Não basta confiar na escola. É preciso participar
A pandemia e os ataques dos últimos meses foram desafiadores para as escolas. A cada dia, uma nova espécie de medo é ativada nos pais, nas crianças e nos professores.
Sempre esperamos que a escola e seus professores nos orientem sobre os caminhos a seguir. Só não podemos esquecer que a escola é feita de pessoas, que muitas vezes se sentem desamparadas diante de tanta pressão social e cobrança interna.
Confiar na escola é um fator importante nesse emaranhado de fatos e boatos que vêm surgindo.
Se por um lado os pais esperam que a escola transmita segurança, a escola também precisa sentir que os pais confiam nela.
Mas, para além da mera confiança, é preciso que os pais se disponham a se inteirar sobre as decisões e as efetivas medidas adotadas pela escola, seja para conter possíveis atos violentos, seja para acolher os(as) alunos(as) que estejam preocupados ou vivenciando algum cenário de risco real.
Além disso, também seria ótimo que essa mesma escola contasse com esse pai ou mãe para propor ideias, sugerir mudanças, elogiar, transmitir segurança à criança ou adolescente, e estabelecer uma conexão capaz de levar para a escola informações complementares, que auxiliam na produção de estratégias e diagnósticos mais precisos.
Ficar na condição de exigir um cenário ideal não trará, necessariamente, uma melhoria nesse cenário. Ao contrário, abarrotar a escola de cobrança e esvaziá-la de cuidado, afeto e compromisso com o resultado tornará o cenário cada dia mais inseguro, em todos os aspectos.
Tudo que acontece na escola também é da nossa responsabilidade.
Por isso, precisamos nos inserir no contexto da escola e nos conectar com a vida dos nossos filhos, dentro e fora da escola. Quando não existe essa conexão, por si só, já é uma tragédia.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.