vez ao mata-mata. Nas quartas, empata sem gols com a Holanda e encerra sua participação a perder na disputa de penaltis de 5 a 4.
Nas eliminatorias da Copa 2011, a França faz uma ótima primeira fase e sequer toma gols dentro de seu grupo. No mata-mata que define uma vaga, vence a Itália e retorna ao Mundial. Caindo no grupo com a anfitriã Alemanha, vence Nigéria e goleia o Canadá, classificando-se antecipadamente. Goleada pelas germânicas, chega as quartas para enfrentar a Inglaterra em um tenso 1 a 1 que termina com classificação francesa nas penalidades. Pelas históricas semifinais, caem perante os Estados Unidos, vice daquele ano.
A equipe termina na quarta colocação após perder para a Suécia na decisão de terceiro lugar, mas consegue vaga para os Jogos Olímpicos de 2012, o primeiro de sua história. E neste torneio, por pouco não conseguem uma medalha: terminam a fase de grupos na segunda posição, atrás das estadunidenses, derrotam a Suécia nas quartas e caem perando o Japão nas semifinais. Na decisão do bronze, derrota para o Canadá.
Protagonismo, Era de Ouro e sede da Copa
Apesar da equipe nunca mais ter alcançado as semifinais dos torneios que disputou, os anos que se seguiram foram os melhores para o futebol francês. A força do Lyon no cenário de clubes fez a equipe conquistar oito Champions League em 12 anos, alçando também uma geração de atletas para o protagonismo europeu. Dentre elas, o fenomeno Eugénie Le Sommer, uma das principais estrelas do selecionado.
Em 2013, Le Sommer ajudou a França a chegar em mais uma Eurocopa, com uma primeira fase em que terminou na liderança da chave contra Espanha, Rússia e Inglaterra. Inclusive sepultando uma grande vitória de 3 a 0 sobre as britânicas, eliminando a equipe do torneio. Infelizmente, nas quartas de final, os penaltis voltaram a frustrar o sonho das semifinais com as Bleues caindo para a Dinamarca.
Chegando a Copa de 2015 com status de favorita, as francesas venceram a Inglaterra, foram surpreendidas pela Colômbia e golearam o México para avançar a proxima fase. Nas oitavas (implementadas nesta edição), derrotaram a Coreia do Sul e foram às quartas de final contra a Alemanha. E então a maldição dos penaltis voltou a assombrar o time, eliminando o sonho de título depois de um empate em 1 a 1.
Nos Jogos do Rio, seguiram sem dificuldades de classificação e ficaram apenas atrás dos EUA. O problema mais uma vez esteve nas quartas, quando foram derrotadas em campo pelo Canadá, bronze daquele ano.
Na Euro de 2017, uma campanha irregular com vitória sobre a Islândia e empates contra Suíça e Áustria não abalaram a classificação francesa, que desta vez também sofreu a declassificação no gramado com o resultado de 1 a 0 para a Inglaterra.
Com o apoio cada vez maior da população e o sucesso crescente do futebol feminino em um cenário local, a França sediou a Copa do Mundo de 2019 e viu nesta oportunidade a sua grande chance de chegar ao título mundial.
A equipe iniciou a primeira fase de forma avassaladora, goleando a Coreia do Sul e vencendo Noruega e Nigéria. Nas oitavas, desbancaram o Brasil na prorrogação em um tenso 2 a 1, mas caíram novamente nas oitavas contra a favorita seleção dos EUA, campeã da edição.
Apesar da campanha não chegar além das quartas, o futebol francês segue crescendo no país e tem um de seus melhores momentos na história francesa. Apesar disso, conflitos das atletas mais importantes do elenco com a treinadora Corinne Deacon criam um clima de tensão e críticas a técnica da equipe nacional.
Apesar disso, ela comanda a França para a Euro 2021 (realizada em 2022), torneio em que as Azuis iniciam a primeira fase com triunfos em Itália e Bélgica, com empate frente à Islândia. A equipe vence a Holanda nas quartas e retorna a uma semifinal depois de 10 anos, caindo perante a Alemanha por 2 a 1.
França na Copa do Mundo 2023
Em mais uma campanha impecável nas eliminatórias, a França chega a Copa do Mundo pronta e totalmente empenhada na conquista do Mundial. Cabeça de chave do Grupo F, a equipe inicia sua trajetória no dia 23/7 contra a Jamaica em Sydney, retorna aos gramados no dia 29 contra o Brasil em Brisbane e voltam a Sydney no dia 2/8 para jogar contra o Panamá.
Contando com craques como Le Sommer, Kadidiatou Diani e Sakina Karchaoui, o grande nome da equipe hoje vai para a capitã Wendie Renard.
Zagueira com forte presença em campo e efetividade surpreendente no ataque, a atleta se tornou porta-voz e a cara de uma nação plural que mesmo com anos de evolução e perseverança no futebol, segue lutando por melhores condições de trabalho e igualdade em relação aos gêneros.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!