Pai de menina vítima de estupro coletivo em Salvador diz que um dos suspeitos tem filha; "chama de princesa"
Em entrevista à reportagem do Cidade Aratu, o pai da jovem afirmou que acredita que o mesmo grupo já estuprou outras meninas antes
O pai da adolescente de 12 anos vítima de estupro coletivo no bairro de Fazenda Coutos 3, Subúrbio Ferroviário de Salvador, acredita que o mesmo grupo tenha abusado de outras meninas. Ele, que não se identificou por medo, foi entrevistado pelo programa da TV Aratu, Cidade Aratu, nesta quinta-feira (11/8).
De acordo com o homem, a filha mal sai de casa. "Quando sai, sai com a mãe. Agora, não quer nem sair. Onde eu moro, malmente o pessoal conhece ela. Quando eu falo com alguém, o pessoal não conhece ela. Só quem mora lá na rua mesmo, que me conhece, conhece a menina. Ela mal sai de dentro de casa. Esses caras são um covarde. Inclusive, o maior de idade, tem uma filha, que ele chama de princesa, e faz isso com uma criança de 12 anos".
Na sequência, o homem reafirma que, dos quatro acusados, dois estudam na mesma escola que a filha, e os são ex-alunos. "Eles sequestraram a menina na porta do colégio, deram tapa, soco no rosto da menina, levaram para aquele local e fizeram o estupro".
Depois, ele pede que outras vítimas dos estupradores não tenham medo e denunciem à polícia. "Não vai acontecer nada com vocês, não. Podem falar mesmo".
O crime foi cometido no dia 7 de junho, mas veio à tona após a vítima procurar a diretora da Escola Municipal Fazenda Coutos, onde dois dos suspeitos, que são primos, e a menina, estudam.
O Grupo Aratu apurou que a vítima estava no colégio quando outra aluna fez uma chamada, em vídeo, para um rapaz fora da instituição, e o questionou se já teria ficado com a menina. Poucos minutos depois, dois adolescentes de 15 anos a abordaram e levaram para uma espécie de loja de games, a 200 metros da unidade escolar.
Dentro do comércio, estavam outros dois homens - um deles de 18 anos. Lá, a adolescente foi estuprada, agredida e ameaçada. Após se sentir coagida, a jovem denunciou o crime.
ADVOGADOS
Os advogados que estão à frente do caso pela família, Otto Lopes e David Souza, contam que o inquérito policial ainda não foi instaurado na Delegacia Especial de Crime contra a Criança e o Adolescente (Derca).
"O crime de estupro de vulnerável é um crime hediondo, só que, até o momento, nada foi feito. O próximo passo é ter acesso ao inquérito policial para a gente poder pedir algum requerimento", ressalta David.
À reportagem, Otto ainda revela que a família da vítima fez o Boletim de Ocorrência há dois meses. Além disso, o advogado também denuncia a postura da direção da escola municipal, que não prestou apoio à família da criança após o crime.
"A diretora do colégio, mesmo com a transferência da criança, nunca procurou a família para saber o motivo. Hoje, após dois meses e o fato ir para a imprensa, ela liga para a mãe para saber porque procurou a imprensa, e sequer procurou saber como está a criança".
Durante a entrevista, Otto também relata que, quando prestaram o BO, a família da jovem deu o nome completo e o endereço dos suspeitos. "Esses, na presença dos próprios pais e dos pais da vítima, assumiram o crime que cometeram. E o senso de impunidade é tamanho que eles ficam no bairro, transitando, sapateando na cara da vítima, dos pais e da sociedade".
Na sequência, o advogado comenta que a forma como o crime aconteceu, com a ajuda de uma colega de escola da vítima, parece que foi praticado por uma "organização criminosa", e que a loja de videogame em que o ato aconteceu seria como um "matadouro". "Pelo 'modus operandi' relatado, eu entendo que ali é o famoso matadouro, é o local em que eles cometem o crime por ser próximo ao colégio. A diretora do colégio sequer aciona a Ronda Escolar".
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