Copa 2023: Em realidade distinta da equipe masculina, Argentina sonha com primeira vitória em jogos do Mundial
Em sua quarta copa feminina, a Albiceleste ainda não venceu na competição e tem grupo difícil na atual edição.
Até o dia 20 de julho, Aratu On traz perfis especiais sobre todas as seleções que disputarão a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023, sediada nos países da Austrália e Nova Zelândia. Será uma equipe por dia, seguindo o ranking feminino da FIFA em ordem decrescente, com exceção do Brasil que será o último perfil. Confira aqui as publicações anteriores desse especial.
Atual campeã mundial no futebol masculino, a Argentina tem uma realidade bem diferente em relação a sua seleção feminina. Mesmo que o país celebre o Dia da Jogadora por conta de um feito histórico que exalta a perseverança e o talento além das dificuldades impostas, os anos de invisibilidade e falta de apoio financeiro refletem na atual realidade das mulheres albicelestes no esporte: Vencer o primeiro jogo em um Mundial da FIFA e sonhar com uma vaga para as oitavas de final do torneio.
Origem de luta e glória
A prática do futebol feminino na Argentina remonta do final do século XIX e reflete a luta por reconhecimento e igualdade que existe no país sul-americano até os dias de hoje. Em uma sociedade que permitia a prática esportiva por mulheres por conta de prescrições médicas que "não alterassem o ideal feminino estabelecido", já existiram instituições e grupos sociais que estimulavam a competitividade e a busca pelo desempenho em alto nível.
Pesquisas históricas recentes remontam que as primeiras equipes locais surgiram nos anos 20, período em que o futebol feminino crescia em todo mundo. Entre eles, o clube Rio de La Plata é um dos mais reconhecidos daquele período. Com exibições acontecendo nas décadas seguintes, um dos fatos mais marcantes do esporte local acontece em 1971, quando um grupo de mulheres representa o país no II Mundial de Futebol Feminino, disputado no México.
Torneio que aconteceu sem chancela da FIFA, e a própria entidade não reconhece até os dias de hoje, essa competição aconteceu no México e reuniu seis equipes nacionais. A campeã foi a Dinamarca, que levantou o caneco pela segunda vez, mas as albicelestes conseguiram um feito notável que se transformou em data histórica e deu a equipe o apelido de Las Pioneras.
As argentinas foram a competição em uma situação de completo abandono da federação local e de qualquer autoridade nacional. Sem treinador e sequer chuteiras próprias, a equipe entrou em campo no dia 15 de agosto de 1971 e foi derrotada pelo México por 3 a 1. Logo depois, no dia 21, as albicelestes enfrentaram a Inglaterra naquele que parecia o último jogo da equipe no torneio. E em um feito marcante, superaram as britânicas por 4 a 1, com quatro gols de uma única atleta: Elba Selva.
Desde 2019, a data ficou marcada como Dia da Jogadora de Futebol e exalta o feito histórico de uma equipe que sempre existiu à margem de apoios e organização das associações competentes. No final dos anos 80, foi criada a Associação Argentina de Futebol Feminino (AAFF), que estimulou e organizou alguns torneios locais. Entretanto, a instituição teve pouco tempo de vida com a entrada da AFA e a organização dos primeiros campeonatos oficiais.
Era Moderna, Copas do Mundo e título continental
Com a chegada da FIFA ao futebol feminino e a organização de campeonatos pela entidade, as federações nacionais adotaram e oficializaram suas equipes nacionais. E isso não foi diferente com a Argentina.
Surgida em 1993, dois anos depois da primeira edição da Copa América Feminina, a Argentina entrou na competição de 1995 e fez uma boa campanha em relação aos seus adversários, com a exceção de um. Na estreia goleou o Equador por 5 a 1, para depois aplicar na Bolívia a maior goleada de sua história até os dias de hoje: 12 a 0.
Entretanto, o abismo que existia de toda a América do Sul em relação a Seleção Brasileira também era nítido com as albicelestes. Um 8 a 0 foi suficiente para mostrar que a única vaga para a Copa do Mundo, atribuída apenas ao vencedor da competição, não seria para as platenses. E equipe ainda derrotou o Chile por 1 a 0 e foi a decisão contra o mesmo Brasil, mas acabou derrotada por 2 a 0 na final.
