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Reajuste da tarifa do ônibus pode ser revogado se Governo Bolsonaro priorizar subsidio ao transporte, diz Bruno Reis

Bruno Reis afirmou nesta sexta que a capital baiana tem o transporte mais deficitário do país, num contexto em que a maior parte das capitais do Brasil vêm sofrendo com o mesmo problema

Por Matheus Caldas

Reajuste da tarifa do ônibus pode ser revogado se Governo Bolsonaro priorizar subsidio ao transporte, diz Bruno ReisMarcelo Camargo/Agência Brasil

Mesmo após formalizar o reajuste da tarifa do ônibus para 4,90 a partir deste sábado (4/6), o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), indicou a possibilidade de o valor ser novamente reduzido caso o Governo Federal articule a votação do Programa Nacional de Assistência à Mobilidade dos Idosos em Áreas Urbanas (Pnami) na Câmara.


Nesta sexta-feira (3/6), em entrevista coletiva concedida à imprensa na Prefeitura, o chefe do Palácio Thomé de Souza sugeriu que, caso o texto seja aprovado em curto prazo, o reajuste poderia até ser cancelado. "Vamos seguir lutando e tentando que o projeto seja aprovado e que esses recursos venham para ajudar a equilibrar o sistema", afirmou.


Durante o discurso em que justificou o reajuste, Bruno sugeriu que falta vontade política do Governo Federal para pautar a votação do texto, já aprovado pelo Senado, na Câmara. Questionado se acha que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem demonstrado simpatia com a proposta, ele evitou críticas pessoais, mas citou a gestão como um todo. "Não sei se dele, mas o fato é que o Governo Federal precisaria ter alguma contrapartida", frisou.


Bruno Reis ainda disse que o Brasil é um dos poucos países da América Latina que não adota modelos de subsídios para as cidades - ele citou os exemplos de Cuba, Chile, Argentina e México -.


"Quando eu ofereci como contrapartida não ter reajuste este ano, que nós iríamos assumir a diferença, era para tentar sensibilizar o Governo Federal. Nós, prefeitos, fizemos isso. O Governo Federal daria o subsídio e teria que contrapartida? Não ter reajuste. Nem isso conseguiu sensibilizar as autoridades federais", acrescentou.


Na última terça-feira (31/5), o prefeito soteropolitano esteve em Brasília para discutir com o relator do projeto na Câmara, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), a inclusão do texto na pauta de votações do Legislativo. Isto, contudo não aconteceu.


Segundo Bruno, na reunião, foi citado que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vem dizendo que, se o Governo não indicar de onde os recursos serão tirados, é inviável votar a proposta. O chefe do Legislativo, ainda, teria afirmado a parlamentares que, além deste entrave, a gestão Bolsonaro precisaria "ok" para destravar a tramitação.


Além de Bulhões, Bruno afirmou já ter se reunido com Bolsonaro, com o ministro Paulo Guedes (Economia) e com o ex-ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), para de mobilizá-los para priorizar a matéria. 


O prefeito da capital baiana anunciou nesta sexta o reajuste, que, segundo ele, deveria ser de R$ 5,30. Bruno indicou que os R$ 0,40 de excedente serão custeados pela Prefeitura por meio de renúncias fiscais concedidas às empresas e investimentos. A previsão é que, até fim do ano, este subsídio culmine em R$ 90 milhões de impacto.


O transporte público é um dos maiores entraves de Salvador nos últimos tempos. O chefe do Palácio Thomé de Souza afirmou nesta sexta que a capital baiana tem o transporte mais deficitário do país, num contexto em que a maior parte das capitais do Brasil vêm sofrendo com o mesmo problema.


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