Cidadania

Tereza de Benguela e o Julho das Pretas

Colunista On: Professor BiraProfessor, geógrafo e palestrante sobre a realidade social brasileira
Tereza de Benguela e o Julho das Pretas

Você já deve ter ouvido falar no “Julho das Pretas”, ou que no dia 25 de julho comemora-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, além do Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Mas... você sabe o porquê?


Pra quem gosta de estudar História e reverenciar a nossa memória que tanto nos é negada e silenciada, Tereza de Benguela foi uma grande heroína negra que lutou pelo fim da escravização dos povos diaspóricos oriundos das mais diversas partes do continente africano em terras brasileiras no século XVIII. Essa mulher resiliente liderou o Quilombo Quariterê, também chamado de Quilombo do Piolho, no atual estado do Mato Grosso, após a morte de seu marido João Piolho.


Então, para chamar a atenção para a realidade das mulheres negras no Brasil - marcada por violação dos direitos humanos e desigualdade racial e de gênero - que o movimento de mulheres negras viu a necessidade de estabelecer uma data para se discutir políticas públicas para esse grupo social. Elas não viam suas especificidades sendo debatidas dentro do movimento feminista, nem pelo movimento negro (composto majoritariamente por homens).


O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha foi instituído em 1992, na República Dominicana, durante o 1º encontro de Mulheres Afro-latino-Americanas e Afro-Caribenhas. Já a homenagem à Tereza de Benguela e à mulher negra brasileira foi estabelecida no Brasil pela Lei Federal 12.987, de 2014, pensada e criada pela então Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e a Secretaria da Promoção da Igualdade racial, ambas tendo status de Ministério de Estado no governo da Presidenta Dilma Rousseff (PT).


Sabemos que muito precisa ser feito, mas como lei é para ser aplicada e não questionada, que o Estado brasileiro - que possui uma dívida histórica com o povo negro - assume seu papel constitucional de promover equidade de gênero, raça e outras diversidades.


O poder estatal é fundamental para que normas como estas sejam conhecidas, debatidas principalmente dentro das escolas públicas e privadas dos nosso país.


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Professor Bira

Professor Bira

Figura conhecida em Salvador, Ubiraci Carlucio, o Professor Bira, é geógrafo, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Mestre em Educação pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB), além de professor do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Bahia.

Com mais de 20 anos em experiência em salas de aula, já lecionou em pelo menos 40 instituições, incluindo as redes pública e privada de ensino de Salvador e de interiores da Bahia. Professor Bira também realiza palestras para levar conhecimento da realidade social brasileira para os alunos de escolas públicas, ONGs, associações e sindicatos.

Em suas redes sociais, ele conta, através de imagens, a história de alguns bairros de Salvador.

Instagram: @professorbira

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