Em 1998 um novo torneio aconteceu e desta vez as albicelestes tinham um incentivo a mais para competir: Além da vaga direta para a copa dada ao Campeão, o vice disputaria uma repescagem com um membro da Concacaf para seguir ao Mundial. Na disputa, agora com dois grupos e mata-mata, a Argentina não teve dificuldades na sua chave e terminou com 100% de aproveitamento. Nas semifinais, venceu o Peru na disputa de penaltis após empate por 1 a 1, sendo goleada pelo Brasil por 7 a 1 na decisão. Na repescagem, um duplo fracasso contra o México fez o sonho de chegar a Copa do Mundo seguir distante.
O ano de 2003 chegou com outra novidade que deu mais ânimo as argentinas. Agora, duas vagas diretas para a Copa seriam dadas ao campeão e vice do continental. Além disso, a derrota para as brasileiras por "apenas" 3 a 2 demonstravam uma evolução na equipe e no futebol local. Em seu primeiro Mundial, nos EUA, derrotas para Japão, Canadá e Alemanha deram um saldo negativo de 14 gols e uma perspectiva melhor sobre o cenário global do esporte.
Com aumento de clubes argentinos na prática do esporte e uma solidificação do campeonato nacional, ainda que amador, a Argentina apresentou uma crescente revolução entre 2003 a 2007, conseguindo uma série invicta de 14 partidas. Inclusive, derrotando o Brasil por 2 a 0 na final da Copa América de 2006 e indo para a Copa com a vaga de campeã do torneio. No Mundial, as albicelestes pegaram o grupo mais complicado da competição e foram derrotadas pela Alemanha (campeã daquele ano) por 11 a 0, pelo Japão por 1 a 0 e pela Inglaterra por 6 a 1. Além do Mundial, participaram dos Jogos de 2008 e também perderam todas suas partidas.
Era das trevas e luta por reconhecimento
O que parecia um futuro promissor acabou se tornando o momento mais grave do futebol feminino na Argentina. Com a evolução dos países vizinhos, as Copas América de 2011 e 2014 foram penosas as albicelestes, com um quarto lugar nas duas edições e sem vaga nem para Copa do Mundo, muito menos os Jogos Olímpicos. A já complicada realidade se tornou mais desfavorável com o fim do pouco financiamento pela AFA, o que rendeu a equipe existir sem recursos e sequer treinador.
Sem atividade por dois anos, inclusive saindo do ranking da FIFA, as coisas passaram a ir para outro caminho com a chegada do treinador Carlos Borrello, demitido anteriormente. "Voltei em 2017 e quando voltei para casa, todo mundo tinha mudado, Tínhamos um time feminino, mas tínhamos apenas 15 dias para treinar antes da Copa América. Não sabíamos muito, porque eu não tinha muito material para ver.", completou.
Na preparação para a Copa América de 2018, a falta de recursos fez com que as atletas entrassem em greve e reinvidicassem melhorias ao seu tratamento dentro e fora de campo. Elas entraram em greve, pararam de treinar e pararam de jogar novamente depois de um amistoso com o Uruguai em agosto de 2017. Elas se sentaram com o conselho da AFA e disseram: queremos isso e queremos aquilo. Por causa disso, eles agora treinam em grama de verdade, não em plástico. Elas têm vestiários e acomodações.", reitera Borello.
As argentinas chegaram no torneio continental precisando superar não só as dificuldades internas, quanto também a crescente evolução de adversárias como Colômbia e Chile, que tomaram o protagonismo ao lado do Brasil. Na primeira fase, uma derrota de 3 a 1 para a Seleção Canarinho não esmureceu a equipe, que venceu Bolívia, Equador e Venezuela para chegar à fase final.
No quadrangular final, venceram a Colômbia por 3 a 1 e mostraram que estavam vivas por uma das vagas. E mesmo com a derrota para Argentina e Chile, a equipe conseguiu a vaga para a repescagem contra o Panamá. Venceram as centro-americanas, indo para sua terceira Copa do Mundo.
Pela frente, um grupo difícil com Japão (atual vice-campeão), Inglaterra (terceiro lugar em 2015) e Escócia não parecia sorrir para as albicelestes. Entretanto, um chocante empate em 0 a 0 com as japonesas já fez a festa da equipe, que agora tinha contratos profissionais assinados e a atenção de uma nação, que parava oficialmente pela primeira vez para assistir sua equipe de mulheres em transmissões de tv. Na segunda rodada, a derrota por 1 a 0 contra as inglesas já era esperado, mas ainda frustrou os torcedores. Na última rodada, um heróico empate em 3 a 3 com as escocesas (depois de estar perdendo por 3 a 0), fez um país cair em lágrimas e entender o drama vivido pelas suas conterrâneas.
