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'Bahia: um panorama de muitas histórias': tudo o que você precisa saber sobre a formação do povo baiano

O Aratu Notícias, programa da TV Aratu, conversou com historiadores e estudiosos sobre a história da Bahia e a formação do povo baiano

Por Bruna Castelo Branco

'Bahia: um panorama de muitas histórias': tudo o que você precisa saber sobre a formação do povo baianoCréditos da foto: Reprodução/TV Aratu

Há mais de 500 anos, após uma viagem de meses pelo Oceano Atlântico, as caravelas portuguesas chegaram no Brasil pela primeira vez. E foi aqui, na Bahia, que eles encontraram povos indígenas que já viviam nessa terra há séculos. E assim, em uma história cheia de suor, sangue, derrotas e vitórias, nasceu a população baiana.


Ao Aratu Notícias (AN), programa da TV Aratu, a historiadora Antonietta D'Aguiar explicou como Salvador se tornou a primeira capital do Brasil, lá atrás, em 1549. E, como aconteceu em outros locais do país, tudo começou com uma disputa de território entre os povos originários e os colonizadores:


"O capitão Francisco Pereira Coutinho havia sido morto pelos índios Tupinambá de Itaparica, e os filhos não quiseram continuar a explorar a capitania. Então, virou terra devoluta e passou a ser da coroa. E, quando a coroa resolveu criar o Estado do Brasil, pela localização geográfica no meio do litoral da América Portuguesa, eles resolveram criar, aqui, a capital do Estado do Brasil".


Depois, veio Diogo Álvares Correia, o Caramuru, um náufrago português que passou a vida entre os indígenas da costa da Bahia. Ele, que recebeu a alcunha de "Caramuru" pelos Tupinambá, fazia uma ponte entre os indígenas e os brancos. "Esses homens brancos não são necessariamente os portugueses, mas pessoas que figuravam entre viajantes e exploradores no século XVI e tinham relação com o Brasil. Por exemplo, no Rio de Janeiro, tivemos a presença de franceses, de holandeses, de diversos povos que passaram a ocupar esse litoral. Portugal começa a intensificar esse processo de domínio justamente em meados do século XVI", detalhou o historiador Rafael Dantas, consultor especial da TV Aratu para a série de reportagens sobre o 2 de Julho do AN, que serão exibidas em todos os sábados deste mês.


A relação entre Diogo Álvares Correia e os Tupinambás era tão próxima que acabou virando caso de família: o português se casou com uma indígena, Catarina Paraguaçu - igualzinho como mostra naquele filme, o "Caramuru - A Invenção do Brasil", dirigido por Guel Arraes. "Eles se casaram na França. E temos, portanto, a primeira documentação dessa família brasileira. Catarina é uma mulher que, no século XVI, teve a sua relevância, sua importância, com um papel articulador. É uma indígena que também está inserida nesse cenário de violência e imposição da ótica portuguesa na América", ressaltou o historiador.


Uma história de luta


E aí, chegou Tomé de Souza, que veio, na verdade, cumprir ordens: transformar Salvador em uma fortaleza digna de uma capital e "pacificar" a relação entre indígenas e portugueses. "Tomé de Souza é escolhido pelo rei como primeiro governador-geral. Tem como missão criar essa fortaleza em um lugar privilegiado, ou seja, um sítio propício para a construção desse espaço, que vem a se tornar a capital da América Portuguesa. O nome cristão [Salvador] evoca a importância que a igreja católica tinha naquele período, é a cidade do Cristo, é a cidade do Salvador".


E, nesse período de intensa colonização, houve muita devastação. "Os índios lutaram muito. Teve a chamada 'Guerra dos Bárbaros' nos séculos XVI e XVII, para não serem conquistados e dizimados. Mas, infelizmente, arco e flecha contra armas de fogo, eles perderam. Mas, durante os séculos, tivemos várias rebeliões, várias lutas, contra a dominação de fora. O nosso povo nunca foi passivo, nunca aceitou a dominação, nunca aceitou que decidissem de fora os nossos destinos", esclareceu Antonietta D'Aguiar, que ainda completou:


"O povo baiano, como, aliás, todo o povo brasileiro, é uma mistura dos povos originais que aqui existiam, dos europeus que aqui chegaram, e dos negros que foram forçados a vir, escravizados. Eles não vieram espontaneamente, eles foram escravizados e trazidos para trabalhar. Nisso, a gente foi se misturando. Nós somos um povo mestiço".


Confira o programa especial "Bahia: um panorama de muitas histórias", com reportagem de Lorena Dias:


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Confira a programação do especial do AN sobre o 2 de Julho:


08/07 (sábado) às 19h30 no Aratu Notícias – A Família Real na Bahia
15/07 (sábado) às 19h30 no Aratu Notícias – A Bahia em Guerra
22/07 (sábado) às 19h30 no Aratu Notícias – A Celebração ao 2 de Julho


Apoio: Governo do Estado. “Bahia, terra da liberdade”.
Apoio institucional: Prefeitura de Salvador. “Colada com a gente!”.

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