Mais bicicleta, mais qualidade de vida
Foto: Encontro Cicloturístico da Primavera (2019)/divulgação MSVB
Criado em setembro de 2013, o Movimento Salvador Vai de Bike (MSVB) celebra oito anos, neste 22 de setembro (Dia Mundial Sem Carro). Salvador atualmente é uma das cidades com maior crescimento nos usuários de bicicletas do país. Tal crescimento não se limitou a importantíssimos avanços na infraestrutura cicloviária da cidade.
Nosso sistema de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas inexpressivo em 2013, hoje somam mais de 300 quilômetros. Tão importante quanto a ampliação sem precedentes na infraestrutura, foi o amplo conjunto de iniciativas, nas mais diversas áreas, que juntas ao longo dos últimos oito anos, iniciaram um processo de verdadeira transformação da cidade, tornando-a mais amigável para os ciclistas, sensibilizando e capacitando motoristas, melhorando o convívio e tornando mais harmônico o compartilhamento das vias, atuando na formação de novos ciclistas, desde a infância, introduzindo a bicicleta no dia a dia das pessoas.
Lembro-me muito bem, justamente em setembro deste mesmo ano, quando lançamos o Movimento e inauguramos o sistema de bicicletas compartilhadas, os céticos de plantão diziam: “isso não vai dar certo em Salvador, a cidade não foi feita para pedalar, quente, cheia de ladeiras, esse pessoal acha que estamos onde?”. Pois bem, nunca se pedalou tanto em nossa cidade! Os ciclistas estão nas ruas e até os céticos, de outrora, hoje usufruem dos serviços e estrutura que facilitam o uso das bikes. Aliás, com relação às ladeiras, deixe-me relembrar, até isso melhoramos muito, com a implantação do tráfego das bicicletas em todos os ascensores em funcionamento na cidade, que ligam a cidade alta a cidade baixa (Elevador Lacerda e os Planos Inclinados).
Outro exemplo são as embarcações que fazem a travessia entre as regiões da Península Itapagipana e o Subúrbio Ferroviário que também foram adaptadas para receber diariamente o tráfego das bikes. O tempo da travessia de poucos minutos, ganho extraordinário, já que o mesmo trajeto, quando feito de carro ou ônibus é de pelo menos uma hora. Quem pedala por essas locais de nossa cidade sabe da importância dessas facilidades. E quem pedala sabe também da importância de melhorar e harmonizar a convivência entre ciclistas e motoristas.
Fomos pioneiros na questão capacitação de motoristas, sobretudo de ônibus, dentro das garagens, onde além de aulas teóricas e práticas, usamos como artifício uma vivência na qual todos se colocaram no lugar do ciclista, sendo ultrapassado por um ônibus numa distância menor que 1,5 m. Impressionante os depoimentos dos motoristas depois de passarem por essa experiencia.
Temos nos utilizado das mais diversas atividades, associando a bicicleta à saúde, cidadania, cultura, lazer e esporte. Devido a isso, o Movimento Salvador Vai de Bike apoia e realiza uma série de eventos ligados à temas dos mais diversos. A exemplo dos passeios ciclísticos do Outubro Rosa - contra o câncer de mama; pelo Fim da Violência contra a Mulher; Novembro Azul - para chamar atenção da importância dos exames de próstata; Pedalada Cultural; Virada Ciclística, Salvador Night Bike; Passeio Ciclístico da Primavera; e às competições esportivas de ciclismo, entre outras atividades. Até no Carnaval, a maior festa popular do país, demos um jeito de colocar a Bike. A abertura do nosso pré-carnaval se dá com o Bike Fuzuê, um verdadeiro abre alas com centenas de ciclistas fantasiados.
A idéia é essa. Explorar todas as possibilidades e dimensões. Nesse sentido, implantamos recentemente o “Bike Comunidade”, onde a bicicleta contribui para o desenvolvimento socioeconomico e comunitário. Aliás, os negócios ligados ás bicicletas estão em crescimento exponencial, outro efeito colateral extremamente positivo, o setor está em ebulição.
Acreditamos na bicicleta. Não apenas como uma opção de mobilidade ativa e sustentável, mas, sobretudo, como importante instrumento de qualidade de vida para as pessoas e, por consequência, para toda a cidade.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.