Nutricionista conta que possivelmente foi dopada durante uma corrida de Uber em Salvador; "eu não sabia mais o que fazer"
Ela havia solicitado o carro, de sua residência, no bairro da Pituba, e logo após entrar no veículo, percebeu que sujou a mão em um gel quando acionou o botão para abrir o vidro da janela do carro
O relato de uma mulher, publicado no Instagram nesta quarta-feira (10/8), chama a atenção para uma situação de risco que uma passageira pode correr durante uma viagem de transporte por aplicativo.
Na publicação, a nutricionista Evelyn Broocke contou que passou mal na última terça-feira (9/8), após entrar em contato com uma substância gelatinosa dentro de um veículo vinculado à empresa Uber, em Salvador.
Ela havia solicitado o carro, de sua residência, no bairro da Pituba, e, logo após entrar no veículo, percebeu que sujou a mão em um gel quando acionou o botão para abrir o vidro da janela do carro.
"Eu esfreguei os dedos, limpei na calça, melou um pouco meu celular. Eu cheguei a cheirar para conferir o que era, mas não tinha cheiro nenhum", disse.
Em seguida, Evelyn percebeu, segundo o relato, que o motorista tinha saído da rota que ela estava acostumada a fazer para ir ao trabalho. A preocupação da nutricionista aumentou ainda mais porque o olho dela começou a lacrimejar e a apresentava uma sensação de coceira.
"Eu não sabia mais o que fazer. Então, a ideia que veio na minha cabeça foi pedir para o motorista voltar para a minha casa", contou a nutricionista, acreditando que estava sendo vítima de um golpe.
Porém, a mulher teve medo de desmaiar antes de chegar em casa, e resolveu tentar sair do carro em segurança. Quando passou próximo a um posto de combustíveis, ela abriu a porta do carro, em movimento, forçando o motorista a parar.
Evelyn disse que, nesse momento, estava quase sem enxergar e com os olhos lacrimejando muito. Quando deixou o carro, o motorista seguiu e, por algum tempo, permaneceu com a corrida aberta no sistema.
No posto, Evelyin foi amparada por algumas pessoas, e aguardou a chegada do marido.
ESCLARECIMENTOS
Depois da história viralizar, Evelyn fez um novo post nas redes sociais explicando que já denunciou o caso à Polícia Civil e à Uber. Na publicação, ela ressalta que tem todos os dados do motorista, mas foi orientada a não divulgar.
"Eu não tenho como saber qual era a substância e o que me ocorreu, cabe à polícia investigar. Eu só tomei uma atitude rápida porque recebi um relato como esse meses atrás. O intuito do meu relato foi fazer com que outras mulheres fiquem atentas ao pegar transporte com app e, caso aconteça algo similar, possam se salvar como eu".
Por meio de nota, a Uber se pronunciou. O teor você confere abaixo, na íntegra:
Com relação ao que vem sendo chamado de "golpe do cheiro", as únicas denúncias dessa natureza relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil, até onde temos conhecimento, ocorreram em Canoas (RS), no Rio de Janeiro e em Florianópolis.
Nos três casos as autoridades pediram o arquivamento após o inquérito policial, já que, de acordo com as investigações, não houve elementos de prática de crime. Especificamente no caso do Rio de Janeiro, o laudo pericial do líquido borrifado no veículo atestou se tratar de álcool 70% - e não foram encontradas outras substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva.
Além disso, uma decisão judicial em Santos (SP) condenou usuárias a pagarem indenização por danos morais ao motorista após ficar comprovado que a substância em questão era álcool com essência de canela para higienização das mãos.
Nas demais denúncias mencionadas até o momento, muitas das quais surgem nas mídias sociais e são reverberadas pela imprensa sem se checar o que apurou a investigação conduzida pelas autoridades policiais, não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.
De qualquer forma, a Uber trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei.
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