Infanto-juvenil sobre o 2 de Julho estreia sábado (8) no Teatro Gregório de Matos
Espetáculo traz referência a Urânia Vanério, menina de 10 anos que enfrentou tropas portuguesas na Independência da Bahia
Onde estavam as crianças e adolescentes nas batalhas que originaram a Independência do Brasil na Bahia, no dia 2 de Julho de 1823? Vocês já ouviram falar de Urânia Vanério? Foi a partir deste questionamento que o encenador Guilherme Hunder convidou o dramaturgo Denisson Palumbo para a escrita de “Flor de Julho ”, espetáculo que utiliza este fato histórico para suscitar o conceito de "liberdade" e falar da importância de escutarmos crianças e adolescentes.
"Flor de Julho" estreia no dia 8 de julho no Teatro Gregório de Matos. A dramaturgia conta a história de Maria Flor (Menike Marla), órfã que foge do Convento da Lapa com a amiga Maria Fidalga (Maria Torres), para participar dos movimentos pela independência da Bahia e no caminho recebe de "Menino Misterioso" (Gabriel Nafisi) o dever de entregar um bilhete secreto ao batalhão brasileiro que luta contra as forças militares lusitanas em Cachoeira.
No trajeto para a cidade do Recôncavo Baiano, Maria Flor, conhece outras personagens, pertencentes a "Guarda Encantada da Bahia", grupo fictício que alegoriza heróis do 2 de Julho. Maria Flor é inspirada na história da jovem de 10 anos Urânia Vanério, que escreveu um panfleto político em 1822 contra as tropas portuguesas. Urânia foi descoberta no ano passado pela historiadora Patrícia Valim, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Apesar da inspiração, Hunder afirma que a peça é uma obra ficcional, sem compromisso com os fatos históricos.
O encenador fala que a "Guarda Encantada da Bahia" é inspirada nas forças ancestrais e espirituais de "Viva o Povo Brasileiro", obra do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro e reúne arquétipos das manifestações da cultura popular da Bahia, tais como o Nego Fugido, a Irmandade da Boa Morte, os Zambiapungas, os Encourados de Pedrão, e a Caboclagem. Guilher Hunder também fala sobre a reflexão do conceito de independência que a peça quer provocar:
"Outro questionamento que traremos é de qual independência nós estamos falando e se ela realmente existe ou existiu. Embora seja uma data cívica importante, é necessário questionar, aqui através do teatro, que liberdade é essa a qual tanto nos referimos. Assim, a montagem suscita inquietações da contemporaneidade, chamando a criança e o adolescente para o lugar de agente transformador deste tempo e dos que virão".
Baianinha
Urânia Vanério, conhecida como Baianinha, era uma criança quando testemunhou, da janela de sua casa em Salvador, nas redondezas do Forte de São Pedro, o assassinato da freira Joana Angélica pelas tropas lusitanas. Ela registrou os conflitos que assistiu e escreveu um panfleto, publicado por um jornal carioca, denunciando a violência Lusitana. Recém descoberta pela pesquisadora Patrícia Valim, da UFBA, Urânia tem sido abordada como uma heroína do 2 de Julho, ao lado da própria Joana Angélica e também Maria Felipa e Maria Quitéria.
SERVIÇO
Flor de Julho
Quando: 8, 9, 15, 16, 22 e 23 de julho (sábados e domingos) | Sábados - 16h; domingos - 11h e 16h
Onde: Teatro Gregório de Matos, Praça Castro Alves, s/n - Centro, Salvador
Quanto: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) | vendas pelo Sympla
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