COLÉ DE MERMA?! Entenda o porquê de empreendedores apostarem na ‘baianidade’ pra ganhar dinheiro
COLÉ DE MERMA?! Entenda o porquê de empreendedores apostarem na ‘baianidade’ pra ganhar dinheiro
Por Heloísa Gomes.
Em terra de ‘tá de boa’, quem é o ?ta tranquilo, ta favorável? na fila do pão? Eu não troco meu Oxente pelo OK de ninguém, já dizia o mestre escritor Ariano Suassuna, morto em 2014.
Isso porque a Bahia é um poço de bordões e gírias que saem naturalmente da boca da galera que ?é das áreas?. Antenadas a isso, as marcas investem cada vez mais no baianês para criar produtos como camisetas, bonés, canecas, almofadas, quadros, capas de celular e tudo mais.
Investir na criatividade baiana é ter certeza de que essa fonte nunca seca. Mas se algo não sair como planejado certamente algum amigo vai dizer vú que eu te falei que era barril? Mas os micro empreendedores acreditam na oportunidade de mercado, bote fé! Com preços acessíveis, se algum cliente pedir oxe, véi faz um desconto aí… vai ouvir um assim você me quebra, pai!
As grandes marcas precisam deixar de cheiro mole e começar a entender a importância da identificação e representatividade sem procurar alteração com as pequenas marcas pioneiras no segmento. Em tempos de crise é melhor que quem não tem otimismo se saia com a sua urucubaca, até porque se a coisa tá preta, a coisa tá boa.
Cada vez mais pessoas buscam o empreendedorismo como um modo de sobrevivência e de liberdade profissional, então me salte, coisinho que precisamos empreender mais. Entre outras coisas que envolvem este nicho de mercado e o regionalismo impregnado nas marcas, uma nos intriga: você sabe quem é Nicinha?
Reprodução | Facebook Use Guiba
A auto-afirmação e o humor são ingredientes indispensáveis na composição das frases. O casal de namorados Igor de Andrade, 31, e Camila Castor, 30, criaram a marca Use Guiba – em referência à guitarra baiana – há cinco meses e admitem que hoje vivem apenas disso.
Eles ainda não têm loja física nem virtual, como um site. O negócio acontece nas redes sociais, principal meio de divulgação. “O cliente olha as fotos, comenta nas que ele gostou e então marcamos um ponto da cidade e efetuamos a venda pessoalmente”, explicou.
“Nossa principal inspiração vem da rua. Passamos o dia observando as pessoas e situações inusitadas e tentamos expressar isso nas nossas camisas. Como nossa marca é recente, temos o cuidado de não usar frases repetidas de outras marcas. A nossa primeira coleção foi toda com frases exclusivas”, afirmou.
A publicitária Gilmara Bartilotti fez um alerta sobre as vantagens e perigos de investir nessa estratégia de regionalismo nas marcas. “Quando feitas com a devida atenção, essas estratégias são extremamente positivas e só tem a somar, pois a valorização e o destaque trazidos são agregados a marca e também a região explorada. Porém, se feitas de forma indevida podem trazer grande dor de cabeça”, afirmou.
“Para evitar situações embaraçosas que é importantíssimo ter profissionais que entendam da cultura local a qual a marca quer representar”, frisou.
Os baianos não só abraçam a ideia, como se vestem dela. A blogueira Joana Guerra, 32 anos, – na foto acima – é um exemplo de quem tem orgulho de estampar suas raízes. Ela conta que costuma comprar e usar camisetas com frases da Bahia porque se sente representada.
“Eu uso essas marcas pra me sentir representada. Toda vez que saio na rua com uma camiseta dessa é como se estivesse dando o meu recado. Acho massa quando alguém se identifica com uma das frases estampadas na minha roupa ou me reconhece nela”, disse.
Eu, criado em freezer, vou perder pra geladinho é? Essa é uma das estampas que mais faz sucesso na loja Salve Terra, perdendo apenas para a estampa “Dendê no Sangue”. Criada em 2011 por Guilherme Santos, 30 anos, a marca usa a sustentabilidade como conceito e reutiliza materiais recicláveis para produzir maior parte da sua linha de produtos.
?Começamos a vender camisas com estampas voltadas para as questões ecológicas e de apelo social. Mas começamos a perceber que esse discurso muito intenso cansava um pouco nossos clientes e então resolvemos abordar isso de forma mais criativa e de preferência com as frases baianas, que fazem muito sucesso?, afirmou Santos.
De acordo com a publicitária, as marcas que buscam a regionalização tem maior predisposição a serem aceitas, devido a identificação que causam em seu público. “Regionalizar-se é uma oportunidade de conquistar um consumidor que, ao se identificar com a marca, passa a ter um relacionamento com ela e, com isso, torna-se um consumidor fiel”, afirmou.
Além das marcas citadas pela reportagem do Aratu Online, outras empresas baianas também seguem essa tendência da valorização da cultura local. São elas: Roda Baiana, N-black, Vista Representa, Euzaria, Soul Dila, Pé no Dendê, DressCoração, Laço Afro, Rock di Saia, Kumasi, entre outras.
Um pessoal que chegou de galera pra tirar onda por estas quebradas daqui.
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