POLÊMICA: Árbitro do Ba-Vi relata na súmula suposta ofensa de Tréllez a Renê Junior; Rubro-negro se defende

23/10/2017 16h15Atualizado em: 23/10/2017 16h15

O árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique, que apitou o clássico Ba-Vi deste último domingo (22/10), registrou na súmula da partida a suposta ofensa que teria partido de Tréllez, atacante do Vitória ao volante Renê Júnior, do Bahia. Na ocasião, o colombiano teria sido chamado o jogador tricolor de ?macaco?.

” AOS 45 MAIS 2 MINUTOS DO SEGUNDO TEMPO, QUANDO A BOLA ESTAVA FORA DE JOGO, O ATLETA Nº 23 RENÊ DOS SANTOS JUNIOR DA EQUIPE DO E.C. BAHIA VEIO EM MINHA DIREÇÃO INFORMANDO QUE O ATLETA Nº 22 SANTIAGO TRELLÉZ DA EQUIPE DO E.C. VITORIA O CHAMOU DE “MACACO”. CABE RESSALTAR QUE O FATO NÃO FOI PRESENCIADO POR MIM E POR NENHUM MEMBRO DA EQUIPE DE ARBITRAGEM“.

Apesar do ocorrido, Renê revelou que não irá denunciar Tréllez por racismo. ?Não vou dar queixa, não. Eu sou maior que isso aí. Para mim, a maior punição vem de Deus?. Renê Júnior ainda afirmou que o próprio Tréllez pediu desculpas e que outros jogadores do Vitória foram muito solidários com ele.

O técnico do Bahia, Paulo Cézar Carpegiani, e o presidente do clube, Marcelo Sant’Ana, deram total apoio ao jogador. Perguntado sobre o caso, o atacante Edigar Junio, autor do gol da vitória do Bahia, reiterou que não viu o lance, mas destacou que o racismo não pode mais acontecer nos tempos atuais.

“Eu, particularmente, não vi, mas isso não pode acontecer. Nós estamos no século 21 e ainda existem essas coisas. A gente tem que dar um ‘basta’ nisso, porque não podemos mais passar por isso”, finalizou.

DESCULPAS

No site oficial do Vitória, o atacante colombiano divulgou um vídeo comentando sobre o ocorrido. No discurso, ele afirma que “também é negro e tem familiares negros… não teria por que ter feito isso”. Confira:

HISTÓRICO

Não é a primeira vez que casos envolvendo racismo vem à tona no futebol brasileiro e mundial. Em agosto de 2014, o jogo entre Santos e Grêmio terminou 2 a 0 para o time alvinegro, mas a cena mais lamentável veio das arquibancadas. Na época, o goleiro Aranha, do time paulista, foi alvo de críticas racistas por parte da torcida atrás do gol onde estava no no segundo tempo.

Em uma imagem flagrada pela câmera da ESPN Brasil, foi possível ver uma torcedora da equipe tricolor chamando Aranha de “macaco”. Além disso, outros torcedores – inclusive, um negro – imitaram sons de macaco em direção ao atleta.

Veja vídeo:

O baiano Daniel Alves também já foi vítima de racismo. O fato ocorreu também em 2014, quando o lateral revelado pelo Bahia e, atualmente, no PSG atuava pelo Barcelona. Na época, o time catalão venceu o Villarreal, de virada, por 3 a 2.

Aos 30 minutos do segundo tempo, porém, um torcedor jogou uma banana no campo, numa suposta atitude racista. O lateral-direito brasileiro Daniel Alves caminhou até lá, pegou a fruta e comeu. O jogo foi em Villarreal. No começo da noite, o craque Neymar se manifestou em sua conta no Instagram, postando uma foto do momento em que Daniel Alves comia a banana:

“Tomaaaaa bando de racistas. #Somostodosmacacos e daí?”, escreveu.

Já em sua conta no Instagram, Daniel Alves também comentou o assunto, mostrando bom humor.

“Meu pai sempre me falava: filho come banana que evita cãibra rsrs, como adivinharam isso? hahaha”.

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