Argentina na Copa do Mundo 2023
Após a campanha de 2019, o futebol feminino da Argentina sofreu uma revolução. Com a força do movimento Ni Uno Menos, que abordava o combate ao machismo e igualdade de gêneros em diversos segmentos sociais do país, as atletas passaram a ter voz mais ativa na sociedade e se tornaram rostos conhecidos nas tvs e redes sociais.
O futebol argentino instituiu regras de profissionalização para sua principal liga e atletas locais passaram a atuar em equipes espanholas, brasileiras e mexicanas. Entretanto, o alcance das mudanças ainda é pequeno e bastante irregular em relação as praças vizinhas e até no funcionamento interno do esporte.
Em 2022, a Argentina retorna a Copa América com ânimos renovados e faz uma boa primeira etapa, perdendo apenas para o Brasil em sua chave. Nas semifinais, a derrota para a Colômbia por 1 a 0 joga um banho de água fria as albicelestes e mostra que a evolução do futebol local ainda precisa avançar no país. Entretanto, o aumento de vagas ao Mundial deu mais uma chance a seleção em uma emocionante decisão de 3º lugar contra o Paraguai. O placar de 3 a 1 fez explodir uma equipe que segue na luta por um futuro melhor.
Presente no Grupo G da Copa, as argentinas estreiam no dia 24/7 no Eden Park, em Auckland, onde enfrentam a Itália. Já no dia 28, as albicelestes encontram a África do Sul no Forsyth Barr Stadium, em Dunedin e encerram sua participação na primeira fase contra a Suécia, no dia 2/8 em Hamilton.
Para a disputa do Mundial, a esperança das Argentinas remonta em uma atleta que retornou a equipe na Copa América e já anunciou que a Copa do Mundo será seu último torneio pelo selecionado. Estamos falando de Estefanía Banini, meio-campista decisiva no esquema tático e que motiva todo o elenco para superar os adversários. Além dela, outros destaques do grupo são as atacantes Yamila Rodríguez, Florencia Bonsegundo e Mariana Larroquete, além das defensoras Eliana Stábile e Aldana Cometti.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!
Atual campeã mundial no futebol masculino, a Argentina tem uma realidade bem diferente em relação a sua seleção feminina. Mesmo que o país celebre o Dia da Jogadora por conta de um feito histórico que exalta a perseverança e o talento além das dificuldades impostas, os anos de invisibilidade e falta de apoio financeiro refletem na atual realidade das mulheres albicelestes no esporte: Vencer o primeiro jogo em um Mundial da FIFA e sonhar com uma vaga para as oitavas de final do torneio.
Origem de luta e glória
A prática do futebol feminino na Argentina remonta do final do século XIX e reflete a luta por reconhecimento e igualdade que existe no país sul-americano até os dias de hoje. Em uma sociedade que permitia a prática esportiva por mulheres por conta de prescrições médicas que "não alterassem o ideal feminino estabelecido", já existiram instituições e grupos sociais que estimulavam a competitividade e a busca pelo desempenho em alto nível.
Pesquisas históricas recentes remontam que as primeiras equipes locais surgiram nos anos 20, período em que o futebol feminino crescia em todo mundo. Entre eles, o clube Rio de La Plata é um dos mais reconhecidos daquele período. Com exibições acontecendo nas décadas seguintes, um dos fatos mais marcantes do esporte local acontece em 1971, quando um grupo de mulheres representa o país no II Mundial de Futebol Feminino, disputado no México.
Torneio que aconteceu sem chancela da FIFA, e a própria entidade não reconhece até os dias de hoje, essa competição aconteceu no México e reuniu seis equipes nacionais. A campeã foi a Dinamarca, que levantou o caneco pela segunda vez, mas as albicelestes conseguiram um feito notável que se transformou em data histórica e deu a equipe o apelido de Las Pioneras.
