Vanguart celebra retorno e 20 anos de carreira, em Salvador: 'Banda estava dormente, mas viva'
Os músicos Hélio Flanders e Reginaldo Lincoln contaram ao Aratu On sobre a alegria de retornar aos palcos com sucessos acumulados em duas décadas e a importância da Bahia na essência do Vanguart
Créditos da foto: Lucca Mezzacappa/Divulgação
São 20 anos quase que ininterruptos, contando a pausa iniciada em 2022, que a banda Vanguart está no cenário musical brasileiro, com seu folk/rock e, mais uma vez, o grupo mato-grossense desfila, em Salvador, seus sucesso ao longo dessas duas décadas.
A apresentação acontece no Largo Tereza Batista, neste sábado (3/8), e marca um momento importante deste time, que retorna às atividades após um hiato, que está mais para um período “dormente”, segundo os próprios músicos, Hélio Flanders e Reginaldo Lincoln.
Em entrevista ao Aratu On, os artistas falaram sobre o sentimento de voltar à estrada com a turnê “Demorou Pra Ser”; a relação do grupo cuiabano com a Bahia; e até mesmo spoilers de planos para o futuro.
Tão surpreendente quanto a decisão de pausar as atividades da banda para se dedicarem a projetos pessoais, a volta do grupo já era algo desejado por Hélio e Reginaldo, afinal, a pausa nunca foi tratada como definitiva.
“Eu e o Reginaldo, a gente nunca parou de se falar, sobre tudo. Nós criamos essa banda, essas músicas são nossas e continuam fazendo sentido para a gente, para o público. A banda estava dormente, mas estava ali, viva, muito viva.”, contou o vocalista e violonista Hélio.
Ao longo dos anos, outros integrantes haviam deixado a Vanguart para 'tocar' projetos próprios, como o tecladista Luiz Lazzaroto, o guitarrista David Dafré e mais recentemente, a violinista Fernanda Kostchak, que está na França. Para o baixista e vocalista, Reginaldo Lincoln, isso nunca foi um problema para o grupo parar, mas que a pandemia, sim, acabou sendo um elemento pesado nessa equação.
"Eu estava até pensando sobre isso, que os outros integrantes saíram por questões geográficas, para se dedicarem a outras coisas, e com a Fernanda foi a mesma coisa, e nunca tivemos problema nenhum com isso. A gente só ia seguindo porque a gente tava no pique de tocar, e a pandemia tirou esse pique da gente. Então, a gente precisou desse tempo mesmo para poder pensar, experimentar individualmente, antes de querer voltar com a banda".
RELAÇÃO COM A BAHIA
“Baianos de coração”, com o próprio Hélio usando uma camisa com o nome “Dorival Caymmi” durante a entrevista, os artistas contam que a história do grupo e até mesmo a formação deles passa muito por personagens e elementos da cultura do Bahia.
“A Bahia foi encontrando a gente, na verdade; a gente nem foi atrás. Claro, ler ‘Capitães de Areia’, de Jorge Amado, o ‘Canções Praieiras’, de Caymmi é um dos discos da minha vida e o Reginaldo adora. A gente até gravou 'O Mar' (música de Caymmi), no nosso disco "Registro", em 2009. Então, quem gosta de cultura, de arte, logicamente, em algum momento, você vai esbarrar na Bahia, é inevitável. Eu acho lindo, amo a comida, as pessoas, me identifico com tudo que a Bahia é”, declara Hélio, que brinca ainda “Eu nem sei se tô respondendo à pergunta ou se eu tô mais fazendo declaração de amor à Bahia”.
É tanto amor, que uma das músicas do disco “Beijo Estranho”, lançado em 2017, é chamada “E o Meu Peito Mais Aberto Que o Mar da Bahia”. Encantados com a cultura e as referências, o grupo cita ainda outros artistas e músicos baianos que admiram e que possuem relação: Ronei Jorge, Pitty, o guitarrista Martin Mendonça e as bandas Cascadura, Retrofoguetes e Maglore, sendo a última considerada por Hélio “a mais próxima do Vanguart no cenário brasileiro”.
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SHOW 'DEMOROU PRA SER'
Pela relação com Salvador, a Vanguart escolheu a cidade para receber uma das primeiras apresentações da turnê e prometeu que será “o show mais completo possível”, percorrendo a discografia do grupo, que conta com 8 trabalhos, sendo dois DVDs ("Multishow Registro" e "Muito Mais Que o Amor - Ao Vivo"), cinco discos ("Boa Parte de Mim Vai Embora", "Muito Mais Que o Amor", "Beijo Estranho", "Intervenção Lunar" e "Oceano Rubi"), além de um projeto de regravações das músicas de Bob Dylan ("Vanguart Sings Bob Dylan").
"Vão ter canções de todos os álbuns, quem sabe um Caymmi não pinta também? É um show de celebração, que a gente nunca fez. Sempre que tocávamos, era um show do álbum lançado, agora a gente está olhando para trás e vendo o que queremos tocar e o que o público quer ouvir".
