Salvador, RMS e interior têm reduções de mortes violentas em 2024, diz SSP-BA
Os dados foram apresentados na manhã desta segunda-feira (14/10), durante coletiva de imprensa no Centro de Operações Inteligência (COI)
A capital baiana, a Região Metropolitana de Salvador (RMS) e o interior do estado apresentaram reduções de 15%, 21% e 10,5% das mortes violentas, entre os meses de janeiro e setembro de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado, afirma a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Os dados foram apresentados na manhã desta segunda-feira (14/10), durante coletiva de imprensa no Centro de Operações Inteligência (COI).
Salvador, ainda de acordo com a SSP-BA, fechou o período com queda de 15%. Em números absolutos, a Polícia Civil registrou 675 casos em 2024, contra 796 em 2023. Na região metropolitana, foram registradas 339 mortes este ano, contra 429 ocorrências no ano passado. Por fim, nas cidades do interior ocorreram 2.205 casos entre janeiro e setembro deste ano, contra 2.464 registros em 2023.
No somatório das três macrorregiões, o estado da Bahia teria registrado uma redução de 12,7% das mortes violentas.
Para o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner, "o combate às facções, com alcance de lideranças e retirada de armas das ruas, impacta diretamente na redução dos homicídios, latrocínios e lesões dolosas seguidas de morte".
ATLAS DA VIOLÊNCIA
Mesmo com a redução nas mortes violentas apontada pela SSP, Salvador é a capital mais violenta do Brasil, aponta estimativa do Atlas da Violência 2024, divulgado em junho deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em 2022, a capital baiana, de acordo com o estudo, registrou 66,4 assassinatos a cada 100 mil habitantes, superando a média nacional, que é de 24,5. Naquele ano, ocorreram 1.605 mortes violentas na cidade. Além disso, as cinco cidades mais violentas do país ficam na Bahia, que é o estado com maior taxa de homicídios do Brasil.
Em números absolutos de homicídios, ou seja, sem considerar a proporção de mortes por habitantes, Salvador, com população de 2,4 milhões, perde apenas para São Paulo, que tem 11,5 milhões de moradores: na capital paulista, foram registrados 1.762 de assassinatos em 2022, totalizando 157 mortes a mais do que no município baiano.
Em relação ao país como um todo, a cidade mais violenta é Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, com 94,1 mil assassinatos a cada 100 mil habitantes. Na sequência, vem Jequié (91,9), Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6) e Juazeiro (72,3). Dentre os 20 municípios mais violentos do país, 11 estão na Bahia.
Na Bahia, praticamente todos os municípios litorâneos têm taxas acima de 47 homicídios estimados por 100 mil habitantes em 2022. Quatro desses municípios estão na Região Metropolitana de Salvador: Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6), Salvador (51,1) e Lauro de Freitas (51,1).
FACÇÕES CRIMINOSAS
De acordo com o Atlas da Violência 2024, pelo menos até 2022, pelo menos 10 facções disputavam territórios em terra e na Baía de Todos-os-Santos, “espaço geográfico estratégico para a logística de transporte, fornecimento e exportação de drogas e armas”, diz o documento.
Além do PCC e do CV, a Bahia tem mais oito grupos criminosos fundados no próprio estado, que provocaram conflitos letais derivados de rupturas e alianças, como entre o Bonde do Maluco (BDM) e o PCC. Além disso, o estudo ressalta que, no estado, “há histórico de violência policial letal”:
“As ações do governo local até 2022 reproduziram o modelo falido de guerra às drogas, experimentado no RJ, com a explícita orientação para o confronto como estratégia política, na lógica do tiroteio, e não da investigação”. Como consequência, a Bahia também lidera os índices de letalidade policial no Brasil.
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