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Por que a “Boa Terra” treme e quais os riscos de acontecer um grande terremoto na Bahia? Especialista responde!

De 2020 pra cá, não foram poucos os registros de tremores de terra, ocorridos em algumas regiões do estado.

Por Diorgenes Xavier

Por que a “Boa Terra” treme e quais os riscos de acontecer um grande terremoto na Bahia? Especialista responde!Créditos da foto: leitor/Aratu On

A terra está tremendo e assustando moradores de algumas cidades da Bahia! Situações que, antes, só eram vistas pelos baianos em matérias de TV, feitas fora do Brasil, passaram a se tornar frequentes na conhecida “Boa Terra”.


É lógico que não estamos falando daqueles eventos capazes de destruir quarteirões e provocar um grande número de mortes. Mesmo assim, algo preocupante está acontecendo. De 2020 para cá, não foram poucos os registros de tremores de terra ocorridos na Bahia.


No ano passado, o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, responsável pela monitoração de atividades sísmicas no Nordeste do país, que integra a Rede Sismográfica do Brasil, registrou diversas ocorrências no estado. 


Com o objetivo de buscar respostas que esclareçam as frequentes ocorrências, o Aratu On conversou com um especialista do LabSis da UFRN. De acordo com o mestre em geofísica, Eduardo Alexandre Menezes, no Recôncavo Baiano, por exemplo, historicamente, já ocorrram vários tremores no passado com magnitudes elevadas, em torno de 4 a 4,5. "Desde a década de 1700, têm relatos e históricos de tremores de terra nessa região", pontuou.


Para o especialista, eventos na ordem das magnitudes que têm ocorrido, ultimamente, não causam grandes problemas à população. Ele explica que para haver algum dano de estrutura na superfície seria necessário um evento com magnitude entre 3 e 3,5. Contudo, ressalta a importância de manter catalogados todos os eventos, para as pessoas terem consciência de que moram em regiões que são consideradas, sismicamente, ativas.



OCORRÊNCIAS 


Nos dias 30 e 31 de agosto, moradores de várias cidades da região do Vale do Jiquiriçá, do Recôncavo Baiano, e até de Salvador, sentiram os efeitos de alguns abalos e passaram por momentos de susto e apreensão. 


Entre os tremores registrados, o mais importante apresentou uma magnitude de 4,6. Os demais eventos ficaram entre 2 e 3,5. Não houve vítimas, mas a população das cidades atingidas relatou momentos de tensão. 


Na ocasião, a cidade de Amargosa, a 269 km da capital, foi uma das mais afetadas. Em algumas localidades, os tremores provocaram danos nas casas e algumas famílias ficaram desabrigadas. Segundo informações da RSBR, o evento mais antigo conhecido nessa região aconteceu em dezembro de 1899, com magnitude estimada em 3,5. 


Em 2021, entre os eventos registrados, tiveram dois tremores, verificados no dia 18 de março, em Jacobina (Chapada Diamantina).  O primeiro abalo sísmico aconteceu por volta da 16h36 e teve magnitude de 2,2. O segundo, ocorreu às 18h07 com magnitude de 1,7.


Ainda em março, dois dias depois, as ocorrências atingiram o município de Itagibá, no sudoeste do estado. Na região, o tremor apresentou uma magnitude preliminar de 2,2. No dia 23, o município de Jaguarari, no centro-norte da Bahia, registrou um abalo sísmico com magnitude de 1,7.


Nesta semana, novas ocorrências. Na última segunda-feira (24/5), novamente em Jacobina, mais um tremor de terra foi registrado. O evento, que ocorreu às 13h25, teve sua magnitude preliminar calculada em 1,2. No mesmo dia, caso semelhante, com magnitude preliminar 1,4, aconteceu, por volta das 17h30, no município de Curaçá.


Na última sexta-feira (28/5), os moradores de Jacobina conviveram, de novo, com a situação. Por volta das 22h43, um tremor de terra, de magnitude preliminar 1,1, foi registrado no município.


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