Um dos sucessos do álbum "Muito Mais Que o Amor", lançado em 2013 e que virou registro audiovisual três anos depois, "Demorou Pra Ser", além de batizar a turnê, ganhou uma nova versão, com a participação da cantora Fernanda Takai, vocalista da banda mineira Pato Fu.
"Quando a gente começou a pensar na volta dos shows, a gente entendeu que poderia fazer alguma coisa nova, gravar uma canção inédita ou fazer algo. E quando entendemos que o nome da turnê seria 'Demorou Pra Ser', fomos regravar, e foi uma junção de ideias até chegar na Fernanda. Foi muito impressionante, a gente não achou que isso daria", relembrou Reginaldo, que aproveitou para elogiar Takai: "A Fernanda é um anjo, muito solícita, a fim de fazer, e a gente ficou muito lisonjeado, feliz mesmo que ela aceitou emprestar essa voz incrível e com maestria".
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Acompanhados por Fábio Pinczowski (guitarra e teclado), Arquétipo Rafa (bateria) e Catarina Rossi (violino); Hélio (voz, violão, trompete e gaita) e Reginaldo (baixo, violão e voz); comentaram sobre a sensação de ter novamente uma "banda completa" no palco, uma vez que, antes do hiato, eles se apresentavam em um formato trio acústico, com violões, baixo e violino, ainda com a Fernanda Kostchak.
"Naquela época a gente estava 'in love', amando tocar sem bateria, em um clima mais intimista, mais gostoso. Mas aí, pós-pandemia, a gente falou: 'Quero tocar! Quero banda!' e agora temos esses músicos maravilhosos que estão nos acompanhando", contextualiza Hélio.
A dupla revela ainda que tem intenção de produzir um novo disco de inéditas até o meio de 2025, "Eu e Reginaldo devemos nos encontrar assim que essa turnê der uma paradinha, mostrar canções um para o outro, como a gente sempre faz. Juntar essa galera, que tá tocando com a gente, em estúdio, até o meio do ano que vêm. Se vamos conseguir, não sei, mas é essa a ideia", revelaram.
"Demorou pra ser, mas agora é!" O show do Vanguart em Salvador acontece neste sábado (3/8), a partir das 20h, na Praça Tereza Batista. Os ingressos estão quase esgotados e os restantes podem ser adquiridos no site Sympla.
SERVIÇO
Show da banda Vanguart - "Demorou Pra Ser"
Quando: Sábado (3/8), a partir das 20h
Onde: Largo Tereza Batista, Pelourinho
Ingressos: Sympla | Inteira R$ 70
LEIA MAIS: Ivyson e CineSom com clássicos de Djavan: fique por dentro da Agenda Cultural deste final de semana
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).
A apresentação acontece no Largo Tereza Batista, neste sábado (3/8), e marca um momento importante deste time, que retorna às atividades após um hiato, que está mais para um período “dormente”, segundo os próprios músicos, Hélio Flanders e Reginaldo Lincoln.
Em entrevista ao Aratu On, os artistas falaram sobre o sentimento de voltar à estrada com a turnê “Demorou Pra Ser”; a relação do grupo cuiabano com a Bahia; e até mesmo spoilers de planos para o futuro.
Tão surpreendente quanto a decisão de pausar as atividades da banda para se dedicarem a projetos pessoais, a volta do grupo já era algo desejado por Hélio e Reginaldo, afinal, a pausa nunca foi tratada como definitiva.
“Eu e o Reginaldo, a gente nunca parou de se falar, sobre tudo. Nós criamos essa banda, essas músicas são nossas e continuam fazendo sentido para a gente, para o público. A banda estava dormente, mas estava ali, viva, muito viva.”, contou o vocalista e violonista Hélio.
Ao longo dos anos, outros integrantes haviam deixado a Vanguart para 'tocar' projetos próprios, como o tecladista Luiz Lazzaroto, o guitarrista David Dafré e mais recentemente, a violinista Fernanda Kostchak, que está na França. Para o baixista e vocalista, Reginaldo Lincoln, isso nunca foi um problema para o grupo parar, mas que a pandemia, sim, acabou sendo um elemento pesado nessa equação.
"Eu estava até pensando sobre isso, que os outros integrantes saíram por questões geográficas, para se dedicarem a outras coisas, e com a Fernanda foi a mesma coisa, e nunca tivemos problema nenhum com isso. A gente só ia seguindo porque a gente tava no pique de tocar, e a pandemia tirou esse pique da gente. Então, a gente precisou desse tempo mesmo para poder pensar, experimentar individualmente, antes de querer voltar com a banda".
"Deu saudade quando a gente quis tocar essas canções de novo, e é isso. A gente é movido por essas canções" - Vanguart
RELAÇÃO COM A BAHIA
“Baianos de coração”, com o próprio Hélio usando uma camisa com o nome “Dorival Caymmi” durante a entrevista, os artistas contam que a história do grupo e até mesmo a formação deles passa muito por personagens e elementos da cultura do Bahia.
