Busca por "cigarro eletrônico" no Google cresceu 60% na Bahia, aponta levantamento
Levantamento no Google Trends mostra ainda que, em todo o Brasil, a procura pelo termo representa mais de 1150%
Os baianos têm procurado saber sobre "loja vape" e "cigarro eletrônico" no Google. Pelo menos isso é o que aponta um levantamento no Google Trends, considerando o período de 2021 a 2023. A busca por "loja vape" cresceu 34% na Bahia, enquanto "cigarro eletrônico" mais de 60%.
No Brasil, a busca na internet por 'cigarro eletrônico' representa mais de 1.150%; já os termos 'vape eletrônico' e 'cigarro eletrônico vape' demonstraram aumento da procura em mais de 550% e mais de 650%, respectivamente, em todo o território nacional.
Apesar de proibido pela Anvisa no país desde 2009, os vaporizadores, popularmente conhecidos como "vapes", se transformaram em uma verdadeira febre e podem ser encontrados à venda em diversos estabelecimentos como bares, baladas, além de sites, nas redes sociais e até em aplicativos de entrega. Segundo pesquisa feita pelo Ipec, mais de 2 milhões de adultos utilizam cigarros eletrônicos no Brasil e a projeção é de que esse número cresça ainda mais esse ano.
"A proibição, que inicialmente foi uma medida de proteção já que há 14 anos não existiam muitos estudos científicos sobre o assunto, hoje inviabiliza o acesso a essa opção, de forma monitorada e fiscalizada, além de deixar o consumidor totalmente vulnerável para adquirir um produto sem qualquer tipo de controle sanitário", comenta Dra. Alessandra Bastos, farmacêutica, ex-diretora da Anvisa e consultora da BAT Brasil.
Ela alerta que, muitas vezes, o consumidor não tem o conhecimento de que 100% da comercialização no país é proveniente de contrabando. "Sem uma regulamentação que estabeleça as regras para comercialização, fabricação, comunicação e conteúdo desses produtos, todos esses consumidores estão expostos a produtos ilegais e desconhecem qual é a procedência, quem são os fabricantes ou qual é a composição real desses dispositivos", explica.
COMBATE AO CONTRABANDO
É importante destacar que, nos últimos dois anos, a Receita Federal tem dado especial atenção também ao combate ao contrabando de cigarro eletrônico, cuja importação e comercialização é proibida no Brasil. Foram registradas 1,1 milhão de unidades apreendidas em 2022. Em uma única operação nacional, com duração de apenas um dia, em julho do ano passado, foi realizada a apreensão de 290 mil unidades de cigarros eletrônicos.
MUNDO
84% dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já regulamentaram os vaporizadores e produtos de tabaco aquecido como alternativas de risco reduzido em relação ao cigarro convencional, entre eles, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Nova Zelândia e todos os países da União Europeia. "Enquanto o Brasil ignorar as evidências científicas e não utilizar a experiência internacional para regulamentar o mercado de cigarros eletrônicos, a população corre risco de uma crise de saúde pública, pelo uso desregrado e descontrolado dos dispositivos. Estamos atrasados nessa discussão quando olhamos ao redor do mundo", conclui a ex-diretora da Anvisa.
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