As argentinas foram a competição em uma situação de completo abandono da federação local e de qualquer autoridade nacional. Sem treinador e sequer chuteiras próprias, a equipe entrou em campo no dia 15 de agosto de 1971 e foi derrotada pelo México por 3 a 1. Logo depois, no dia 21, as albicelestes enfrentaram a Inglaterra naquele que parecia o último jogo da equipe no torneio. E em um feito marcante, superaram as britânicas por 4 a 1, com quatro gols de uma única atleta: Elba Selva.
Desde 2019, a data ficou marcada como Dia da Jogadora de Futebol e exalta o feito histórico de uma equipe que sempre existiu à margem de apoios e organização das associações competentes. No final dos anos 80, foi criada a Associação Argentina de Futebol Feminino (AAFF), que estimulou e organizou alguns torneios locais. Entretanto, a instituição teve pouco tempo de vida com a entrada da AFA e a organização dos primeiros campeonatos oficiais.
Era Moderna, Copas do Mundo e título continental
Com a chegada da FIFA ao futebol feminino e a organização de campeonatos pela entidade, as federações nacionais adotaram e oficializaram suas equipes nacionais. E isso não foi diferente com a Argentina.
Surgida em 1993, dois anos depois da primeira edição da Copa América Feminina, a Argentina entrou na competição de 1995 e fez uma boa campanha em relação aos seus adversários, com a exceção de um. Na estreia goleou o Equador por 5 a 1, para depois aplicar na Bolívia a maior goleada de sua história até os dias de hoje: 12 a 0.
Entretanto, o abismo que existia de toda a América do Sul em relação a Seleção Brasileira também era nítido com as albicelestes. Um 8 a 0 foi suficiente para mostrar que a única vaga para a Copa do Mundo, atribuída apenas ao vencedor da competição, não seria para as platenses. E equipe ainda derrotou o Chile por 1 a 0 e foi a decisão contra o mesmo Brasil, mas acabou derrotada por 2 a 0 na final.
Em 1998 um novo torneio aconteceu e desta vez as albicelestes tinham um incentivo a mais para competir: Além da vaga direta para a copa dada ao Campeão, o vice disputaria uma repescagem com um membro da Concacaf para seguir ao Mundial. Na disputa, agora com dois grupos e mata-mata, a Argentina não teve dificuldades na sua chave e terminou com 100% de aproveitamento. Nas semifinais, venceu o Peru na disputa de penaltis após empate por 1 a 1, sendo goleada pelo Brasil por 7 a 1 na decisão. Na repescagem, um duplo fracasso contra o México fez o sonho de chegar a Copa do Mundo seguir distante.
O ano de 2003 chegou com outra novidade que deu mais ânimo as argentinas. Agora, duas vagas diretas para a Copa seriam dadas ao campeão e vice do continental. Além disso, a derrota para as brasileiras por "apenas" 3 a 2 demonstravam uma evolução na equipe e no futebol local. Em seu primeiro Mundial, nos EUA, derrotas para Japão, Canadá e Alemanha deram um saldo negativo de 14 gols e uma perspectiva melhor sobre o cenário global do esporte.
Com aumento de clubes argentinos na prática do esporte e uma solidificação do campeonato nacional, ainda que amador, a Argentina apresentou uma crescente revolução entre 2003 a 2007, conseguindo uma série invicta de 14 partidas. Inclusive, derrotando o Brasil por 2 a 0 na final da Copa América de 2006 e indo para a Copa com a vaga de campeã do torneio. No Mundial, as albicelestes pegaram o grupo mais complicado da competição e foram derrotadas pela Alemanha (campeã daquele ano) por 11 a 0, pelo Japão por 1 a 0 e pela Inglaterra por 6 a 1. Além do Mundial, participaram dos Jogos de 2008 e também perderam todas suas partidas.
Era das trevas e luta por reconhecimento
O que parecia um futuro promissor acabou se tornando o momento mais grave do futebol feminino na Argentina. Com a evolução dos países vizinhos, as Copas América de 2011 e 2014 foram penosas as albicelestes, com um quarto lugar nas duas edições e sem vaga nem para Copa do Mundo, muito menos os Jogos Olímpicos. A já complicada realidade se tornou mais desfavorável com o fim do pouco financiamento pela AFA, o que rendeu a equipe existir sem recursos e sequer treinador.