“A Bahia foi encontrando a gente, na verdade; a gente nem foi atrás. Claro, ler ‘Capitães de Areia’, de Jorge Amado, o ‘Canções Praieiras’, de Caymmi é um dos discos da minha vida e o Reginaldo adora. A gente até gravou 'O Mar' (música de Caymmi), no nosso disco "Registro", em 2009. Então, quem gosta de cultura, de arte, logicamente, em algum momento, você vai esbarrar na Bahia, é inevitável. Eu acho lindo, amo a comida, as pessoas, me identifico com tudo que a Bahia é”, declara Hélio, que brinca ainda “Eu nem sei se tô respondendo à pergunta ou se eu tô mais fazendo declaração de amor à Bahia”.
É tanto amor, que uma das músicas do disco “Beijo Estranho”, lançado em 2017, é chamada “E o Meu Peito Mais Aberto Que o Mar da Bahia”. Encantados com a cultura e as referências, o grupo cita ainda outros artistas e músicos baianos que admiram e que possuem relação: Ronei Jorge, Pitty, o guitarrista Martin Mendonça e as bandas Cascadura, Retrofoguetes e Maglore, sendo a última considerada por Hélio “a mais próxima do Vanguart no cenário brasileiro”.
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SHOW 'DEMOROU PRA SER'
Pela relação com Salvador, a Vanguart escolheu a cidade para receber uma das primeiras apresentações da turnê e prometeu que será “o show mais completo possível”, percorrendo a discografia do grupo, que conta com 8 trabalhos, sendo dois DVDs ("Multishow Registro" e "Muito Mais Que o Amor - Ao Vivo"), cinco discos ("Boa Parte de Mim Vai Embora", "Muito Mais Que o Amor", "Beijo Estranho", "Intervenção Lunar" e "Oceano Rubi"), além de um projeto de regravações das músicas de Bob Dylan ("Vanguart Sings Bob Dylan").
"Vão ter canções de todos os álbuns, quem sabe um Caymmi não pinta também? É um show de celebração, que a gente nunca fez. Sempre que tocávamos, era um show do álbum lançado, agora a gente está olhando para trás e vendo o que queremos tocar e o que o público quer ouvir".
Um dos sucessos do álbum "Muito Mais Que o Amor", lançado em 2013 e que virou registro audiovisual três anos depois, "Demorou Pra Ser", além de batizar a turnê, ganhou uma nova versão, com a participação da cantora Fernanda Takai, vocalista da banda mineira Pato Fu.
"Quando a gente começou a pensar na volta dos shows, a gente entendeu que poderia fazer alguma coisa nova, gravar uma canção inédita ou fazer algo. E quando entendemos que o nome da turnê seria 'Demorou Pra Ser', fomos regravar, e foi uma junção de ideias até chegar na Fernanda. Foi muito impressionante, a gente não achou que isso daria", relembrou Reginaldo, que aproveitou para elogiar Takai: "A Fernanda é um anjo, muito solícita, a fim de fazer, e a gente ficou muito lisonjeado, feliz mesmo que ela aceitou emprestar essa voz incrível e com maestria".
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Acompanhados por Fábio Pinczowski (guitarra e teclado), Arquétipo Rafa (bateria) e Catarina Rossi (violino); Hélio (voz, violão, trompete e gaita) e Reginaldo (baixo, violão e voz); comentaram sobre a sensação de ter novamente uma "banda completa" no palco, uma vez que, antes do hiato, eles se apresentavam em um formato trio acústico, com violões, baixo e violino, ainda com a Fernanda Kostchak.
"Naquela época a gente estava 'in love', amando tocar sem bateria, em um clima mais intimista, mais gostoso. Mas aí, pós-pandemia, a gente falou: 'Quero tocar! Quero banda!' e agora temos esses músicos maravilhosos que estão nos acompanhando", contextualiza Hélio.
A dupla revela ainda que tem intenção de produzir um novo disco de inéditas até o meio de 2025, "Eu e Reginaldo devemos nos encontrar assim que essa turnê der uma paradinha, mostrar canções um para o outro, como a gente sempre faz. Juntar essa galera, que tá tocando com a gente, em estúdio, até o meio do ano que vêm. Se vamos conseguir, não sei, mas é essa a ideia", revelaram.
"Demorou pra ser, mas agora é!" O show do Vanguart em Salvador acontece neste sábado (3/8), a partir das 20h, na Praça Tereza Batista. Os ingressos estão quase esgotados e os restantes podem ser adquiridos no site Sympla.
SERVIÇO
Show da banda Vanguart - "Demorou Pra Ser"
Quando: Sábado (3/8), a partir das 20h
Onde: Largo Tereza Batista, Pelourinho
Ingressos: Sympla | Inteira R$ 70
LEIA MAIS: Ivyson e CineSom com clássicos de Djavan: fique por dentro da Agenda Cultural deste final de semana
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