Família

Precismos nos "des-culpar", seguir e dar lugar à esperança

Colunista On: Otávio LealPai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental e psicanalista em formação
Precismos nos "des-culpar", seguir e dar lugar à esperançailustrativa/Pexels

Quando o ano vai se encerrando é comum que as pessoas se sintam tocadas pela CULPA, com maior ou menor grau de ESPERANÇA. A culpa insiste em se manter presente, mesmo que se tenha feito o "melhor"!


Na maternidade e na paternidade também é assim. O sentimento de culpa é recorrente, mesmo que durante todo o ano tenhamos nos virado em mil para atender às inúmeras necessidades e expectativas (nossas, dos filhos e dos outros).


Nesse cenário, a esperança de um ano novo, melhor e mais produtivo, dá o fôlego que a culpa corrói, mantendo o sujeito disposto a lutar no ano seguinte. Essa luta pode ser por algo específico ou por tudo que acreditamos ser a "nossa" meta de "felicidade".


Se tudo isso lhe parece comum, cuidado com essa culpa constante. Talvez seja preciso um freio de arrumação, para tentar se livrar de um jogo perigoso.


Quem agora ousa falar sobre esse tema é o mesmo cara que, por anos e anos, foi consumido pela culpa. Essa culpa sempre me afetava quando eu não atendia ao desejo do outro ou quando, de tanto atender ao desejo do outro, esquecia dos meus.


Ainda me resta certo temor de não atender às expectativas alheias, mas isso vem diminuindo MUITO. Percebi ao longo do tempo que até mesmo as "minhas" metas eram fundadas nas expectativas alheias e não em desejos propriamente meus. Precisei dar um basta!


Sair desse cenário nos devolve uma generosa porção de paz, liberdade e dignidade. Viver para suprir ao desejo do outro (sejam eles nossos pais, filhos, parentes, amigos, etc) é a pior das prisões. É uma prisão silenciosa e massacrante. E quem sabe manejar isso em nosso desfavor, nos coloca em um eterno débito!


Dar esse salto - ou pular essa fogueira - nos faz depender menos do olhar do outro e nos livra de ter que cumprir aquelas listas de promessas vazias de final de ano, onde constam metas que muitas vezes sequer representam os nossos desejos reais.


Então, precisamos entrar em cena, sem tanta culpa. Precisamos nos "des-culpar" em 2023. Desculpar e seguir!


Toda a minha cota de ESPERANÇA para o ano novo vai para que eu me torne cada dia mais "senhor do meu desejo"; e que eu trace minhas metas com a menor interferência possível dessa vontade invisível de agradar o outro.


Desejo o mesmo para vocês!


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Otávio Leal

Otávio Leal

Otávio Leal, do blog "Pai, vem cá", é pai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental, psicanalista em formação e autor do livro "Papai foi pra roça, Mamãe foi trabalhar. E agora?".

O projeto “Pai, Vem Cá!” se tornou parceiro da Defensoria Pública da Bahia e da Revista Pais & Filhos, tendo participado de iniciativas sociais importantes, a exemplo da campanha Poder do Colo, da Novalgina.

Instagram: @paivemca
 

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