Sem atividade por dois anos, inclusive saindo do ranking da FIFA, as coisas passaram a ir para outro caminho com a chegada do treinador Carlos Borrello, demitido anteriormente. "Voltei em 2017 e quando voltei para casa, todo mundo tinha mudado, Tínhamos um time feminino, mas tínhamos apenas 15 dias para treinar antes da Copa América. Não sabíamos muito, porque eu não tinha muito material para ver.", completou.
Na preparação para a Copa América de 2018, a falta de recursos fez com que as atletas entrassem em greve e reinvidicassem melhorias ao seu tratamento dentro e fora de campo. Elas entraram em greve, pararam de treinar e pararam de jogar novamente depois de um amistoso com o Uruguai em agosto de 2017. Elas se sentaram com o conselho da AFA e disseram: queremos isso e queremos aquilo. Por causa disso, eles agora treinam em grama de verdade, não em plástico. Elas têm vestiários e acomodações.", reitera Borello.
As argentinas chegaram no torneio continental precisando superar não só as dificuldades internas, quanto também a crescente evolução de adversárias como Colômbia e Chile, que tomaram o protagonismo ao lado do Brasil. Na primeira fase, uma derrota de 3 a 1 para a Seleção Canarinho não esmureceu a equipe, que venceu Bolívia, Equador e Venezuela para chegar à fase final.
No quadrangular final, venceram a Colômbia por 3 a 1 e mostraram que estavam vivas por uma das vagas. E mesmo com a derrota para Argentina e Chile, a equipe conseguiu a vaga para a repescagem contra o Panamá. Venceram as centro-americanas, indo para sua terceira Copa do Mundo.
Pela frente, um grupo difícil com Japão (atual vice-campeão), Inglaterra (terceiro lugar em 2015) e Escócia não parecia sorrir para as albicelestes. Entretanto, um chocante empate em 0 a 0 com as japonesas já fez a festa da equipe, que agora tinha contratos profissionais assinados e a atenção de uma nação, que parava oficialmente pela primeira vez para assistir sua equipe de mulheres em transmissões de tv. Na segunda rodada, a derrota por 1 a 0 contra as inglesas já era esperado, mas ainda frustrou os torcedores. Na última rodada, um heróico empate em 3 a 3 com as escocesas (depois de estar perdendo por 3 a 0), fez um país cair em lágrimas e entender o drama vivido pelas suas conterrâneas.
Argentina na Copa do Mundo 2023
Após a campanha de 2019, o futebol feminino da Argentina sofreu uma revolução. Com a força do movimento Ni Uno Menos, que abordava o combate ao machismo e igualdade de gêneros em diversos segmentos sociais do país, as atletas passaram a ter voz mais ativa na sociedade e se tornaram rostos conhecidos nas tvs e redes sociais.
O futebol argentino instituiu regras de profissionalização para sua principal liga e atletas locais passaram a atuar em equipes espanholas, brasileiras e mexicanas. Entretanto, o alcance das mudanças ainda é pequeno e bastante irregular em relação as praças vizinhas e até no funcionamento interno do esporte.
Em 2022, a Argentina retorna a Copa América com ânimos renovados e faz uma boa primeira etapa, perdendo apenas para o Brasil em sua chave. Nas semifinais, a derrota para a Colômbia por 1 a 0 joga um banho de água fria as albicelestes e mostra que a evolução do futebol local ainda precisa avançar no país. Entretanto, o aumento de vagas ao Mundial deu mais uma chance a seleção em uma emocionante decisão de 3º lugar contra o Paraguai. O placar de 3 a 1 fez explodir uma equipe que segue na luta por um futuro melhor.
Presente no Grupo G da Copa, as argentinas estreiam no dia 24/7 no Eden Park, em Auckland, onde enfrentam a Itália. Já no dia 28, as albicelestes encontram a África do Sul no Forsyth Barr Stadium, em Dunedin e encerram sua participação na primeira fase contra a Suécia, no dia 2/8 em Hamilton.
Para a disputa do Mundial, a esperança das Argentinas remonta em uma atleta que retornou a equipe na Copa América e já anunciou que a Copa do Mundo será seu último torneio pelo selecionado. Estamos falando de Estefanía Banini, meio-campista decisiva no esquema tático e que motiva todo o elenco para superar os adversários. Além dela, outros destaques do grupo são as atacantes Yamila Rodríguez, Florencia Bonsegundo e Mariana Larroquete, além das defensoras Eliana Stábile e Aldana Cometti.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!