Família

Sobre homens que amam odiar mulheres

Colunista On: Otávio LealPai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental e psicanalista em formação
Sobre homens que amam odiar mulheresCréditos da foto: ilustrativa/Pexels

Quando beber um campari vira uma arma para provar atitude, personalidade e autoridade perante uma mulher, há de se perguntar: onde está o desejo?


Se o desejo desse homem é de se sobrepor às mulheres, dominar, usar, trair, vencer a briga, talvez a mulher em si não seja o seu "objeto de desejo" - usando aqui um termo próprio da psicanálise, que nada tem a ver com objetificação da figura feminina.


O esforço que alguns homens fazem para não se envolver com suas parceiras, para resistir aos seus encantos e tentativas de união, também põe dúvida sobre onde esse desejo está situado.


A questão não é se esses caras gostam de mulher ou não (apesar de estar claro que não gostam). A questão é que alguns homens passam a vida inteira sem ter a coragem de se confrontar com o próprio desejo!


Quantos feminicídios poderiam ser evitados se alguns homens simplesmente se dessem conta de que seu "objeto de desejo" é outro e que a mulher é um mero álibi? Que a sua insegurança lhe mobiliza mais do que a suposta vontade de atrair o sexo oposto?


A guerra entre homens e mulheres é secular. A violência contra elas também.


Por trás dessa cena, existem homens afundados em seus devaneios, colocando a mulher como foco do seu desejo, quando, na verdade, esses sujeitos amam tudo, menos as mulheres! Amam odiar mulheres. É o esporte favorito de alguns deles.


Quem nunca conheceu um homem que, com brilho nos olhos, se orgulhou de ter ferido uma mulher, das mais variadas formas. Suas histórias viram troféus!


Precisamos auxiliar as mulheres que são vítimas de homens assim!


Como faremos isso? Colocando cada vez mais luz sobre movimentos como o Redpill, constrangendo e punindo quem fala ou pratica atos misóginos, indicando terapia aos mais próximos e, especialmente, ajudando mulheres a enxergar melhor onde estão situadas nas suas relações amorosas.


Não vai ser fácil! Força na luta! ✊🏽


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Otávio Leal

Otávio Leal

Otávio Leal, do blog "Pai, vem cá", é pai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental, psicanalista em formação e autor do livro "Papai foi pra roça, Mamãe foi trabalhar. E agora?".

O projeto “Pai, Vem Cá!” se tornou parceiro da Defensoria Pública da Bahia e da Revista Pais & Filhos, tendo participado de iniciativas sociais importantes, a exemplo da campanha Poder do Colo, da Novalgina.

Instagram: @paivemca
 

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