Tour por Salvadô: culinária soteropolitana é rica em dendê e histórias
Existe um tal do "toque baiano" em cada prato, com ingredientes oriundos dos nossos ancestrais, e quando a pergunta é "o que comer na capital baiana?", a resposta nunca será unânime
A história de 474 anos da cidade de Salvador passa por uma explosão de iguarias, ricas em histórias e cultura. Existe um tal do "toque baiano" em cada prato, com ingredientes oriundos dos nossos ancestrais, e quando a pergunta é "o que comer na capital baiana?", a resposta nunca será unânime.
A culinária soteropolitana é rica em sabores, aromas e cores marcantes, assim como o Pelourinho, um dos cartões postais da primeira capital do Brasil. Por aqui, é preciso ter tempo para conhecer uma novidade a cada esquina, e quando a gente fala em comida, não é diferente.
AZEITE DE DENDÊ
Fruto originário da Palmeira, o dendê está presente em vários pratos através do azeite. Pensando nele, nosso tour gastronômico vai começar pelo bairro de Praia Grande, no subúrbio. Em frente a uma praia de mar calmo e encantadora trabalha o Chef Pivete, que abandonou a vida de rodoviário para conduzir as panelas de barro. Hoje, é um especialista em moquecas.
"O azeite de dendê já está no sangue do baiano. Se não tiver azeite, não tem nada. Faço vários tipos de pratos, mas a moqueca é indispensável. Já trabalhei com cozido, feijoada... não tive tanto sucesso quanto quando uso o azeite, que encanta baianos e turistas também", diz o Chef.
Segundo explica o antropólogo Vilson Caetano, a importância do dendê vai além da culinária: "a cidade de Salvador era - e ainda é - a cidade mais negra fora do continente africano, e nós sabemos o papel, a importância e o significado que o azeite de dendê não apenas enquanto algo utilizado na culinária, mas nos cosméticos, também, e até na questão simbólica para as populações negras do mundo. A presença desse elemento é um demarcador de identidades negras africanas".
Ao falar em azeite de dendê, é quase automática a vontade de comer um acarajé ou abará. No Pelourinho, a iguaria da baiana Mary Jane tem um tempero diferente. "Meu acarajé tem muito amor e muita dedicação, porque vim honestamente ganhar meu dinheiro, com todo amor possível para atender 'gringos' e 'não gringos'", destaca
O sincretismo das tradições de tribos africanas com a cultura europeia deixou de herança um dos pratos mais amados e consumidos do Brasil: a feijoada.
"É nutritiva e você pode combinar com vários outros. É o prato ideal para quem realmente gosta de comer feijão. Não tem outra coisa melhor... tem toucinho, carne de boi, calabresa, josefina... quanto mais carne variada tiver, mais gostosa fica", afirma a aposentada Maria Auxiliadora.
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